Camila

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Camila POV

— Acorda, seu babaca. - Falei jogando um edredom no meu irmão que ainda dorme.

—Sai fora, pirralha, me deixa em paz.

Bufei e procurei outra coisa no chão para jogar nele, achei um sapato, peguei e joguei, mas calculei mal e acertou em cheio na sua cabeça

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Bufei e procurei outra coisa no chão para jogar nele, achei um sapato, peguei e joguei, mas calculei mal e acertou em cheio na sua cabeça.

— Fodeu. - Falei já correndo pra porta.

— DESOCUPADA! - Gritou irritado e se sentou na cama. — O que você quer?

Sorri sem graça, ainda me protegendo atrás da porta, apenas com a cabeça dentro do quarto.

— Minha moto deu pau, quero que você veja o que é.

Ele ficou olhando pra mim, com a cara de sono, e o cabelo loiro todo bagunçado, cabelo esse que ele puxou ao nosso pai, igualzinho. Em um ato rápido ele pegou o sapato e atirou em mim, por pouco consegui me afastar a tempo, meu coração acelerou e eu caí na risada, ouvi ele rindo dentro do quarto também, então segui para a cozinha, porque com certeza logo ele virá me ajudar.

Rogers é mais velho que eu 7 anos, ele tem 25 e eu tenho 18, recém completado. Moramos em Miami há 8 anos, somos do Brasil, mas alguns problemas nos fizeram vir para a América, dentre esses problemas, o financeiro, não mudou muita coisa, mas pelo menos é melhor que lá, minha mãe, Sinu, é professora e meu irmão trabalha em uma oficina, eu apenas estudo, estou no último ano do colegial, e não sei se isso é bom ou ruim, afinal, como meus amigos costumam dizer, eu tenho o espírito livre, gosto de festa, gosto de beber, gosto de fumar uns baseados vez ou outra, gosto de dançar, e principalmente, gosto de cantar, essa é a minha maior paixão, e se o Dono do universo quiser, um dia vou ganhar dinheiro com isso, porque eu não me vejo trabalhando em outra coisa, me coço toda só de imaginar. Ah! E mais uma coisa, sou apaixonada pelas músicas do meu país natal, mas tem um cantor em especial que me tem de todas as maneiras, Cazuza, e isso me rendeu o codinome de Exagerada, e claro, fico lisonjeada.

— Bom dia. - Rogers apareceu na cozinha já vestido para seu trabalho que inicia daqui alguns minutos. — Cadê as chaves daquela tua porcaria?

Nossa mãe riu ao ouvir, e eu também teria feito isso, se não estivesse com a boca cheia. Apontei as chaves sobre a fruteira, ele pegou e saiu para fora com elas.

— Quando vocês vão começar a se tratar como gente? - Sinu perguntou se levantando da mesa.

— Nunca. - Me levantei também, tomei o resto do suco e fui até ela. — A gente se entende assim. - Deixei um beijo em seu rosto. — Vou pra aula, até mais tarde.

Ela resmungou algo sobre eu supostamente não ter comido direito, ela não entende que para eu continuar sendo líder de torcida, tenho que manter a forma física, não que eu faça questão em fazer parte do grupo, mas é o que garante minha bolsa de estudo no melhor colégio de Miami, então...

— Achou o problema?

— O ponto é achar onde não tem problema aqui. - Me olhou por cima dos ombros. — Você precisa de uma moto nova.

O que minha moto tem de beleza, tem de problemas mecânicos.

— Verdade. - Parei ao lado dele, me abaixando para ver onde ele mexe, não que eu entenda, apenas por curiosidade. — Vamos roubar uma juntos?

Ele riu e bateu em mim com o cotovelo, me desequilibrei e quase caí pra trás, mas ele me segurou antes disso.

— Babaca. - Resmunguei ficando de pé.

— Acho que agora vai. - Colocou a chave na ignição e deu a partida na moto, ela ligou de imediato e eu sorri. — Pronto, babaca. - Virou-se para mim. — Dirija com atenção e boa aula.

— Pode deixar.

Deixei um beijo molhado em seu rosto e me afastei, ouvindo ele reclamar, mas essa foi exatamente minha intenção, então eu sorri. No caminho, ao parar em um sinal, notei Dinah, uma das minhas amigas da equipe de torcida, e ficante. Ficamos conversando, até um atazanado ficar buzinando, então para evitar estresse, eu saí dali sem sequer olhar para trás, como uma pessoa está estressada às 7h da manhã? Deus! Certeza que era falta de sexo.

*****

As minhas aulas são pela parte da manhã, e três dias na semana, na parte da tarde, nós ensaiamos alguns passos de danças e hoje é um desses dias.

— Jane. - Chamei ao me aproximar. - Me ajuda a fechar essa saia. - Fiquei de costas.

— Agora mesmo. - Levou a mão ao zíper e começou a subir lentamente. — Que visão é essa aqui?

— Para de ser tarada e sobe logo.

Ela riu.

— Tá bom, chata. - Subiu o zíper até o final e antes de se afastar deu um tapa na minha bunda. — Aguardando nosso próximo fica, estou em abstinência sexual.

Olhei pra ela e mostrei o dedo do meio, o qual ela devolveu de imediato. Eu ia responder, mas o som irritante do meu celular me impediu.

— Fala, bab...

— Mila, a mãe passou mal. - Rogers falou de imediato, cortando minha fala. — Estou aqui no Baxter com ela, mas preciso voltar para a oficina, por causa do meu chefe, venha pra cá!

Nem respondi, puxei minha bolsa do chão, e corri para fora da quadra, sem nem mesmo falar com a treinadora ou mudar de roupa.

•••••

Notas:

1 nossa camilinha ai

Desculpa o ExageroWhere stories live. Discover now