Capítulo 11

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Aviso de conteúdo sensível
Trigger warning

Eu estava nervosa e tentada a refazer o meu coque no cabelo pela quinta vez nos últimos dois minutos, mas não fazia nem trinta segundos que a médica havia me pedido para esperar mais cinco minutos e ela voltaria para dar início ao procedimento. Eu já estava deitada com o lençol hospitalar cobrindo as minhas pernas nuas. Ao menos, a enfermeira não tinha me colocado naquela posição constrangedora. Como a nossa espera estava sendo indeterminada, eu tive permissão para tentar relaxar naqueles minutos antes que eu não tivesse mais paz nos próximos nove meses.

Eu me perguntei por que eu não poderia receber algum tipo de relaxante, calmante ou até uma anestesia. Meus nervos estavam a milhão e eu estava começando a ficar ansiosa com essa demora. Eu estava quase me levantando daquela maca e andando de um lado para o outro naquela sala minúscula. O procedimento já tinha sido adiado por quase uma hora. Aparentemente, Dimitri teve algum problema e eu tive que aguardar por esse tempo extra também. Qual seria a dificuldade em sentar, masturbar-se e dar logo a maldita amostra para a médica? A esposa dele estava logo ali do lado. Devia ter pedido uma ajuda! Nós só precisávamos de uma amostra. Não podia ser tão difícil assim. Ao menos, não para ele.

Esse era o momento que mudaria a minha vida. Com a ansiedade do atraso, eu não consegui parar de pensar se eu estava fazendo a coisa certa. Eu tinha aqueles minutos extras para desistir. Era a vida me dando uma oportunidade de repensar e fugir. O dia inteiro tinha sido feito para me fazer pensar na loucura que eu estava fazendo. Eu tinha pedido uma folga para o sábado, enquanto no final da tarde de sexta-feira, o procedimento seria realizado. Nós conseguimos o horário mais tarde possível, assim, eu consegui trabalhar durante essa manhã até poucas horas depois do almoço. Consegui um banho na clínica antes de passar pelo procedimento. Eu tinha levado uma pequena mala e como o sol tinha começado a demorar a sumir, tinha deixado um vestido para a minha saída.

Eu tinha lido na internet e tinha recebido essas orientações na semana anterior de que eu não poderia aquecer a minha barriga, deveria descansar e pegar leve pelo resto do dia. Com medo de ter que tomar os hormônios, decidi pecar pelo exagero. Então eu dormi bem na noite anterior, tinha até deixado de ir trabalhar para fazer as entregas para poder descansar o suficiente. Estava até pensando em mentir para o Mason de que eu estava com uma enxaqueca desgraçada, se a Vika e o Adrian poderiam não aparecer por lá hoje. Tudo para conseguir fazer essa inseminação ser bem sucedida e nós seguirmos em frente já pensando no parto. Tasha e Dimitri até queriam que eu ficasse no quarto de hóspedes na casa deles, mas eu me sentia mais confortável na minha casa, sem a pressão deles me vigiando ou dando palpite nas minhas escolhas.

A única coisa que eu não esperava era que fosse doer tanto para um procedimento tão rápido. Puta. Que. Me. Pariu! A cólica pós-inseminação foi tão dolorosa quanto às dos exames. Dessa vez, eu não podia nem usar uma compressa quente, por sorte, eu poderia tomar um Tylenol para ajudar a aliviar. A medicação deve ter feito efeito no meu corpo – sempre – cansado e estressado que eu dormi até quase o final da tarde de sábado. Quase não me lembrava do caminho entre a clínica em Helena até a minha cama em Missoula por eu ter me revirado de dor no carro. Lembro-me do Nikolai tendo que me buscar, exatamente, na porta do hospital porque eu mal conseguia sair da maldita cadeira de rodas. Que pesadelo do caralho!

Eu tinha chegado antes do Mason, então eu pude me arrastar até o meu quarto sem ninguém me perguntar nada. Não ia pedir por mais esse favor para o motorista. Não era trabalho dele e eu já tinha abusado de sua boa vontade hoje. O problema é que depois da inseminação começava a parte mais chata: esperar.

Mas eu era ansiosa. Não tinha dado nem vinte e quatro horas do procedimento e eu fiz o primeiro teste de gravidez, que obviamente deu negativo. Eu só podia estar querendo um milagre para dar positivo tão cedo. A médica havia me dito que poderia começar a dar positivo a partir do sexto dia após o procedimento. Bom, eu tinha tantos testes de gravidez que eu poderia fazê-los dia e noite por dois meses, despreocupadamente, já que o kit de teste de ovulação vinha com os de gravidez também. Não existia nada nesse mundo que eu odiasse mais do que esperar. Não, espera. Eu odiava o Jesse primeiro.

Per te, mi amoreWhere stories live. Discover now