Capítulo 40

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Anahi Portilla

  Alfonso e eu ficamos a tarde toda nos beijando, como sempre, ele beijava tão bem que era quase impossível ficarmos mais de dez minutos sem nossas bocas estarem grudadas, era quase um vício.

  As sete horas, Zoraida mandou uma mensagem para Alfonso avisando que ela e Eddy iam atrasar um pouquinho, pois estavam presos em uma reunião.

  Eu tentei falar que iria de ônibus e que não tinha problema, mas tanto Zoraida quanto Alfonso, não deixaram. Era mole?

  Alfonso me forçou a ficar ali até que o casal aparecessem para me levar, e a forma que ele me segurou foi maravilhosa.

  Com beijos e mais beijos.

— Chega... - Ri me afastando dele e ouvindo um estrondo na hora.

  Olhamos para a janela, que ia do chão ao teto, e percebi que uma chuva horrível caia, meu Deus, como não percebi esse temporal?

   Peguei meu celular e vi as horas, já eram onze e trinta e nove da noite.

  Arregalei os olhos quando vi as mensagens das meninas preocupadas comigo, como essas horas passaram tão rápidas que nem percebi?

  Encarei Alfonso.

  Ele olhava para o celular dele e depois me olhou um pouco hesitante.

— Any...

— O quê? - Levantei - Preciso ir embora, está muito tarde.

— Zoraida mandou uma mensagem se desculpando, ela e Eddy ficaram ilhados na empresa e é impossível sair com esse dilúvio caindo. - Avisou.

— Tudo bem, como não percebemos a hora passar? Vou chamar um táxi. - Falei me virando para sair da sala.

  Alfonso me segurou pelo braço e também levantou mais sério.

  Bem sério.

  Ouvimos mais um estrondo.

— Eu disse que é impossível sair nesse dilúvio, o mundo está desabando sobre o DF, e está muito tarde não vou deixar você sair daqui desse jeito.

— Zoraida está presa e eu tenho que ir para casa, está muito tarde.

— Ela está ilhada e não sabe que horas vai poder sair, acha que vai ter que dormir por la mesmo. E outra, não deixarei você sair nesse temporal, além de poder ficar doente, pegar um táxi agora é perigosíssimo. - Falou preocupado.

  Suspirei.

— O que vou fazer então? - Passei as mãos pelo cabelo desesperada.

— Só vejo uma solução. - Deu um meio sorriso.

— Qual?

— Durma comigo, aqui.

  O encarei.

—  Dormir com você? - Repeti igual um papagaio - Poncho, eu não sei se é...

— Não tem outra escolha, Zoraida e Eddy não sabem que horas vão poder sair de lá, e eu não deixarei você pega um táxi a essa hora, o jeito é você dormir aqui. - Ele sorriu.

  Sério que Alfonso estava gostando disso?

  Sei que ele estava certo, era muito arriscado pegar um táxi agora, ainda mais para onde vou, que é um dos lugares mais perigosos do DF. Mas dormir aqui? Com ele?

— Mas...

— Pare de pensar muito Any - Segurou meu rosto carinhoso - Para o seu próprio bem, você sabe que tem que dormir aqui e repito, não vou te deixar sair a essa hora.

— Mas...

— O quê está lhe impedindo? - Encostou sua boca na minha - Aqui tem três quartos de hóspede, pode ficar em qualquer um deles, não precisa dormir comigo na mesma cama e eu não vou fazer nada que você não queira. - Falou grudado na minha boca.

  Engoli em seco.

— Vou dormir no quarto de hóspede? - Murmurei.

— Ao menos que queira dormir comigo na minha cama. Você quer? - Fez o convite me dando vários selinhos.

  Dormir com ele na cama? Sozinhos? Não está muito cedo?

9/10

Almas OpostasWhere stories live. Discover now