Gripe Pt.Final - Han Jisung

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S/N P.O.V.s

ㅡ És tão linda que eu deveria colocá-la num museu...

Tão comentário me fez despertar e resmungar um "O quê?" em meio a murmúrios inaudíveis. Ao abrir os olhos me vi misteriosamente disposta no colo de Jisung, este que me observava sem esforço para dourar as pupilas:

  ㅡ Quando começou?

  Eu sabia o que ele estava perguntando, eu sabia que consequências poderiam me trazer a resposta para aquela pergunta, e eu sabia também que respondendo aquela pergunta eu estaria assumindo algumas responsabilidades.

  ㅡ A gente?ㅡ indaguei não por não ter ouvido, não por não ter entendido o objetivo da pergunta, mas sim por que isso me faria ganhar tempo para pensar numa resposta concreta e o mais enfeitada e clichê possível.

  ㅡ Sim, a gente.

  Olhei para os raios de Sol adentrando paulatinamente pelas frestas dentre as cortinas mal-e-mal fechadas na noite anterior, o desespero para cuidar de Han tinha sido maior do que a preocupação em fechar corretamente as cortinas. Olhava para lá porque temia não saber o que responder, receava acabar fazendo uma promessa que não era capaz de cumprir.

  Embora eu quisesse ser a pessoa a interferir em seu destino, embora eu quisesse ser a pessoa a curar todas as suas gripes, embora eu quisesse ser a pessoa que mudara seu sorriso para sempre; eu temia não conseguir cumprir a promessa de o fazer feliz. Ji tinha sofrido muito na vida, desde os abusos e espancamentos do pai na infância, até a morte dele e da mãe no mesmo dia, da mãe por feminicídio e do pai por suicídio ao se arrepender do crime. 

  E eram essas as feridas que eu receava não ser capaz de curar. Respirei fundo antes de responder:

  ㅡ O "nós" começou a acontecer ontem, quando você finalmente foi recíproco ao meu amor platônico nutrido há alguns anos já. Mas o que você quer perguntar deve ser: "Quando você começou a gostar de mim?" e para isso eu simplesmente não tenho resposta.

  Jisung pareceu confuso.

  ㅡ Não sei se no acampamento de verão, quando você me defendeu daquele macaco raivoso; não sei se quando me ajudar a desvendar a diferença entre os tipos de sangue, para mim aquilo foi como descobrir o mundo; ㅡ contava isso com um sorriso nostálgico e a mente longínqua, mente esta que insistia me levar para aqueles lugares como se o estivesse vivendo naquele momento ㅡ não sei se quando ficamos tão próximos que quase nos beijamos... Eu realmente não sei.

  Me levantei de sua perna, sentando no sofá de maneira a pentear com os dedos os fios desgrenhados do cabelo.

  ㅡ Eu lembro de quando comecei a gostar de você. Lembro do perfume que estava usando, do brilho nos seus olhos naquele dia, da data e até mesmo de tudo o que eu senti.ㅡ ele usitava da mesma expressão que eu tinha quando desabafava sobre alguns momentos que vivemos.

  Me assustei quando o disse, porém toquei sua perna e o encorajei a contar o resto:

  ㅡ Foi na escola, eu estava sentado e triste por meus pais terem morrido. E então você me ofereceu um abraço, de certo modo eu aceitei, porém mal fui capaz de ㅡ fez uma pausa para tossir ㅡ levantar para lhe abraçar, então me puxou pelo punho e me deu um abraço apertado. Logo quando nos afastamos, você sorriu e olhou no fundo dos meus olhos. Foi ali que tudo começou, foi ali que eu me apaixonei por você. Sinto que fui enfeitiçado pelos seus olhos...

  Valeria a pena cuidar de todas as gripes dele, valeria a pena pintar um quadro com seu rosto, valeria a pena assumir todas as responsabilidades que me amedrontavam, valeria a pena enfeitiçá-lo ainda mais com meus olhos. E olhe que eu nem sabia que meus olhos tinham tamanho poder. 

  ㅡ Olha...ㅡ tomei sua mão comigo ㅡ se você aceitar, pode haver um nós registrado no cartório, pode haver um nós sujos de tinta no meu ateliê, pode haver um nós cuidando um do outro no hospital durante as suas gripes causadas pela imunidade baixa, pode haver um nós preparando um almoço de família, pode haver um nós contornando a piada do "E os/as namoradinhos/as?".

  Tal proposta pareceu até curar sua enfermidade ou lhe dar energia, tanto que pulou do sofá e me abraçou fortemente, porém teve que me largar quando meu pai atravessou a porta:

  ㅡ Senhor, senhor!ㅡ Jisung o chamava ㅡ Será que eu posso namorar a sua filha?

  Meu pai abriu um sorriso cansado. Imagino que o expediente da noite o tenha matado e que a cirurgia tenha sido bastante exaustiva:

  ㅡ Pode, contanto que ambos me deixem dormir.

  O homem até cambaleava pelo corredor em direção ao quarto, provavelmente só tomaria banho depois das costumeiras 16 horas de sono após um plantão exaustivo.

  ㅡ Minha namorada!ㅡ comemorava Han me girando pela sala.

  FIM!

  muita gente pediu continuação e eu acabei cedendo porque parece que essa é a queridinha de vocês, mas por favor não peçam mais. amo vocês, beijinhos, estrelinhas!

◍̷ ָ֪֗ Imagines Stray Kids◍̷ ָ֪֗Where stories live. Discover now