Wildest Dreams- Bangchan

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Bang Chan sabia que nunca esqueceria a cena de S/N com aquele vestido vermelho midi de mangas bufantes transparentes sobre os ombros, especialmente no momento em que ela se virou, sorrindo para ele. S/N sabia que nunca esqueceria aquele beijo no meio de todas aquelas pessoas naquela festa de gente rica.

E ambos sabiam que não seria para sempre. Mesmo quando ela deslizou aquela caneta pelo papel, esperando que aquilo fosse mais do que apenas um contrato de namoro para que aparecessem juntos em público; mesmo quando ele elevou o olhar para ela sob os óculos redondos.

Ele sempre soube que, por ser como o Sol, ela iluminaria a muito mais coisas do que apenas a ele. E ela sempre soube que, por ser tão amado por todos, ele acabaria amando mais alguém.

Ainda sob essas condições, ele se deixou fraquejar por aqueles cabelos, e ela por aqueles cachinhos pretos que lhe invadiam a testa de vez em quando. Ele se deixou imaginar deitado naquelas coxas esculturais, e ela se deixou imaginar a sensação de encostar a cabeça naquele peitoral robusto.

Não era de sempre, nem para sempre, mas às vezes o "para sempre" dura apenas algumas horas. E era o suficiente.

O olhar constante de Christopher sobre S/n durante a festa a deixava nervosa, a fazia alisar as dobras imaginárias do vestido, a fazia fingir que estava conversando com algum famoso, a fazia virar a taça de água um pouco mais rápido do que o normal.

Quando seus olhares se encontravam, Bang não conseguia fingir que não estava olhando para ela o tempo todo, e não queria mais fingir.

Até que a garota foi para o lado de fora da festa, se apoiou sobre o parapeito da mansão de Nina Riva e esqueceu do mundo, esqueceu que era famosa, esqueceu que não era para sempre, esqueceu por um segundo quem era ela. Então, por alguns minutos que pareceram infinitos, S/N se viu iluminada pelo Sol.

Então virou o rosto, atraída pelo cheiro que se emaranhou nos sentidos dela algumas horas antes quando Chan enfiou os dedos compridos naqueles cabelos e a beijou com voracidade e ternura diante daquele mar de gente rica e exibida. Sorriu para ele, sem sequer saber porque.

E no momento em que aqueles dois pares de olhos castanhos se encontraram, ela soube que o "para sempre" havia acabado, e que eles seriam estranhos novamente, estranhos com um contrato rescindido e memórias marcantes.

- Acabou - sussurrou ela para si mesma. - Mas eu nunca vou esquecer do seu cheiro e da sensação de suas mãos sobre minha cintura.

- Acabou - pensou ele, se demorando sobre aqueles olhos iluminados pelos últimos raios de Sol com os quais a Terra era presenteada - Mas eu nunca vou esquecer de você envolta pelos raios do crepúsculo nesse lindo vestido e da sua mão espalmada sobre meu peito.

Um ano se passou. Um ano com Bang acordando no meio da noite ofegante e sufocado pelo charme daquele sorriso que insistia em povoar constantemente sua memória. Um ano com S/N se lembrando da enorme mão bronzeada sobre a sua apenas para dizer o quão pequena ela era.

E veio a festa anual dos Riva novamente. Christopher estava lá, procurando por S/N, mesmo sabendo que sem ele, ela não pisaria naquela mansão; S/N também estava lá, mesmo sabendo que ele iria àquela festa sem ela e o veria beijando garotas de beleza padrão.

Dizem que o seu coração pertence a quem você procura num ambiente lotado, e o peso de todos aqueles músculos dele estavam sustentados pela pontinha dos pés, esgueirando o pescoço buscando por aqueles reluzentes cabelos loiros.

E lá estava ela: naquele mesmo lugar, olhando para uma explosão de Hélio, com um vestido midi preto de alças grossas sobre os ombros, um batom vermelho lhe colorindo os lábios e conferindo um rubor incrível ao rosto.

Chan não pensou duas vezes antes de correr até ela, cada passo parecia uma eternidade ecoando nos ouvidos dela. O mesmo perfume, a mesma sonoridade e o mesmo sorriso que tinha sobre si um efeito semelhante a entorpecente.

- Suas memórias me perseguiram esse tempo todo - ele disse ao parar ofegante ao lado dela, abrindo ainda mais o sorriso.

Existia "para sempre", e foi delimitado naqueles segundos em que Bang e S/N decidiram que castanho era a cor mais bonita do mundo.

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