Capítulo 57

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Alfonso Herrera

  Ignorei meu celular tocando mais uma vez, enquanto encara a parede morrendo de raiva. Ainda não consigo acreditar que Anahi tinha namorado, ela mentiu descaradamente olhando no fundo dos meus olhos.

  Tinha chegado tão estressado em casa que a única coisa que fiz foi beber. Além de ficar pensando em Anahi com outro, beijando outro, amando outro, gemendo por outro... me deixou corroído de raiva.

  Joguei um copo de whisky com toda força na parede, o mesmo se estilhaço no chão.

  Eu fui um grande palhaço dessa história, e pensar ainda que queria algo mais sério, que finalmente havia encontrado alguém.

  Durante a manhã de segunda-feira, ignorei tudo que poderia me conectar com Anahi. Eu sei que estou sendo muito infantil em fazer isso, mas eu me senti ludibriado, a primeira vez que eu realmente estava me entregando aos sentimentos veio essa enxurrada de mentiras.

  Estava na sacada do meu prédio olhando a vista quando a vi chegar e conversar com Seu Nicolau, pelas minhas contagens ela ficou mais de vinte minutos lá embaixo, enquanto o meu interfone tocava loucamente. Resolvi atender.

— Seu Nicolau, fale que não estou aqui. E não a deixe entrar. - Não o dei direito de resposta, já que desliguei o interfone logo depois.

  Voltei para a sacada e depois de alguns minutos a vi ir embora. Eu queria loucamente descer e beija-la, mas meu orgulho não me permitia. Eu fui traído por uma linda mulher de olhos azuis.

  Entrei e resolvi tomar mais whisky, mas mais uma vez ao invés de guarda o copo o joguei conta a parede com força. Fui tomar banho descido a esquecer aquela mulher, ao sai percebi que havia um bilhete no chão da porta da sala, perto dos cacos de vidro do copo de whisky.

Todo mundo tem direito a uma defesa, se quiser ouvir a minha vem até a minha casa. Se não aparecer, vou saber que acabou o que estava rolando entre nós dois.

- Anahi

  Mais em baixo tinha o endereço dela e a hora em que eu poderia aparecer.

  Queria explicar o que? Tudo estava muito claro, ela enganou, mentiu para mim quando perguntei quem ele era, saiu até para jantar depois que saiu daqui. Será que eu era tão trouxa ao ponto dela achar que eu cairia no papinho novamente?

  Que raiva!

  Estava com tanto ódio que rasguei o papel e o joguei no chão, o juntando aos cacos dos copos.

  Tentei me concentrar no trabalho, mas era impossível. Aquela mulher não saia dos meus pensamento, muito menos o que havia escrito no bilhete.

  No fundo, eu realmente queria saber o que ela iria falar para mim.

  Mas a pergunta é: Eu poderia dá essa defesa para ela?

  Meu celular tocou e pela vigésima não sei quantas vezes era Zoraida. Ia deixar tocando, mas algo no meu interior me mandava atender.

Finalmente o babaca atendeu - Gritou - Quero te matar Alfonso!

Fala logo, o que quer?

Já conversou com a Anahi?

Não.

Alfonso, não é nada disso que você está pensando - Falou mais doce - Foi tudo um mal entendido.

É isso que ela fala.

Mas é a verdade, conversamos ontem mesmo e ela me explicou tudo. O que custa ouvir a menina? Ela ficou tão triste, tão chateada por você não querer ouvi-la, até chorou.

  Senti um aperto no meu peito ao saber que ela estava assim.

  Suspirei.

Ela veio aqui e deixou um bilhete para eu ir na casa dela... Quer um direito de defesa.

Você vai?

  Demorei alguns segundos para responder.

Sim. Quero ouvir o que ela tem para dizer. - Murmurei.

Se dissesse que não, eu ia te amarrar e leva-lo a força seu bocó.

  Revirei os olhos.

Tchau Zoraida! - Desliguei.

  Passei o resto do dia apenas sobrevivendo, não aguentava esperar dar a hora exata para ir ao seu encontro. O engraçado é que quando queremos que a hora passe rápida, ela é tão rápida que parece uma lesma.

  Quando deu a hora, coloquei seu endereço no GPS e arranquei com o carro. Vinte e cinco minutos depois, parava em frente a um prédio azul.

  Desci do carro olhando em volta, e entrei no prédio procurando o número do apartamento de Anahi. Conforme andava, a ansiedade batia mais, não sei como reagiria a olha-la frente a frente, de longe eu já queria agarra-la, imagina a centímetros de distância. Não foi muito difícil achar o apartamento dela e logo estava tocando a campainha, não demorou muito e abriram a porta.

— Desculpa, acho que errei o apartamento - Falei vendo um cara sem camisa.

  Isso que da rasgar o papel e só se recordar do número 36, poderia muito bem ser o 06 e eu estar me confundindo.

— Está procurando quem?

— Anahi Portilla, sabe qual é o apartamento?

— Errou não cara, Anahi mora aqui mesmo. - Me encarou.

— Ela está? - Cruzei os braços.

— Está sim, mas ta no banho. - Passou a mão no cabelo e sorriu.

  Olhei para o cara sem camisa e assimilei o que tinha dito.

  Respirei fundo e dei meia volta para sair o mais rápido possível daquele prédio, aquele cara só poderia ser o tal Christian.

  Burro! Idiota! Palhaço!

  Era claro que ele era o tal Christian, namorado dela. Se não fosse, porquê ele estaria tão a vontade? Sem blusa, calça mostrando a cueca, descalço.

  Parabéns Alfonso, foi enganado mais uma vez, seu idiota de merda.

— Está vindo da casa da Anahi? - Uma senhora falou da janela.

— Estou sim.

— Agora eu vi mesmo, os cliente virem em sua casa em uma hora dessas. Já não basta deixarem todos os dias ela aqui de carro - Negou - Esse prédio é de família, ok rapaz?

— Clientes?

— Não se faça de sonso meu filho, sabe muito bem que essa mulher é da vida - Torceu a boca - Todo dia tem um entre sai de homens naquele apartamento. Qualquer dia desses vai dá confusão com tanto de homem que vem aqui. - Negou.

  Precisei de um minuto para entender o que aquela senhora falou.

  Não esperei ela falar mais nada e sai do prédio desnorteado.

  Anahi é garota de programa?

Almas OpostasWhere stories live. Discover now