Capítulo 67

828 63 9
                                    

  O resto do sábado foi com Anna trancada no quarto enquanto eu a obrigava a almoçar e jantar, mas não adiantava de nada já que logo depois ela colocava tudo para fora. Alfonso ficou a tarde toda no escritório e quando saiu falou que no dia seguinte resolveria de vez a gravidez de Anna.

  Ficamos no quarto o resto da noite, ele ainda estava tenso e preocupado o que era normal, já que a irmã adolescente que ainda brinca de boneca estava a espera de um bebê no qual o pai é o seu assistente pessoal. Apesar de tudo pedi para ele usar a razão e não a emoção, tinha que pensar que agora o problema envolvia uma terceira pessoinha que nem tinha nascido e que não tinha culpa.

  Domingo quando eu acordei ele já não se encontrava mais no quarto, estava novamente trancado no escritório. Como não tinha nada para fazer, preparei o café da manhã e estava indo na direção do quarto de Anna para acorda-la, mas a campainha tocou e quando dei por mim Alfonso já havia aberto a porta com uma cara de poucos amigos.

— Good Morning Boss! - Um cara bonito e jovem falou sorridente.

— Seu desgraçado! - O agarrou pela gola da camisa - Como ousou engravidar minha irmã? - Com uma força impressionante o jogou no chão próximo do sofá.

  O tal Brayan praticamente deslizou no chão igual uma bola de boliche. Com os olhos arregalados e assustado olhava Alfonso se aproximar e pega-lo novamente pela gola da camisa.

— Alfonso! - Gritei assustada com aquela cena.

  Ele me ignorou.

— Você tocou na minha irmã, uma menina de dezesseis anos, o que você tem na cabeça seu desgraçado? - Gritou descontrolado.

— Senhor... Herrera... Pare! - Gritou, quando Alfonso deu um soco na sua cara quase o fazendo cair.

— Alfonso para! - Me aproximei o suficiente dele para ver que tinha uma veia pulsante em seu pescoço. Ele estava com muita raiva.

— Por favor... - O tal Brayan suplicava, enquanto tentava respirar.

— Eu confiei em você e como me retribui? engravidando a minha irmã de dezesseis anos seu tarado doente - Lhe acertou mais um soco fazendo Brayan cair com tudo no sofá, e como se não fosse o bastante, Alfonso levou suas duas mãos até o pescoço do homem.

— Alfonso para agora! - Gritei o empurrando ao mesmo tempo que Anna aparecia na sala assustada correndo em nossa direção.

— Alfonso pelo amor de Deus solte ele agora - Gritou empurrando o irmão que parecia possuído e não largava o pescoço de Brayan de jeito nenhum, o mesmo já estava ficando roxo.

— Já chega Alfonso! - Puxei o cabelo dele com tanta força que o fez soltar um grito de dor, fazendo-o finalmente soltar o pescoço do homem.

— Respira... Respira... Respira... - Anna repetia agoniada ao lado de Brayan - Calma, já passou, respira Brayan, respira..

— Por que fez isso? - Alfonso me olhou com irritação.

— Ficou louco Alfonso? Você ia matar ele. Matar caramba! - Falei nervosa - Olha para ele - Apontei para o cara que estava mais vermelho que um tomate, tossindo, tentando respirar e com os olhos entre abertos, já que Alfonso acertou os dois olhos dele.

— Isso não é nada. - Bufou.

— Precisava fazer isso? - Anna gritou irritada para o irmão.

— Você cala a porra da boca, esse assunto é entre eu e esse desgraçado. Não se meta nisso. - Alfonso gritou furioso.

— Não me meter? Sou eu quem está grávida Alfonso, e não você seu idiota. - Gritou com raiva.

— Por culpa desse tarado que você está grávida, por culpa dele uma criança está esperando outra criança. - Alfonso se aproximou dela e ambos gritavam um com o outro furiosos.

— Ele não me obrigou a nada, eu dormi com ele porque eu quis Alfonso. E não grite comigo nunca mais seu...

— Já chega - Gritei chamando atenção dos dois - Já chega dessa confusão toda. Anna você precisa se controlar por causa do bebê, e Alfonso você é um adulto deve tomar rédeas da situação e não sair espancando os outros como um adolescente. - Falei irritada.

  Alfonso bufou.

— Bebê..? - Brayan respirava fundo.

  Anna o encarou.

— Estou grávida. - O olhou esperançosa.

— Por sua culpa! - Alfonso rosnou.

— Chega! - Falei entre dentes o encarando.

  Brayan que até agora estava meio sentando e meio deitado no sofá, deixou-se cair por completo com os olhos fechados e murmurou algo em inglês, tenho quase certeza que era um xingamento, e olhando para o Alfonso disse:

— Termina de me bater, aproveita e me mata de vez. - Pediu.

Almas OpostasWhere stories live. Discover now