Capítulo 51

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Anahi Portilla

  Depois do café da manhã, pegamos um táxi e fomos até o hospital para tirar os pontos. Foi até bem rápido esse processo, o médico fez algumas pergunta e logo fomos liberados.

  Mas o nosso dia estava apenas começando, ainda teríamos um almoço com Zoraida e Eddy, e iríamos ainda comprar o tal carro que Alfonso insistia em comprar.

  Ele havia me dito que ao total tinha dez carros na sua casa, mas como o processo de transporte, segundo o mesmo, é mais caro do que um carro, preferiu comprar um novo.

  Ao chegarmos na concessionária, Alfonso escolheu o mais caro que tinha, só sei que era uma Lamborghini. O processo foi demorado, já que o mesmo queria pagar a vista e a concessionária não sabia como poderia fazer para receber tanto dinheiro. Mas no final, tudo deu certo e logo saimos.

  Desde que acordamos Alfonso havia dito que faria uma surpresa para mim, não falou sobre o que era, do que se tratava e muito menos para que. Mas sorria a cada dez minutos quando provavelmente se lembrava.

— Gostou dele? - Falou assim que entrou no carro.

— É lindo e um pouco extravagante.

— É? - Ficou surpreso.

  Ele estava tão acostumado, que não tinha a menor noção disso.

— Ele é lindo, mas você nele rouba a beleza. - Coloquei o cinto.

— Já está abastecido, estou com os documentos necessário e agora vamos para nossa última parada desta manhã. - Falou um pouco ansioso.

— Não vai mesmo me falar para onde vamos?

  Alfonso ligou o carro.

— Calma, logo você saberá - Piscou, dando partida - Espero que goste.

— O que está aprontando?

—Nada. - Sorriu.

  Em vinte e cinco minutos mais ou menos, ele entrou no campus da Universidade particular mais cara da cidade, a número um do país.

  Ela era enorme e a construção lembrava um lindo castelo.

— O que estamos fazendo aqui? - Olhei para ele tentando entender.

— Vamos conhecer a universidade. - Falou tranquilo.

— Por quê?

— Você verá.

  O que ele estava aprontando?

Esta Universidade oferece bolsas de 100%, 70% e 50%. Seria um sonho estudar aqui, mas infelizmente perdi a inscrição e quando fui atrás não tinha mais vaga para a prova do meu curso. Não teria mais vagas até o segundo semestre do próximo ano.

  Alfonso estacionou logo na entrada e saímos do carro. O semestre só começaria no próximo mês, por isso, a mesma se encontrava vazia.

— Sério, o que vamos fazer aqui?

— Vamos conversar com um amigo. - Segurou minha mão.

  Entramos no hall e fiquei admirada, tudo era muito lindo e sofisticado. Uma mulher, desejou boas-vindas e pediu para a seguirmos.

  Fomos até um corredor, ela parou na frente de uma porta e abriu para que assim passássemos. Logo que entrei, reconheci o reitor da universidade, Otto Caravelle.

— Bem- vindo senhor Herrera - Se aproximou da gente - Esta é a senhorita?

— Ela mesma. - Sorriu.

— É um prazer conhece-la senhorita Anahi. - Estendeu a mão simpático.

  Apertei sua mão meio desnorteada ainda.

— O prazer é meu. - Dei um leve sorriso.

— Por favor sente-se. - Pediu, enquanto voltava para sua cadeira.

  A sala era luxuosa, com decoração de madeira e estátuas com o símbolo da universidade. Ele atrás da mesa dava um ar de autoridade e poder.

  Alfonso e eu, nos sentamos nas duas cadeiras a frente da mesa.

— Anahi, você contou que era seu sonho cursar medicina, mas que infelizmente ainda não tinha conseguido. Quando fala da medicina seus olhos brilham e eu notei que esse curso era sua paixão, então, eu liguei para essa universidade e...

— Não - O cortei séria - Não vou deixar você pagar esse curso, de forma alguma. - Completei.

  Caramba, isso chegava até ser um absurdo.

  Alfonso e Otto se olharam.

— Eu imaginei que ia dizer isso, então, pedi para abrir uma vaga especialmente para você poder fazer uma prova, assim quem sabe conseguir uma bolsa.

— Senhorita Anahi, temos vagas para todos os cursos, menos para Direito e Medicina, estamos com todas as turmas cheias - Explicou - Mas quando o senhor Herrera ligou e pediu para abrir uma exceção para você, não pude negar esse pedido.

— Isso quer dizer o quê? Vou fazer a prova? - Estava chocada.

  Alfonso pediu e ele fez?

  Isso provava que ele tinha muito mais que dinheiro, também tinha poder, e assim fazia o que quisesse.

— Sim. Pedi para o senhor Herrera trazer-la aqui para podermos assim, marcar a data e a hora que irá fazer a prova - Começou a mexer no computador - Poderia ser na próxima semana?

  Olhei para Alfonso.

— Se eu fizer essa prova e ganhar a bolsa de 50% ou 70%, não quero que pague nada para mim, Ok? - Deixei claro.

— Ok. - Falou sério.

— E também quero estar presente na hora da correção, não quero que alguém se confunda e corrija tudo certo. - Olhei para Alfonso expressiva e ele entendeu.

— Ok. A senhorita estará presente como assim deseja. - Otto sorriu.

— Na próxima semana está ótimo para mim, na sexta-feira.

— Às 19:00?

— Está ótimo.

— Perfeito, estarei lhe aguardando - Levantou - Por favor deixem que eu apresente a universidade para vocês. - Pediu.

  O reitor fez questão de mostrar cada cômodo, o tour durou mais ou menos uma hora. Nos despedimos dele e saímos da universidade.

— Gostou da surpresa? - Me pressionou na porta do carro.

— Poncho... isso foi incrível. Obrigada - Olhei em seus olhos - Obrigada de verdade. - O abracei pelo pescoço.

— Você é inteligente, sei que vai ganhar 100% - Sorriu - Seus olhos estão brilhando muito.

— É meu sonho essa universidade. Mas me promete uma coisa? - Pedi baixo.

— O quê baby?

— Não quero que faça nada para que eu ganhe 100% da bolsa, por favor.

— Não vou fazer. Pink promise. - Juntamos os dedinhos.

  Ele me deu um beijo de tirar o fôlego, longo, delicioso e irresistível. Estávamos apaixonados.

  Éramos duas pessoas apaixonadas. Completamente apaixonados um pelo outro.

Almas OpostasWhere stories live. Discover now