Capítulo 82

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  Assim que chegamos em casa depois do leilão, no dia anterior, contei à Alfonso sobre o tapa que dei na mãe dele e sobre Velasco. Em relação a mãe dele, ele me entendeu mas mesmo assim pedi desculpas à ele, afinal, era a mãe dele. Já em relação ao Velasco, Alfonso não gostou nada de saber que o professor vêm flertando comigo já tem um tempo e que eu não disse nada.

  Mas veja bem, no começo não era nada demais, mas depois foi ficando mais sério, Alfonso era ciumento e eu não queria confusão, por isso, naquela noite no leilão deixei claro para Velasco que nunca íamos ter nada, mas Alfonso me encontrou e percebeu na hora que ele estava a fim de mim.

  Enfim, ele pediu para que eu não fizesse isso novamente e que se Velasco não parasse, ele mesmo ia fazer meu professor parar. E era por isso, que eu não falei nada antes, não ia deixar uma confusão acontecer, já basta de confusões com a mãe e o pai dele.

  Mas ele poderia ficar relaxado, porque desde da minha conversa com Velasco, ele tinha mudado. Não me elogiava mais ou falava da minha vida pessoal e nem me dava atenção demais como antes, a única coisa que não mudava era os olhos azuis em cima de mim.

  Mas isso eu já não podia fazer nada.

  Os olhos eram dele, ele tinha o direito de olhar para quem quisesse.

— Estou com fome. - Anna comentou.

— Você comeu bem no café.

— Mas continuo com fome.

—Espera o almoço. Vou fazer algo bem saudável para vocês.

— Te amo Any. - Sorriu.

— Também te amo Anna. - Sorri guardando as louças - Anna... Alfonso me disse que todos os Herrera de sangue tem um sinal pelo corpo, mas não vejo o seu.

— Verdade. Richard, o tarado do meu pai, nasceu na coxa, Alfonso nasceu na bunda, Alfredo na nuca, Albert na costela e eu no seio direito. - Dessamarrou o laço do biquíni e me mostrou o pequeno sinal que lembrava demais uma folhinha de uma árvore. - O sutiã esconde muito bem.

— Eu acho fofo esse sinal. - Sorri.

— Esse sinal pode nascer em qualquer parte no corpo. - colocou de volta o biquíni e o amarrou - E só os Herrera realmente de sangue têm, só a família sabe disso, a mídia não tem nenhuma noção disso.

— Todas as vezes que olho esse sinal, tenho a sensação que já vi um desse, mas não consigo me lembrar. 

— Pode ter visto um parecido.

  Neguei.

— Não. Tenho certeza que era esse mesmo. - Neguei - Mas não lembro onde ou em quem.

— Bom, se lembrar você me diz. - Sorriu - Pode ser meu irmão perdido. - brincou.

  Mordi os lábios e sorri em seguida pensativa.

Alfonso Herrera

  Entrar em bancos me dava calafrios, vinha tudo na minha mente, cada detalhe do assalto, foi o pior dia da minha vida, mas ao mesmo tempo o melhor, porque conheci Anahi. Não fui ao mesmo banco que do assalto, fui em outro da mesma agência, mas em local diferente.

  Percebi paparazzi do outro lado da rua quando entrei no banco. Foi um milagre não terem descoberto que fui uma das vítimas daquele assalto, era por isso que não queria falar que estava no México, enquanto não contasse nada, poderia viver com privacidade, agora que contei minha privacidade acabou.

  O gerente me atendeu com bajulações, tentei descobrir se eram eles que estavam tirando o dinheiro que estava vinculada à agência, mas ele me entregou todos os comprovantes de todos os saques que a própria agência tirava da conta, eram apenas taxas da conta, nada fora do normal.

Almas OpostasWhere stories live. Discover now