XII - Te conhecendo de novo

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Ele abriu um sorriso iluminado, e vê-lo ali, sorrindo, fez com que eu me sentisse flutuando. Luke hesitou por um segundo antes de vir calmamente em minha direção.

— Olá, Meli — disse, parando cerca um metro longe de mim.

Eu conseguia sentir meu coração ressoando loucamente dentro do peito. Ele era a única pessoa no mundo inteiro que me chamava de Meli. Ouvir aquilo foi como uma sinfonia em meus ouvidos.

— V-você... — estava tão atônita que não era capaz de raciocinar aquilo, passei as mãos no cabelo, tentando me acalmar — Dio mio... você... você está vivo?

Senti as lágrimas caindo, mas eu não me importei em segurá-las. Esqueci de Percy, esqueci do ciclope, esqueci de tudo a minha volta. Eu só conseguia encarar o rosto de Luke, como se aquilo fosse uma miragem, porque grande parte mim ainda acreditava piamente que era.

Tomei coragem e dei um passo à frente, tocando cautelosamente seu braço. A sensação de meus dedos encostando sua pele, provando que aquilo era real, fez com que minhas pernas cambaleassem.

Era ele mesmo, em carne e osso. Ele estava ali.

Não pensei duas vezes antes de pular nele e me atracar com força em seu pescoço, como se ele pudesse se esvair dali. Senti suas mãos me envolvendo em um abraço apertado.

Era Luke, ele estava diferente, mais musculoso e com um olhar cansado, mas ainda era ele. Seu perfume com canela e ébano adentrou em meu nariz, fisgando de minhas memórias algumas lembranças nossas, me trazendo uma sensação de segurança que eu não sentira durante os últimos dois anos.

Me soltei de seu pescoço e voltei meus pés ao chão, encarando seu rosto em busca de respostas.

— Como? Como... o que aconteceu? — eu estava tão aturdida que minha voz saiu desafinada.

Ele passou a mão em minha bochecha, enxugando minhas lágrimas. Seu toque quente em minha pele fez com que meu coração desse piruetas triplas em meu peito.

— Eu precisei ir, Meli — sua voz era terna e soava como uma melodia saudosa em meus ouvidos – Precisei ir embora para longe. Sinto muito.

Abri meus lábios em um sorriso bobo, admirando seu rosto radiante, como se fosse algo raro. Recostei minha cabeça sobre seu peito, enlaçando minhas mãos em sua cintura.

— Você está vivo Luke — funguei — Mi sei mancato tanto. (eu senti tanto a sua falta)

Mi dispiace per questo (me desculpe por isso) — ele depositou um beijo em minha cabeça — Não cabe em palavras o quanto senti sua falta — uma risada perpassou seus lábios — Parece até que você cresceu um pouco.

Davvero? (sério?)

— Não — seus olhos brilharam ao ver minha reação — Continua a mesma batatinha de antes.

Bufei, fingindo indignação e voltei a abraçá-lo, agradecendo mentalmente por aquilo. Meu amigo estava vivo, estava ali. A coisa pela qual eu mais rezara nos últimos dois anos estava acontecendo. Luke estava de volta. Eu me sentia como em um sonho, o mais incrível dos sonhos, daqueles que te fazem nunca mais querer acordar.

— Tenho tanta coisa para te contar — me separei dele e segurei em seus cotovelos — Sério, é tanta coisa que você não vai acreditar.

— Eu imagino, Meli.

O encarei por mais alguns segundos antes de pensar por onde iria começar a atualizá-lo sobre minha vida. Começaria pela parte mais louca, a que eu mais queria que ele soubesse e que mais precisava da sua ajuda.

(Sobre)vivendo ao novo │✔│Where stories live. Discover now