29. isso muda tudo.

Começar do início
                                    

Ele simplesmente ficou ali, encarando-me como se não acreditasse que eu existia.

“E tem hora agora?” ele respondeu, seu rosto se franzindo em uma careta.

A verdade era que ele estava enrolando demais e eu queria o que queria, com ele e logo. Mas ainda levei mais dez minutos discutindo para convencê-lo de que não queria esperar mais, e ainda precisei descer para ajudar minha mãe com a mudança de móveis que ela estava fazendo na sala. O tempo que Devon ficou sozinho no meu quarto certamente fez a diferença, porque mal consegui dizer uma palavra antes que ele começasse a me agarrar.

Graças a Deus.

Agora não estou tão cheia de graça, no entanto.

― É ruim assim? ― ele indagou, se erguendo nas mãos para ver meu rosto.

― Não é ruim ― eu assegurei. ― É muito ruim.

Devon não pode esconder um sorriso.

― Você tem um jeito com as palavras, amor ― ele brincou, mas logo se abaixou para depositar um beijo no canto da minha boca. ― Vai ficar melhor, eu prometo.

Eu acreditei nele. Foi por isso que eu saltei nele em toda a oportunidade que tive desde que começamos a namorar: porque eu queria isso com ele e ninguém mais. Ninguém faria como ele e eu certamente não confiaria em alguém como confiava nele. Era fisicamente desagradável, mas isso era natural. Se Devon pudesse controlar isso, com certeza me livraria da dor. Ele nunca moveria um dedo para me machucar.

― Agora eu estou me sentindo mal ― ele gemeu, descendo para os antebraços.

Eu acariciei suas costas e corri meus dedos pelos fios castanhos claro de seu cabelo bem cortado, descansando minhas mãos em seus ombros.

― Por quê?

― Porque é bom demais estar dentro de você ― ele confessou. ― Mas pra você dói.

Bufei. ― Como uma vadia.

Devon riu, seus olhos azuis fixos nos meus por segundos intermináveis que me fizeram cair na intensidade da cor única e expressiva de suas íris. Nunca vi olhos como esse. Nunca conheci alguém que se expressasse tão bem com um simples olhar. Nunca conheci alguém que fosse tão honesto com seus sentimentos, tão sensível sobre eles. Talvez eu seja ingênua e boba, mas encarando os olhos que tanto amo enquanto ele paira acima de mim, me pergunto se algum dia irei amar alguém tanto quanto eu o amo.

Não que eu queira, porque estou bem demais com este aqui por enquanto.

Devon encostou seus lábios nos meus e gentilmente correu sua língua pelo meu lábio inferior. Eu alegremente os afastei, deixando que ele mergulhasse em minha boca com toda sua paixão. Estremeci quando ele arriscou um movimento lento, quase nada, saindo um pouco apenas para retornar mais uma vez entre as minhas pernas. Firmei minhas pernas em torno dele, meus pés descansando perto de suas nádegas.

Não podia acreditar que estava finalmente acontecendo.

Minha mãe saiu logo após eu ajudá-la, o que tornou tudo ainda mais perfeito. Eu só esperava que meu pai não chegasse em breve do trabalho. Seria difícil olhar para ele com a consciência de que Devon e eu estávamos sozinhos em casa e eu não era muito boa em agir naturalmente. Ele veria na hora e eu me derreteria de constrangimento aos seus pés.

Meu coração ficou enorme dentro do meu peito e eu sorri, mal me importando com a dor persistente entre as pernas. Aos poucos e com calma, os movimentos dele passaram a ir mais fundo e mais rápido e embora a dor ainda estivesse ali, havia algo interessante por trás. Algo que eu mal podia esperar para descobrir. Devon deixou escapar um gemido, escondendo seu rosto em meu pescoço. Sua respiração se tornava cada vez mais áspera e suas mãos cada vez mais possessivas, os quadris indo e vindo indo e vindo e indo e vindo até que meu próprio prazer encontrou um meio termo com o dele.

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