CAPÍTULO 8

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Erick abre a porta, me possibilitando ver o que há dentro do quarto, e me olha esperançoso, esperando para ver qual é a minha reação.

— Uau. — sussurro, entrando e girando sob os meus calcanhares para olhar ao redor.

Espalhados pelo quarto, há uma enorme quantidade de jogos, mesas e máquinas que eu nem sequer reconheço. No canto direito, logo quando entramos, há uma mesa de sinuca, com as bolas arrumadas em um triângulo no centro e com dois tacos ao lado. Na parede perto da mesa está um suporto que guarda mais outros três tacos e ao lado, um pequeno quadro que marca a pontuação. No canto esquerdo há outra mesa no meio, dessa vez com pequenos homenzinhos controlados por oito barras de cores diferentes, quatro de cada lado. Ao lado dessa mesa, próximo da parede, há uma máquina de pinball e do Pac-Man's. Ainda do outro lado, uma mesinha redonda com jogos de tabuleiro está rodeada por quatro cadeiras, todas elas de estilo rústico. E no centro da parede, uma enorme televisão com fios conectados a um game e dois pufes grandes de frente para a tela. Ao lado deles, há alguns controles, um óculos enorme e meio estranho e até uma arma, que espero que seja de brinquedo. As decorações nas paredes são de alguns pôsteres de jogos antigos e atuais e algumas plantas. Há uma porta de vidro que leva até uma sacada. O lugar é bem iluminado e claro e transmite uma sensação de alegria e bem-estar.

Passo meus dedos pelos pequenos homenzinhos presos, enquanto Erick permanece atrás de mim.

— Esse lugar é incrível. — digo, e o vejo sorrir pelo elogio.

— Que bom que gostou. — fala, se aproximando e mantendo as mãos nos bolsos da calça. — Mandei fazerem esse quarto como uma distração dos dias estressantes de trabalho. As paredes foram feitas pra que as pessoas de fora não ouçam o que acontece aqui dentro. E, apesar de ser sempre só eu, é bom relaxar.

— Como assim só você? — pergunto.

Erick se apoia com o quadril na mesa ao meu lado.

— Além de mim, ninguém nunca veio aqui. — olho para ele, chocada, e Erick ri. — É, você é a primeira que eu trago pra cá.

— Quer dizer que você nunca jogou esses jogos? — falo, apontando para as duas mesas no centro.

— A de sinuca costumo jogar sozinho, mas a de pebolim eu não inaugurei ainda. — responde, dando a volta e parando do outro lado, ficando de frente para mim. — E aí, aceita o desafio?

Ele gira uma das barras do jogo, fazendo os homenzinhos girarem também.

Sorrio e agarro as que estão do meu lado.

Erick me explica como funciona o jogo, que preciso impedir que a bolinha branca não entre no meu gol girando os jogadores, ao mesmo tempo em que tento fazer gol no dele, e logo nós começamos a jogar. Ainda bem que o quarto é a prova de som, pois a mesa faz bastante barulho.

Nós passamos um bom tempo jogando, até que desisto ao ver que sou muito ruim. Estou perdendo de lavada para Erick e sequer fiz um ponto.

— Você vai desistir, sério? — pergunta ele, rindo.

— Você não quer que eu desista só porque está ganhando. — resmungo, percebendo que eu, talvez, seja um pouco competitiva.

— Ok, foi mal, desculpe por ser tão bom. — fala, parando ao lado da mesa de sinuca. — Vamos jogar essa agora, que tal?

— Eu nunca joguei isso. — falo, me aproximando dele.

Uma Nova Chance Where stories live. Discover now