Já fazia uma hora que estávamos na sala de espera aflitos por notícias, tanto Brayan quanto Alfonso e eu não paravamos de andar de um lado para o outro nervosos e com medo. Ela sangrava demais e sentia bastante dor, eu não tinha dúvidas, ela estava sofrendo um aborto.
Anna era tão jovem para passar por isso, a gravidez a deixou muito feliz, na verdadeiro todos estávamos felizes com o bebê, o esperávamos com muita ansiedade e alegria.
Deus queira que seja apenas um susto.
Os minutos pareciam uma eternidade, quando o médico apareceu chamando pelos familiares da Anna Julie, ficamos ao redor dele o enchendo de perguntas.
— Calma. - Pediu - Me chamo Juan Candíaz e sou o médico que atendeu a senhorita Herrera, ela está bem, está sedada e acordará apenas pela manhã.
— E o bebê? - Brayan perguntou desesperado.
— Infelizmente ela chegou tarde demais aqui no hospital, o bebê sofreu um sofrimento fetal, ou seja, não estava recebendo oxigênio o suficiente. Normalmente é algo tratável e percebido quando o bebê nasce. Mas ele está assim desde o feto o que não estava possibilitando o seu desenvolvimento. Infelizmente a Anna sofreu um aborto inevitável, que é quando o útero já está fazendo a expulsão do feto.
Brayan começou a chorar, Alfonso ficou sem reação e eu só queria chorar.
— Ela poderá engravidar novamente? - Alfonso falou com a voz estrangulada.
— Sim. Ela é muito jovem e saudável, nada impedirá que tente uma nova gravidez. É muito comum esses tipos de aborto. - Hesitou - Quando ela acordar preferem dar a notícia ou quer que eu mesmo conte?
— Eu falo com ela. - Brayan falou baixo.
— Ok! Como já falei, ela irá acordar apenas pela manhã. Se precisarem de qualquer coisa é só chamar. Com licença! - Juan passou novamente pela porta dupla.
— Preciso de ar... - Brayan murmurou de cabeça baixa se afastando.
Abracei Alfonso me segurando para não chorar. Meu coração estava aos pedaços, ela ficaria arrasada e o bebê era tudo para ela.
Para todos nós na verdade.
— Tudo estava bem, ele estava perfeito e agora... - A voz dele travou - Minha irmã irá ficar... muito mal.
— Agora temos que ficar ainda mais do lado dela. Não vai ser nada fácil para ela ou para o Brayan, não consigo nem imaginar a dor que ele está sentindo agora.
— Isso é um pesadelo.
— É melhor ir atrás dele. Não acho que ele deva ficar sozinho agora.
Ele assentiu.
— Já volto! - Falou antes de se afastar.
Me sentei na cadeira olhando fixamente para a parede. Ignorando a movimentação ao meu redor. A primeira lágrima desceu, depois outra e outra e outra, fechei os olhos tentando controla-lás, não poderia ser fraca nesse momento, tinha que ser forte por Anna.
— Anahi? O que aconteceu? Por que está chorando querida?
Abri os olhos vendo Tysha, minha professora, com os olhos preocupados na minha frente. Respirei fundo e limpei meu rosto. Tinha esquecido que ela estaria aqui, além de trabalhar era a dona do hospital.
— Minha cunhada perdeu o bebê.
— Ah meu Deus! Sinto muito. - Sentou ao meu lado e segurou na minha mão. - Eu sei como é perder um filho. De quantos meses ela estava?
— Quatro. - Encarei nossas mãos entrelaçadas.
— Algumas pessoas acham que até os três meses pode acontecer alguma coisa e que depois disso nada poderá acontecer. Mas a verdade é que até mesmo no parto pode acontecer alguma coisa.
— Sim... - Murmurei.
— Oh minha querida - Me abraçou de lado e eu coloquei minha cabeça em seu ombro voltando a chorar. - Chorar faz bem sabia? - Falou baixinho.
A sua voz era tão calma e delicada. Que se tornava bom de ficar em seu colo.
— Desculpa! - Pedi sem graça.
Estava parecendo uma criança chorando no colo da mãe.
— Não precisa se desculpar. - Deu um meio sorriso - Quer uma água ou comer alguma coisa?
— Não. Obrigada!
— Irá se casar? - Perguntou olhando para o anel.
— Sim. Final do ano.
— Não é o momento para isso, mas meus parabéns! O seu noivo é muito bonito. - Sorriu.
— Obrigada!
— Como se sente?
— Não sei, difícil decifrar.
Ficamos nos olhando, ela era tão bonita. Os olhos azuis sempre brilhantes.
— Preciso ir. Vai ficar bem sozinha?
— Não estou sozinha. Meu noivo e meu cunhado estão lá fora.
— Em outra hora vou gostar de conhece-lo. - Levantou - Se precisar ou quiser qualquer coisa é só me chamar.
— Obrigada! - Assenti.
Ela tocou no meu ombro antes de se afastar, fiquei observando-a até sumir pelo enorme corredor. Assim que ela sumiu Alfonso e Brayan retornaram chamando minha atenção. Alfonso ficou ao meu lado e segurou na minha mão, observamos Brayan sentado em nossa frente com o olhar perdido.
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Almas Opostas
RomanceAlfonso Herrera é o multimilíonário mais cobiçado de toda Europa e América Latina. Em uma de suas muitas viagens à negócio acaba parando no México por um tempo. Anahi Portilla é uma mulher de vinte e dois anos e caixa de um supermercado. Sonha em a...