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Luana 🧚🏼‍♀️

Por fora eu tava xingando o menino, mas por dentro eu estava rindo que nem uma boba da cena, de como aconteceu e da forma que ele jogou o whisky em cima dela, sem se importar com mais nada.

A gente tava pra ir embora quando encontramos a Andressa, minha quase prima. O pai dela é irmão do meu, porém, o pai dela foi adotado pela minha vó que mora lá em Belo Horizonte.

Daí por essas e outras, como começando que meu pai fala que quando minha vó resolveu adotar o Pedro, meu pai perdeu o direto de ter 100% da herança já queria filho único. Além disso, eles vivem brigando, por isso não convivemos, e eu também fico de fora porque não faço questão, algumas vezes que fomos pra casa da minha vó em Bh percebi olhares maldosos do Pedro pra mim, então só agradeço por ficar longe.

Já a Andressa era bem mais distante da família, até acho que nem de mim ela gostava. A gente se encontrava poucas vezes e em lugares distintos, mas a Alice gostava muito dela e quando a gente ia embora ela apareceu, então a Alice decidiu curtir com ela, mas por mim eu já teria ido embora.

O show já tinha acabado e só tava um dj que tocava funk, eu não gostava nenhum pouco disso. Decidi ir da uma volta pelo local quando percebi que podia subir as escadas e tinham algumas pessoas fazendo isso, então eu fui subindo as escadas e alcancei a varanda.

Achei a vista incrível, a iluminação da varanda incrível e a visão do mar linda. Respirei aliviada por me sentir confortável ali e fui caminhando em passos lentos até a beirada, onde possuía a grade. Aqui tinha no máximo umas dez pessoas, só dois casais e o resto várias meninas fumando alguma coisa, mas todas pareciam ser da zona sul.

Me encostei na grade observando os detalhes do Rio de janeiro de noite e fiquei pensativa, aos poucos todo mundo ia embora e quando eu percebi, só tinha uma pessoa aqui fumando, virei o rosto calmamente e vi ser o menino que jogou bebida na Alice, desviei o olhar e continuei na minha. 

Meus cabelos voavam pro lado por conta do vento, eu sentia um pouco de frio mas estava bem ali e só queria ficar quietinha por alguns minutos.

Quando me virei pra ir embora vi que o homem estava me olhando, olhei pra ele vendo a fumaça sair de sua boca e ele permanecer na mesma postura.

Luana: Perdeu alguma coisa aqui? - Falei virando pra encarar ele.

— Tá incomodada? - Concordei.- Então sai do meio da vista, garota.

Luana: Olha o tamanho dessa varanda, com toda certeza sou eu que estou atrapalhando a vista.- Debochei revirando os olhos e ele jogou o cigarro no chão, pisando no mesmo.- Eu iria te dizer que tenho a impressão de te conhecer, mas você é totalmente sem modos pra fazer parte da minha lista de conhecidos.

— E por que passou pela tua cabeça que eu quero fazer parte da lista? A tua bola tá aqui de tão alta- Fez gestos, enquanto caminhava na minha direção.- Eu nunca vi alguém tão chata assim pô, então impossível a gente se conhecer.

Luana: Passei menos de cinco minutos com você e já tive o desprazer, imagina só...- Revirei os olhos e ele parou de andar na minha frente, ele era mais alto do que eu e eu olhei um pouco pra cima, pra encarar o seu rosto.

Ele exalava perfume forte e cheiroso, aqueles de típicos homens que não valem um real, mas eu só sabia disso por conta da Alice, porque eu só ficava com gente maneira antes de namorar.

— Se eu joguei uma bebida na cabeça de uma mina que eu nem conhecia na frente de geral, imagina o que eu faço daqui de cima só nós dois? - Apontou pro chão lá embaixo e eu abri maior olhão, quando ia sair de perto dele, ele colocou as duas mãos no ferro, cada uma de um lado do meu corpo.

Luana: Tá ficando doido? Para com isso, deixa eu sair daqui.- Ele deu um passo pra frente, se aproximando mais.

Eu já sentia sua respiração batendo no meu rosto por ele estar perto demais, a minha respiração era um pouco acelerada e perceptível, já a dele era calma e quase não se ouvia.

Mas ele olhava pra mim como se quisesse algo, eu tentei desviar o olhar por alguns segundos e não consegui, parece que algo me prendia de tal forma.

Luana: Você pode me deixar sair? - Falei impaciente, mas tava com medo. Onde já se viu, o cara dar indícios que iria me jogar de uma varanda sem eu ter feito nada com ele?

— Tô gastando pô, acha mermo que eu iria te jogar daqui? - Falou e eu senti seu hálito quente batendo no meu rosto.

Desci os olhos pra boca dele vendo que ele estava de cara fechada, me aproximei um pouco por coisa espontânea e ele desceu os olhos pra minha boca.

Sua mão saiu do ferro que estava ao meu lado e foi parar no meu pescoço, eu não entendia o porquê de eu simplesmente não consegui sair dali, me mover ou aproveitar que ele tirou a mão que me impedia de passar, parecia que algo me prendia exatamente aqui.

A sensação gostosa de ter sua mão grande em meu pescoço, que eu nunca havia sentido antes me deixou em êxtase. Eu não era assim, nunca havia gostado ao menos do menor toque de agressividade, mas parecia uma cerca elétrica correndo pelo meu corpo de tanta energia e vontade que eu senti.

Encostei meus lábios no dele e ele me beijou apertando meu pescoço, eu senti uma corrente elétrica mais forte ainda e suspirei ao sentir sua língua em contato com a minha. A sua mão saiu do meu pescoço deslizando pros meus longos fios e ele puxou levemente, enquanto fez o mesmo com meu lábio inferior.

Sua mão esquerda que ainda estava no ferro tocou na minha cintura descoberta e eu me arrepiei, sua boca me soltou e com calma tocou no meu pescoço, me encolhi sentindo prazer em seu toque e mordi o lábio inferior.

Quando sua mão esquerda tocou na minha coxa entrando por dentro da minha saia e tocou na minha calcinha, eu tomei consciência do meu ato, e foi ao mesmo tempo que escutei uma voz.

— Ou, fantasminha.- A voz grave e alta foi o suficiente pro homem me soltar olhando pra trás, eu abri maior olhão ajeitando minha saia que havia subido um pouco e olhei pra frente, vendo o namorado da Carina.

Luana: Você tá maluco? Acha que eu sou o que pra querer tocar em mim assim? - Falei baixo vendo o menino me olhar de novo.

— Tu reclamou? - Falou em tom sério e eu empurrei ele da minha frente saindo andando.

Passei pelo Bruno vendo ele me olhar dos pés a cabeça e virei o rosto, desci as escadas praticamente correndo como se tivesse tomado um choque de realidade.

Por que eu tinha permitido beijar um desconhecido mesmo namorando? Ou por que eu gostei do seu toque no meu pescoço, ou seu beijo, ou sua língua tocando a minha?

Minha mente travou quando percebi que eu realmente havia feito isso, eu quis me jogar lá de cima da varanda quando lembrei do Heitor, eu namorava, eu não era solteira.

E mesmo se fosse, em total consciência eu nunca ficaria com alguém assim, ele era totalmente diferente do que eu sou acostumada e mal educado. Mas isso não vinha a ser o mais importante agora, na minha cabeça eu só pensava no Heitor, o quão errado isso havia sido?

Lance criminosoWhere stories live. Discover now