Capítulo 25

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Eu não esperava que comprar roupa seria tão difícil. Isso porque eu nem tinha chegado ao meu tamanho máximo. Porra, eu mal tinha chegado nas vinte semanas ainda. Era um exagero dizer que eu estava enorme, porque isso é uma grande mentira. Minha barriga tinha estado bem grande no início da gravidez por causa dos meus três monstrinhos, mas então tudo aconteceu e eu só tinha um menininho para ocupar o resto do espaço disponível e reivindicar por mais. Então eu cresci em um ritmo mais lento que no início. De qualquer forma, eu tinha perdido noventa porcento das minhas roupas já e eu estava ferrada.

— Você devia levar esse! – A Vika disse me olhando.

Esse era o nosso programa para a noite desse sábado. Eu não queria, estava exausta e não caber nas roupas que eu achava bonita era muito irritante. Eu estava bem com o meu moletom e blusas de lã, mas eles seriam totalmente inapropriados para o evento de amanhã. Dimitri e Tasha tinham marcado uma pequena reunião em família e alguns amigos para comemorar a notícia desse menininho e já que eu seria exposta para tantas pessoas, eu precisava de roupas decentes. Que me servissem e não fossem pijamas. Assumo que eu quase inventei um mal estar inesperado para não ter que ir, especialmente porque eu ainda não estava pronta para encarar o Dimitri depois daquele beijo. E porra, que beijo!

Eu tinha sonhado – dormindo e acordada – com esse beijo dia e noite. Ele não podia ter feito aquilo comigo. Menos de uma hora antes, eu tinha dito que gostava dele e depois o beijo... O que ele queria de mim? Me matar? Me enlouquecer? Destruir o que restava do meu coração? Me dar esperanças de algo que jamais aconteceria? Claro que, eu aproveitei aquela oportunidade, mas me arrependi no segundo seguinte. Ele era casado. Porcaria! Pensar na Tasha, tinha me feito sair correndo daquele carro. Não exatamente porque eu estava envergonhada em ter correspondido, mas porque eu sentia que ele tinha se arrependido e, honestamente, eu não fiquei para ver. Porque eu não ia conseguir ouvir seu pedido de desculpas no segundo em que as nossas bocas se afastaram. Não quando eu tinha gostado tanto de sentir seus lábios contra os meus, suas grandes e quentes mãos que tocavam a minha barriga também seguraram meu rosto com carinho.

Fazia duas semanas que isso tinha acontecido e nós não nos falamos mais. Eu não queria assumir, mas estava com saudades. Mais do que eu imaginei que sentiria. Mesmo que ele sempre mandasse mensagens inofensivas antigamente, meu dia não começava da mesma forma sem o seu bom dia. Eu também não tinha mandado nenhuma foto. Não tinha mudado tanto para isso. Nenhum deles pediu por uma também, então eu não me dei o trabalho. Depois de todos esses longos quatorze dias, eu achei que não sentiria mais falta dele, meu coração não dispararia e o borboletário no meu estômago não acordaria mais por saber que eu logo o veria. Eu estava errada. A única coisa boa foi que eu parei de chorar. Acho que os hormônios pararam de me afetar tanto ou porque eu tinha aquele beijo para sonhar, para tampar esse buraco da falta que eu sentia dele. Eu tinha algo desses dois homens para guardar, mas nada trocaria estar com eles.

— Eu não tenho como pagar por esse, Vika. – Suspirei, praticamente mentindo já que eu tinha mais do que cinco parcelas do dinheiro dos Belikovs para compra de roupas disponíveis na minha conta. Eu não pretendia gastar nem um centavo desse dinheiro. Eu tinha amado o sobretudo de inverno. Ele era um tom de areia claro que contrastava muito com o meu cabelo castanho escuro, não tinha zíper então eu poderia comprar o meu tamanho certo e usar as abas para proteger esse menininho do frio progressivo.

Eu também tinha comprado minha primeira calça jeans na sessão de grávidas. Eu já precisava de uma calça e as normais estavam impraticáveis. O elástico incomodava um pouco, mas era confortável e nem tão feia quanto eu esperava. Completei o look de amanhã com uma blusa soltinha e grossa de lã linda em um vermelho escuro e gola alta, mais importante é que ela era quente e eu não morreria de frio até estar dentro da casa dos Belikov. De novo, eu pensei em inventar qualquer motivo para não ir, mas se eu ousasse aparentar para a Vika que eu não pretendia ir para uma festa que era "teoricamente" para mim, tenho certeza que ela mandaria o Adrian embora e dormiria no meu sofá apenas para garantir que eu fosse. Eu tenho certeza que ela fazia questão da minha presença apenas para não matar a sua cunhada.

Per te, mi amoreKde žijí příběhy. Začni objevovat