— A minha sala, segundo o e-mail que recebi, fica no terceiro andar e o seu no quarto, prefere ir de escada ou de elevador? - Me encarou.

— Elevador... - Olhei para os três elevadores que chegava a fazer fila com o tanto de pessoas a espera - É melhor de escada, assim fazemos um exercício e não perdemos tempo.

  Maite sorriu enquanto íamos para a enorme escada que também estava cheia, pessoas subiam e desciam apressadas, o primeiro dia sempre era uma loucura em qualquer lugar.

— Eu acho lindo como o Poncho está sempre te elogiando, e como a Anna gostou de você em tão pouco tempo - Começou a falar - Aquela garota te chamou para ser madrinha do bebê dela, tem noção do quanto ela gosta de você? - Me olhou rapidamente - É até capaz dela ficar contra o irmão e ao seu favor em qualquer situação.

— A Anna é incrível. Eu adoro aquela garota e fico tão feliz e aliviada por ela gostar assim de mim. - Sorri.

— Uma da família você já ganhou, agora só falta o resto.

  Andamos por um longo corredor até começarmos a subir as escadas novamente. Em todo canto tinha grupos de pessoas, rindo, conversado, mexendo no celular e alguns com expressões de perdidos igual a nós duas.

— Não sei, mas algo me diz que com os pais dele vai um pouco mais difícil. - Confessei olhando para ela.

— Por que?

— Porque eu...

— Cuidado! - Falou um cara cheio de livros descendo apressado, não percebi que ele estava tão em cima que acabei batendo de frente com ele fazendo alguns livros caírem nos meus pés.

— Meu pé...- Gemi de dor tirando os livros pesados de cima de mim.

— Me desculpe moça, de verdade me desculpe! - Pediu apressado sem me olhar juntando os livros.

— Tome mais cuidado! - Maite falou com raiva - Poderia ter machucado de verdade a minha irmã, seu idiota!

— Eu sei, desculpe... - Levantou com os livros novamente em mãos - Desculpe mesmo, não tive a intenção de machucar a sua i... - Me encarou com os olhos azuis brilhantes - Irmã.

— Tudo bem. Só cuidado na próxima, você também pode acabar se machucando assim. - Disse enquanto ele ainda me encarava fixamente.

— Ei moço, planeta Terra chamando. - Maite estalou os dedos.

— Desculpe! - Piscou rapidamente - Você está bem?

— Sim. Foi nada demais.

  Ele me olhava de um jeito estranho, parecia que queria ler minha alma. Tinha um jeito desengonçado, mas era elegante, era alto, loiro com os cabelos penteados para trás, possuía olhos azuis um pouco mais escuros que os meus, usava roupas sociais e aparentava ter entorno dos vinte e cinco anos. Não poderia negar, ele era um pouco atraente.

  Assim que um sinal tocou, percebemos que as pessoas começaram a entrar em suas respectivas salas. Acho que era um sinal estilo de escola avisando que está na hora de entrarmos nas salas.

— Só cuidado moço... vamos logo, não podemos nos atrasar no primeiro dia - Maite me puxou para volta a subir - Ele é até atraente, mas muito desastrado - Sorriu - Mas o mais engraçado foi ele completamente hipnotizado por ti, te falei que esses olhos azuis arranca suspiros de qualquer um. E Brayan tinha razão, você está arrasando corações.

— Não viaja May.

— Fico por aqui - Parou na frente de uma sala - Boa aula e boa sorte! - Me abraçou.

Almas OpostasWhere stories live. Discover now