Capítulo 9

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Eu fiz exatamente o que disse. Na primeira insinuação que o Adrian e a Vika fizeram sobre o que aconteceu naquela noite, eu desconversei. Fingi que não lembrava. Ri, dizendo que eles tinham enlouquecido, mas que era uma coisa improvável de ter acontecido, que eu jamais faria aquilo. Achei que, pelo tanto que a Vika bebera, ela não se lembraria de nada também. Então seriam duas pessoas falando que o Adrian tinha enlouquecido e imaginado aquela loucura. Aparentemente, para a minha tristeza, eles se lembravam de tudo. Se arrependimento matasse... Deus do céu, eu estaria enterrada! Eu não pretendia repetir aquele episódio nem em sonhos. Tinha sido ótimo? Tinha, mas não poderia acontecer de novo.

Por sorte, ainda naquela noite, ficar no escurinho, no sofá macio e meio bêbada, me levou para um sono maravilhoso. Eu apaguei ali mesmo, não sei de onde tinha surgido a coberta, mas felizmente ela surgiu e o ambiente ainda estava aquecido quando amanheceu. Para o meu desespero, quando eu acordei, o Mason tinha dormido ali comigo e eu quase entrei em pânico se eu tinha feito mais uma loucura e, realmente, não lembrava. No entanto, quando eu acordei, ainda estava de biquini, uma coberta e o Mason deitado do outro lado do sofá. Praticamente encolhido para me deixar ficar com a maior parte da coberta.

Foi mais um momento que eu me arrependi pelo que aconteceu entre mim, Vika e Adrian. Mason tinha dormido ali comigo, todo desconfortável, para não me deixar sozinha. Eles queriam ter me carregado para o quarto de hóspedes, mas ele argumentou que eu tinha costelas machucadas ainda, não estavam melhorando de jeito nenhum e podiam piorar se eles me pegassem de mau jeito. A verdade era que ele não confiava no Ivan e, provavelmente, viu o que aconteceu entre nós três para afirmar que ele passaria a noite toda ali comigo, mas ele também não me disse nada sobre o que acontecera naquela noite ao longo dos dias seguintes. Foi a Lissa quem me contou sobre tudo o que aconteceu quando eu apaguei.

Aparentemente, ninguém sabia o que tinha acontecido quando nós três sumimos. Eu também não ousei falar para mais ninguém. Imagina a merda que seria se eu contasse para a Lissa? Ela com certeza diria ao Christian e como esse babaca não perde uma oportunidade de me zoar, ele daria com os dentes de que sim, eu me lembrava de tudo. O mais importante era que o Dimitri não sabia. Eu não me importava muito com os outros, mas o cara tinha total jeito de não ser liberal o suficiente para encarar aquele momento entre nos três apenas como uma diversão.

Eu mesma não comentei nada também. Se o Mason não soubesse de nada e eu me manifestasse, poderia me dedurar. Então, a não ser que ele venha conversar comigo sobre, eu também não pretendia falar nada. Ainda mais, sabendo que ele gostava de mim, não queria estragar a nossa amizade por algo que não se repetiria. Eu me sentia mal em relação a tudo isso. Morria de medo que o Mason pensasse que eu estava usando-o por saber dos sentimentos dele por mim e quando eu estava longe, eu fazia loucuras como aquela. Ao mesmo tempo em que eu sabia que não devia nenhum tipo de satisfação para ele. Fora ele quem me convidou para morar junto, sabia que isso aconteceria. Eu sempre fiz questão de repetir que nós não teríamos nenhum relacionamento além de uma amizade. Então ele não podia dizer que eu o iludi.

— Você tem certeza que vai de ônibus até lá? – Mason me perguntou pela quinta vez. — Você pode ir comigo até Anaconda. Passa a noite por lá e eu te levo em Butte depois e você pega o ônibus.

— Você sabe que meu ônibus é às cinco e meia da manhã, né? – Eu o encarei rapidamente enquanto fazia uma pequena mala. O que eu ia vestir no Natal era um mistério ainda, de qualquer forma, eu estava separando algumas coisas para levar durante o feriado.

Era um milagre que eu tinha conseguido pegar uma folga. Se não fosse pela Angie e o Joshua não quererem voltar para o meio do nada em Garrison, onde eles moravam com a família, toparam me cobrir durante o feriado. Irônico pensar que enquanto eles estavam fugindo de voltar para o meio do nada, o Mason estava mais do que ansioso para ir ficar em uma casa nas redondezas do campo de golfe de Anaconda. Era bem clichê que ele e o pai, homens de negócios, fossem fãs do esporte. Ele também pretendia visitar uma pista de ski em Philipsburg. Parece que a casa encheria assim que a manhã da véspera de Natal chegasse e ele não via a hora de reencontrar a família e passar um tempo com eles.

Per te, mi amoreOnde as histórias ganham vida. Descobre agora