Desculpa o Exagero

Não Quero

Camila POV

Eu queria dizer que chorei pela descoberta, mas não fiz isso, é como minha mãe falou, meu verdadeiro pai foi e sempre será o David, ela perguntou se eu queria que ela fosse comigo falar com o Charlie, minha resposta foi a única possível, não, porque eu não quero conhecê-lo como pai, eu vou ignorar esse pequeno grande fato, passei 18 anos sem saber disso, e o Charlie também, quanto aos meus avós, por eles, ou apenas o Alan, não sei ao certo, eu não teria nem vindo ao mundo, então mais um motivo para eu esquecer o laço sanguíneo, e não querer aproximação da família Weber. Posso dizer que o Rogers surtou mais que eu, ele até chorou, e só se acalmou porque eu disse que estava tudo bem, que aquilo não me abalaria. Só uma coisa me preocupa, a Lauren, ela parece não ter recebido essa notícia muito bem, passei a noite tentando entrar em contato com ela, mas não consegui, o dia amanheceu e anoiteceu outra vez, e nada dela, liguei, mandei mensagens, mandei até recado pela Mani, já que provavelmente ela foi trabalhar hoje, mas comtinuei sem respostas, só me falta mandar uma carta, mas estou cansada de esperar, o dia acabou de amanhecer outra vez, me vesti pra ir a escola, mas antes vou passar na casa dela, foda-se se o seu marido estará lá, ela vai ter que me atender. Estacionei minha moto em frente a garagem e desci, me olhei no pequeno retrovisor, faz tempo que não me sentia não insegura pra ver a Lauren, estou vestida com o uniforme do colégio, que nada mais é que uma calça com o brasão do colégio, uma camisa branca e por cima está o blusão, da mesma cor da calça. Puxei o ar para os pulmões e fui até a porta, bati duas vezes e esperei, assim que ouvi passos perto da porta, eu coloquei um sorriso no rosto, provavelmente é a Lila, mas pra minha infelicidade não era ela, tampouco a Lauren, era ele, o Charlie, meu pai, desfiz meu sorriso, e automaticamente dei um passo pra trás, como se algo tivesse me puxado. Ele está de terno, não sei se vai sair ou acabou de chegar, em seu rosto surgiu um falso sorriso, que fez meu estômago embrulhar, contra minha vontade meu corpo teve reações ao vê-lo, e sabendo agora que é meu pai, engoli todo misto de emoção que me subiu, e sorri, mas não pra ele, pra Lauren que acabou de surgir no topo da escada.

— Olá, Camila. - Ele falou me analisando.

— Olá, sócio. - Sorri forçadamente e entrei, mesmo que ele não tenha se movido.

— Sócio? - Me olhou, ainda segurando a porra aberta. - Como assim? Você se perdeu é?

— Não, vim falar com a nossa mulher.

Ouvi Lauren tossindo, e se aproximou rapidamente.

— Minha mulher, você quis dizer.

— Não, eu quis dizer nossa mesmo.

— O que diabos ela está falando? - Perguntou impaciente olhando pra minha namorada.

— Camila gosta de brincar, você sabe. - Me olhou com uma cara de "para, por favor" e depois olhou pra ele novamente. — Você pode nos dar licença? É coisa rápida.

Ele me olhou com raiva, me mostrei também irritada, ele bufou e saiu da sala.

— Palhaço. - Murmurei.

— Camila, o que faz aqui? - Lauren segurou em minha mão e me puxou pra fora.

— Não é óbvio? Se você não me respondeu, eu vim pessoalmente.

— Desculpa por isso, eu ia responder hoje, eu precisava de um tempo.

— Tranquilo. - Tentei selar nossos lábios, mas ela me afastou olhando para os lados. — O que foi?

— Como assim o que foi? - Passou as mãos na roupa, como se estivesse suando, pela forma que está vestida ela vai para o Baxter hoje. — Tudo Camila, meu marido é seu pai, e eu estou surtando com isso.