Capítulo 33

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  Quando Anahi voltou, a mesma possuía um sorriso de orelha a orelha, ela deixou a comida na mesa de jantar e me encarou alegre, que bicho da alegria a picou?

— Por que está sorrindo tanto?

— Encontrei o David Zepeda. - Dito isso foi para a cozinha.

  Era o que me faltava, ela está assim por causa daquele babaca? Sério que ela gosta dele?

  Ela voltou e colocou os pratos e talheres em seus devidos lugares, e depois trouxe dois copos e duas latas de refrigerante os colocando ao lado de tudo.

— Gosta dele? - Murmurei.

— Sim, ele é um ótimo ator.

—Ele é metido.

  Anahi me encarou.

— Sério? Não me pareceu isso...

— Além de metido, é esnobe.

— Ele foi super simpático comigo.

  Claro que ele foi, ele já está pensando em te levar para a cama.

— Não acredite em nada que ele falar, o mesmo parece ser mulherengo.

  Nossa Alfonso, você acabou de se descrever, que legal né?

  Anahi sorriu.

— Ele não me chamou para sair.

— E o que ele fez para te deixar toda felizinha? - Peguei meu prato.

— Apenas o disse que tinha uma amiga que era louca por ele e que gostaria de tirar uma foto, ele foi super legal dizendo que eu poderia trazê-la e que tiraria a foto com o maior prazer. Além de dizer que cada vez que me vê estou mais bonita. - Sorriu como se tivesse acabado de contar uma piada.

  Canalha!

— Hum... - Murmurei.

— Taco é tão bom. - Falou depois de da uma mordida.

  Quando a olhei mastigando me deu uma grande vontade de acaricia-lá, estou começando a ficar completamente louco.

— Por que quando estou aqui você prefere comer na mesa?

— Gosto de ficar confortável essas horas, por isso como na cama, mas quando está aqui fica melhor comer na mesa para assim conversarmos.

— Que bom que gosta da minha companhia - Sorriu.

— Não tem como não gostar de você. - Fui sincero.

  Ela desviou o olhar.

  Quando acabamos o almoço, mais uma vez ela insistiu em lavar os pratos, depois que terminou fomos para a sala e começamos a assistir um filme. Graças a Deus um certo alguém já tinha se acalmado.

— Quando é o seu aniversário? - Eu realmente queria saber mais sobre ela.

— Catorze de maio e o seu?

— Vinte e oito de agosto, o quê gosta de fazer? - Estava curioso.

— Depende, quando não estou no trabalho eu gosto de ler, assistir série, correr e muito mais, além de fazer doces e bolos quando tenho encomendas. - Deu um meio sorriso.

— Faz bolo? - Fiquei surpreso.

— Sim, e pelo que parece todos gostam, na verdade tudo o que cozinho. - Falou tímida.

— Sabe cozinhar?

— Sim, desde novinha.

— Aprendeu com sua mãe?

— Não. - Foi meio ríspida.

— Perguntei algo de errado?

— Não, apenas não quero falar sobre. - Falou sem me olhar.

  Assenti.

— Vai cozinhar alguma vez para mim?

— Quer que eu cozinhe?

— Se você quiser, sim.

  Ela sorriu.

— Ta bom, qualquer dia cozinho para você. - Levantou o dedinho como forma de promessa.

  E lembrei na hora de quando estava na ambulância e ela fez a mesma coisa.

— Por que você ergue o dedinho sempre que faz uma promessa?

— É a pink promise, faço isso desde pequena. - Sorriu igual criança.

— E o que eu devo fazer? - Sorri me contagiando com seu sorriso.

— Você vai ergue seu dedinho - Me auxiliou - A gente vai enrolar eles - Colocou o seu dedinho junto ao meu - E falar junto comigo pink promise. - Sorriu.

— Pink promise. - Falamos juntos.

— Espero que ninguém veja isso. - Disse brincando com ela.

— Ei, pink promise é coisa séria. - Sorriu abertamente.

    Passamos a tarde toda conversando, não me lembro de uma única vez que gostei tanto de ficar apenas conversando com uma mulher, Anahi era tão inteligente, doce e sincera. Ela falava sobre suas amigas, seu trabalho, as encomendas e algumas outras coisas que fazia desde pequena.

  Ela não era bela apenas na parte física e sim na parte intelectual também, e isso chamava atenção de qualquer homem que tenha pelo menos um neurônio para saber conversar.

  A tarde passou rapidamente, e quando Eddy e Zoraida apareceram eu tive que me segurar para não pedi que ela ficassem mais um pouco. Eddy sorriu para mim indicando Anahi com os olhos, não pude deixar de rir, ele me conhecia muito bem.

— Tchau bocó. - Zoraida bateu na minha cabeça de novo.

— Sério Zoraida, você devia parar de fazer isso na frente dela. - Sussurrei.

— Não mesmo - Sorriu - Vamos Any?

— Vamos. - beijou minha bochecha de novo - Boa noite Poncho.

  Seus lábios eram macios e ela era extremamente cheirosa.

— Boa noite, até amanhã.

— Nem vou dizer para tomar café de verdade. - Ironizou.

— Quando cozinhar para mim, eu tomo um café de verdade, prometo. - Ergui o dedinho.

  Anahi estreitou os olhos.

— Pink promise. - Sussurrei, assim apenas ela entenderia.

— Pink promise. - Ela apertou meu dedo e sussurrou também, isso agora seria algo nosso.

  Eddy e Zoraida se entre olharam com cara de quem não estava entendendo nada.

— Boa noite cara. - Eddy foi em direção a porta.

— Boa noite. - Observei todos saindo.

  A casa ficou em completo silêncio, agora tudo parecia chato e vazio sem ela.

  Como não tinha nada de melhor para fazer, resolvi voltar a trabalhar e só parei quando comecei a ficar com sono, deixei o computador no armário da cabeceira e deitei na enorme cama vazia.

  Zoraida como sempre estava certa, Anahi era uma mulher diferente, meiga, ingênua, sorridente e linda, ela não tinha noção nem de um terço da sua beleza, ainda mais com aqueles olhos azuis que brilhavam cada vez mais que tocava em assuntos que a deixava feliz.

  Sorri.

  Ela disse que me achava bonito... Será que ela pensa em mim como penso nela? Será que tinha vontade de me beijar também?

  Suspirei.

  Acho que Zoraida tem razão em mais uma coisa: Anahi Giovanna é muita areia pro meu caminhãozinho, mas uma coisa Zoraida não havia pensado, eu poderia muito bem fazer duas viagens.

  Sorri só de pensar nisso.

2/10

Almas OpostasWhere stories live. Discover now