Capítulo 33

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— O tempo passou rápido, né? – Nikolai perguntou, olhando-me pelo espelho retrovisor do carro.

— Muito! Há um ano atrás mal tínhamos visão desse momento não é? – Eu ri e acariciei o meu monstrinho. Eu estava tendo contrações Braxton Hicks demais para o meu gosto. Por sorte, estava indo em mais uma consulta para ter certeza que era isso que elas eram; treinamento. Embora, eu deveria ter ido à maternidade do Saint Patrick, porque se eu já estivesse em trabalho de parto, não tinha chances que meu filho fosse nascer em Helena.

Já estávamos na fase de ir toda semana na clínica. Agora, eu majoritariamente passava com a doutora Oksana e não mais com a doutora Olendzki – o que era ótimo, desde que ela soubera dos meus sentimentos pelo bebê, quanto mais longe eu puder estar dela, melhor –, afinal, eu estava muito mais perto do parto. Poderia ser a qualquer momento de agora até o final de março. Considerando que estávamos no final de fevereiro, eu diria que poderia ser a qualquer momento.

As contrações de treinamento se intensificando ainda mais era um aviso claro que eu precisava fazer a minha mala e comprar o que faltava – basicamente, tudo – para o meu bebê. Bom, eu considerava essencial, atualmente, fraldas, pomadas para assadura e higiene. Eu já tinha comprado o máximo roupa que cabiam na gaveta e não importa o quão difícil e doloroso pudesse ser para mim, eu precisava amamentar. Não ia ter dinheiro para comprar fórmula semanalmente.

— Com certeza não. – O motorista deu uma risadinha envergonhada. — Sendo honesto que eu nunca achei que chegaríamos a esse momento, Rose.

— Por que você acha isso? – Perguntei curiosa. Nós nunca tínhamos conversado sobre o processo em si. Eu sabia algumas coisas sobre a vida dele, ele sabia sobre a minha e todo o resto se resumia em Nikolai me perguntar se eu estava bem o suficiente para seguir viagem.

— Não te conheço o suficiente, não pense que estou te julgando, Rose, mas nunca entendi porque uma garota nova e bonita como você faria algo como isso para eles. – Nikolai se arrumou no banco do motorista, embaraçado. Eu estava achando quase engraçado, na verdade. Ele tinha quase certeza que tinha me ofendido. — Não que eu esteja falando mal também, acho muito legal que você esteja fazendo isso para o senhor Belikov, mas só nunca imaginei que seria alguém tão nova... Você me entende? Espero não ter ofendido.

— Não ofendeu. – Eu sorri, tranquilizando o rapaz. Por mais estressada que eu estivesse com toda essa situação envolvendo o meu futuro, o do bebê e Dimitri, ainda tinham as contrações e todo o resto dos meus problemas, eu até que estava de bom humor para lidar com o rapaz. O que era uma grande ironia, já que eu sentia que ia explodir por causa do meu tamanho e o cansaço. — Eu tinha uma dívida muito grande a ser paga, por isso tentamos tanto. Em troca, ela vai ser quase totalmente paga. – Seria, já que no fim disso tudo, eu vou continuar com a dívida, com uma nova e um bebê. Que maravilha!

— Entendo. – Ele balançou a cabeça. — Ao menos, sai todo mundo ganhando.

— É, eu acho que sim.

Bom, de qualquer forma, Dimitri vai ter o filho que sempre sonhou. Um filho fora do casamento e que não mora com ele, mas eu nunca vou impedí-lo de visitar o Alex. Quando ele quiser e a hora que ele quiser, só considerando que ele devolva o meu bebê depois disso, por mim tudo bem. Isso no pior cenário, eu não queria separar pai e filho, da mesma forma que não quero que Dimitri se divorcie por obrigação em ficar comigo e o Alex. Ele tem todo o direito de ver o filho, na hora que quiser.

Eu apenas não permito que, depois de tudo o que aconteceu, tudo o que eu passei com o Theo, os trigêmeos, e até com a Tasha e a visível falta de interesse dela pelo Alex, eles peguem o meu filho e saiam por ai. Se, eventualmente, ele não acreditar nas traições da esposa dele e não se divorciar da Tasha, decidirem lutar pela guarda do meu bebê e sair por ai, fingindo ser a família perfeita e feliz de sempre... Só de pensar nisso, meu coração dói. Eu sei que vai ser uma batalha quase perdida para mim, mas eu ia tentar. Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que eu nunca vou cair sem lutar.

Per te, mi amoreOù les histoires vivent. Découvrez maintenant