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Abro os olhos e vejo pela janela que ainda está escuro, pelos meus cálculos deve ser umas quatro da manhã. Meu sono está meio perturbado esses tempos, na verdade, desde que conheci Vinnie.

Viro devagar para o lado oposto, ele ainda está aqui, fiquei com medo que desaparecesse mais uma vez. As suas palavras não param de rodar na minha cabeça, me pergunto o que ele quer dizer com "nunca mais voltar" existem milhares de sentidos nessa frase e alguns me assustam.

Encosto as pontas dos meus dedos em sua bochecha com delicadeza, tenho medo de machucar seu rosto. Preciso falar com Eliot sobre o que aconteceu, os dois não podem ficar nesse pé de guerra. Em algum momento pode acontecer algo muito maior, não gosto nem de pensar nisso.

Mesmo machucado ele continua lindo, cada traço do seu rosto parece que foi esculpido por deuses e o seu cabelo me lembra muito um anjo, mas sei que Vinnie está longe de ser um.

Suspiro e me pego aproximando minha boca da dele, sua boca me chama muita atenção, perco a razão que me resta e encosto nossos lábios em um selinho demorado. Torço para que ele acorde e ao mesmo tempo não, esse pensamento me faz se afastar dele, tenho que parar de olha-lo.

Acho que não vou conseguir dormir, minha cabeça está um completo turbilhão e a presença dele não me ajuda a relaxar. Levanto da cama e abro a janela para entrar um vento, o quarto parece pequeno demais pra nós dois. Me sento em uma poltrona de frente para a cama e fico olhando Vinnie. Ele parece uma pessoa totalmente diferente quando dorme, se bem que não sei muito sobre ele... quem é você, Vinnie Hacker?

- Gosta da visão? - Vinnie fala abrindo os olhos de repente e dou um pulo na cadeira pelo susto.

- Pensei que estivesse dormindo.

- Eu até tava, mas seus olhos quase perfuraram meu corpo, aí não tem como dormir.

- Você tá na minha casa, posso te olhar o quanto eu quiser. - Digo vendo o loiro se espreguiçar e sentar na cama.

- O corpo continua sendo meu, Cassie. - Ele diz sorrindo e vem em minha direção. - Gosta do que vê?

- Dá pro gasto. - Mentira, eu gosto... gosto muito, é uma visão que eu veria com frequência se pudesse. - Te dei um beijo enquanto você dormia, quando a gente se machuca é só dar um beijinho que passa.

- Você deveria beijar meu corpo inteiro, tá tudo machucado... sabia que levei um chute no saco? - Ele diz fazendo uma cara de dor.

- Tá querendo que eu beije seu saco? - Franzi as sobrancelhas.

- Algo acima dele. - Um sorriso malicioso surge no seu rosto e dou um tapinha no seu braço.

- Se você me deixar dar um chute, quem sabe... - Dou de ombros, ele me olha revirando os olhos.

- Não vai rolar. - Vinnie vem até mim e me pega no colo. Qual é a da vez?

- O que tá fazendo? - Pergunto colocando meus braços ao redor do seu pescoço para me apoiar.

- Você não consegue dormir e nem me deixa dormir, então vamos fazer alguma coisa. - Responde, ele me leva até a sala e me joga no sofá como se eu fosse apenas um saco de batatas. - Vou colocar seu filme favorito.

- E qual é meu filme favorito? - Questiono vendo ele se sentar ao meu lado. Vinnie coloca a mão nos meus olhos me impedindo de enxergar.

- Vai ter que adivinhar. - Escuto um filme começando.

- Adivinhar meu próprio filme favorito? qual o sentido? - Dou risada e coloco minha mão em cima da dele. - Tira.

- Fala o nome do filme que eu tiro. - Presto atenção no som de fundo.

- A NÃO! você colocou crepúsculo?! - Tiro sua mão, ele realmente fez isso.

- Acertei, não é? além de você não parar de falar sobre eles... eu achei uma coisa no seu quarto. - Ele diz segurando a risada.

- O que você achou? - Aproximo meu rosto dele como se ele fosse me contar um segredo de estado.

- Uma almofada... com o rosto do Edward. - Ele mal consegue terminar a frase porquê começa a rir. Que droga, eu tinha escondido isso, como ele achou?

- Não ri! vai dizer que você não gostava de alguma coisa boba quando era jovem?

- Gostava, quando eu tinha 12 anos, você tem 18!

- Vinnie. - Levanto e fico na frente da tv olhando pra ele. - Nunca pensei muito em como seria morrer, mas morrer no lugar de alguém que eu amo... me parece uma boa maneira de partir. - Falo imitando as falas do filme.

- Você decorou as falas? - Ele joga uma almofada em mim me fazendo rir. - É pior do que eu pensei.

- Sou uma fã fiel! - Coloco a mão no coração e me sento novamente. - Esse é um segredo só nosso, ok? - Mostro meu dedo mindinho pra ele.

- Se você não falar sobre a minha situação eu não falo sobre o seu segredo obscuro. - Ele coloca seu dedinho ao redor do meu e fazemos uma promessa.

- Ninguém vai saber que você apanhou, relaxa. - Brinco com ele, sei que Eliot deve estar bem pior, mas não posso perder a oportunidade.

- E ninguém vai saber que você é obcecada pelo vampirinho que brilha.

- Ok, agora presta atenção no filme e veja o porquê sou obcecada por ele. - Falo apontando pra tv e encosto minha cabeça no seu ombro. Pelo menos agora não estamos em pé de guerra.



OBSESSIVE - VINNIE HACKERWhere stories live. Discover now