Anahi Portilla
Alfonso saiu da sala como um raio de tão rápido, e Anna voltou a chorar no meu colo. O que mais me choca é a idade de ambos, ela é uma menina ainda não sabe nem um terço do que é vida, principalmente por ser rica, e um homem de vinte e um anos se aproveita disso e a ludibria ainda, ele pode ser preso! E o pior de tudo é que trabalha para o irmão dela. Esse homem tem o quê na cabeça?
— Ele me odeia! - Sussurrou.
— Claro que não, meu amor. Ele só está chocado, surpreso e... com raiva, mas ele te ama querida - Toquei no cabelo loiro dela - Te ama muito.
— Não deixa ele matar o Brayan, por favor - Pediu - Ele não fez nada demais, a gente se pega as vezes e só estamos esperando chegar meus dezoito anos, para não dar problema para ele.
— Acabou dando de qualquer forma - Falei com uma voz mais séria - Anna você só tem dezesseis anos e está grávida de um homem de vinte e um. Por que ao menos não se cuidou? Tudo bem você é nova, mas não justifica não se cuidar. E outra, pelo que falou ele é o mais errado da história em ter te convencido a não usar camisinha, e no que resultou? Em um bebê que não tem culpa nenhuma da irresponsabilidade dos pais. - Falei olhando em seus olhos.
— Na hora não parecia errado... - Murmurou envergonhada.
— Na hora nada parece errado. Agora terão que arcar com as consequências disso.
— Minha mãe vai ficar louca, Ruth vai ficar triste e meu pai vai querer que eu more com ele, coisa que eu não vou fazer de jeito nenhum.
— Não importa como vai ser a reação deles. O mais importante é como você e o Brayan irão cuidar desse bebê, como irão lidar com isso.
— Eu sabia que Alfonso ia surtar, por isso inventei que queria largar o colégio, meio que queria preparar o terreno com meu irmão.
— A sua prioridade agora é o bebê Anna.
— Eu sei.
— Terá que mudar seu comportamento, esse seu gênio rebelde. Terá que aprender a ser mãe.
— Eu estou morrendo de medo Any.
— Sei que assusta, mas nunca estará sozinha. Seu irmão irá estar com você, sua babá, sua família e eu também se quiser.
Anna me encarou.
— Obrigada Any - Sorriu - Mas minha mãe não irá estar ao meu lado, Alexandra é... diferente das outras mães, quando a conhecer irá odia-lá.
— Não odeio ninguém Anna. Ódio faz muito mal para qualquer pessoa.
— Vamos ver se você continuará pensando assim mesmo depois de conhecer minha mãe - Respirou fundo - Acho que a febre já passou com tudo isso.
Toquei nela e realmente não estava mais quente.
— Você dormiu de madrugada?
Ela negou.
— Não. Passei a madrugada vomitando.
— É melhor tentar dormir então. Descansar bastante, agora tem uma vida dependendo de você.
— É... - Concordou pensativa - Obrigada por ficar ao meu lado e por me defender do meu irmão.
— Não precisa agradecer.
Levantamos juntas e a deixei na porta do seu quarto desejando um bom sono. Voltei para o quarto de Alfonso, ele tinha aberto a janela e olhava para fora pensativo, com a cara mais fechada e irritada do mundo.
— Parou de passar a mão na cabeça dela? - Não me olhou.
— Alfonso! - O repreendi - Sua irmã está assustada, com medo e só quer que você fique ao lado dela.
— Para fazer essa criança ela não ficou com medo e nem assustada - Suspirou - Anahi ela está grávida! Meu Deus! Sabe qual foi o último presente de aniversário que ela me pediu? Uma enorme casa de boneca. Boneca! - Falou agoniado - E agora está esperando um bebê. - Negou.
— Agora ela terá que crescer de qualquer forma, e precisará do apoio do irmão dela. Então seja o irmão dela.
Foi a primeira vez que ele virou e me encarou.
— Eu não sabia que ela já tinha... - Respirou fundo - Apesar desse jeito rebelde e louca, para mim ela ainda era virgem... e agora está com um bebê dentro dela. Um bebê.
— Seu sobrinho ou sobrinha titio Poncho - Me aproximei dele vendo-o mais calmo e o abracei - Não é fácil ser mãe adolescente Alfonso, sua irmã irá sentir isso, pior ainda é não ter o apoio de quem ama, ela errou e terá que arcar com isso, mas ela irá aprender com tudo isso, o que já é suficiente.
Alfonso me abraçou apertado.
— O que eu faria sem você?
Sorri fechando os olhos.
— Só cuide da sua irmã como sempre fez.
— Vou fazer isso - Beijou minha testa - Vou fazer isso... - Repetiu - Any... você está tomando o seu remédio direitinho, né? - Perguntou hesitante.
Abri os olhos o encarando.
— Não se preocupe, eu me cuido muito bem, não será papai. - Garanti sorrindo da sua expressão preocupada.
Em resposta ele me apertou em seus braços.
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Almas Opostas
RomanceAlfonso Herrera é o multimilíonário mais cobiçado de toda Europa e América Latina. Em uma de suas muitas viagens à negócio acaba parando no México por um tempo. Anahi Portilla é uma mulher de vinte e dois anos e caixa de um supermercado. Sonha em a...