Talking to the Moon- Seo Changbin

1.5K 88 29
                                    

 E quem sabe a Lua não fosse a solução para todos os meus problemas? Para alguns podia parecer apenas mais algum satélite que tem como única função controlar a maré e manter a Terra em seus devidos eixos. Para mim, todavia, a Lua era como uma amiga que costumava vir me consolar.

  Por mais que estivesse no chão, com os resquícios do que aconteceu à minha volta, a Lua ainda parecia mitigar todo o sofrimento que se abrigava em meu peito e se escondia atrás da minha caixa torácica. Aquela minha velha amiga adentrava a janela infinita da sala e iluminava minha pele salteada pelo verão quente de São Paulo, costumava também acolher minha bagunça para si e me abraçar com sua luz cinzenta.

  O casaco da minha sogra estava sujo de vinho ainda, os cacos ameaçavam cortar minha perna caso a rolasse um pouco mais para o lado, o cheiro de álcool era bem forte, as marcas de sangue se perpetuavam chão afora eu não estava de tudo tão sóbria.

  Sentindo as lágrimas rolarem bochecha abaixo, perguntei:

  ㅡ O que eu devo fazer? Ele agora deve me odiar.

  Soluçava, ouvindo Changbin do outro lado da porta ainda batendo e implorando para adentrar.

  A Lua, ela havia me dito para abrir a porta para ele e tentar me desculpar. Não sei ao certo como ela conseguiu me dizer isso, mas algo no meu coração disse que eu precisava conversar com ele.

  Apertei o controle automático e a porta se abriu, fazendo meu marido adentrar esbaforido pela porta e se abaixar à minha altura, afastando cuidadosamente os cacos de vidro para o lado. Rapidamente ele me ajuntou num abraço:

  ㅡ Ela já foi embora e não vai queixar nada do ocorrido.

  Seo afagou meus cabelos, ao passo que agarrei seu terno.

  Um jantar em família acabou se tornando um bate-boca e resultou numa pessoa ferida. Minha sogra era promotora em Seul, meu pai havia morrido assassinado recentemente e ela aparentemente não investigara direito o caso, o que resultou na soltura do meliante.

  ㅡ Binnie...eu não queria machucar sua mãe eu só...

  ㅡ Eu sei, eu sei. E está tudo bem.

  Agarrou meus braços, com cuidado, me levantando e ajudando meus pés gélidos a se sustentarem por conta própria.

  Me afastei um pouco de si e olhei em seus olhos:

  ㅡ Sabe que eu estava bêbada e um pouco indignada, certo?

  ㅡ Eu sei, S/N. A minha mãe de fato foi responsável por tal injustiça e eu farei o possível para que seja resolvido.

  Havia num impulso jogado a minha sexta taça de vinho no braço da mulher e acabei a cortando além do casaco, algo que por si só me fez ficar quase sóbria.

  ㅡ Sente-se aqui e irei limpar isso.

  Seo me guiou até o sofá e colocou seu paletó sobre mim, este que agarrei aos braços, tremendo pelo frio que adentrava pela sacada. Pegou um pano e começou a limpar tudo, levou o casaco de sua mãe para a área de serviço e lavou a louça.

  Tempos depois se sentou ao meu lado em silêncio:

  ㅡ Eu sei o quanto você ama a Lua e que com certeza não foi ela que lhe incentivou a fazer o que fez.

  ㅡ Eu já conversei com ela, mas lhe ver assim só fez a culpa aumentar.

  Changbin pegou em meu queixo e me fez voltar para si:

  ㅡ Acidentes acontecem e você não precisa se desculpar por isso. A partir de hoje você não precisa contar tudo para a Lua, fazem duas semanas que estamos casados e eu sinto ciúmes pelo fato de você contar tudo a ela e não a mim.

  Abri um sorriso meio triste e encostei a cabeça em seu ombro.

  ㅡ Eu posso ser sua Lua.ㅡ propôsㅡ E você a minha Terra porque a Lua é extremamente atraída pela Terra.

  Não pude conter uma risada.

  ㅡ Melhor parar com essas cantadas de solteiro ou vai acabar realmente solteiro em bem pouco tempo.

  ㅡ Desculpeㅡ riu.

  Passou a mão por meu ombro, fazendo com que eu ficasse mais perto de si, e passamos o resto da noite aquecendo um ao outro e observando a Lua, que nunca seria uma completa estranha pra mim, de forma ou outra eu sempre voltaria a me confessar com ela.

  :::

  vocês pediram e eu voltei. voltei por saudade, por amor e porque escrevi um texto sobre Brasília e o professor disse que eu era pura poesia

  vocês também acham que meus textos transmitem poesia e sentimento?

  perdão pelo imagine curtinho, só senti saudades e não queria deixar aqui sem nada, tive tal inspiração ouvindo gone e quis fazer :)

◍̷ ָ֪֗ Imagines Stray Kids◍̷ ָ֪֗Where stories live. Discover now