Capítulo 49 - Impasse

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Lauren Jauregui  |  Point of View






— Você está calada demais. Aconteceu alguma coisa? – Camila perguntou enquanto almoçávamos.

— Não. – Falei levando o prato a pia e saindo da cozinha.

Não que eu queria ter filhos amanhã ou algo parecido, mas sim, eu quero ter filhos. Como posso me casar com alguém tão indiferente em relação a esse assunto. Entrei em um desespero interno e comecei a chorar do nada.

— Lauren? O que aconteceu?

— Nada.

— Por quê está chorando?

— Não sei. – Ela me abraçou e começou a esfregar minhas costas. — Me leva para casa.

— Você está na sua casa.

— Quero conversar com minha mãe.

— Tudo bem. – Ela pegou as chaves e me levou até minha mãe. Saí correndo do carro e entrei na minha antiga casa. Abracei minha mãe.

— O que houve minha filha?

— Eu quero ter filhos! – Ela se assustou.

— Não acha um pouco cedo?

— Eu conversei com Camila sobre isso, mas ela não quer ter filhos. – Ela me guiou até a mesa, me sentando. Foi até o armário e preparou um chá para nós duas. Colocou a xícara em minha frente.

— É cedo ainda, minha filha. Você não pode se desesperar assim.

— E se ela não mudar de ideia?

— Filha... Camila passou por muita coisa, diria que ela ter te pedido em casamento é muito para ela, mas com o tempo, ela vai amolecer o coração e desmanchar as barreiras que construiu para se proteger de tudo. Você tem que ser calma e respeitar os limites dela. Ela está cedendo por você e você tem que fazer o mesmo por ela. – Minha mãe falou calma e só então que eu percebi o quão imatura estava sendo.

— Eu sou uma idiota.

— Não. Só está insegura e isso é normal. E é bom saber que você vai sempre correr para mim quando estiver em apuros. – Ela me abraçou e eu olhei pela janela. Camila estava escorada no carro, com a cabeça baixa.

— Não pensei em correr pra mais ninguém. Agora tenho que conversar com minha mulher.

— Vai lá.

Voltei até Camila e ela me abraçou.

— Eu fiz alguma coisa para você?

— Não Camz. Deve ser TPM. – Ela ficou me olhando um tempo.

— Sinto que está mentindo para mim.

— Esquece isso, Camz. – Ela assentiu, mas ficou desconfiada.

Passei a tarde dormindo e Camz estudando para a ultima prova. Por mais novas que sejamos ela não querer ter filhos me abalou muito. Não sei como falar isso para ela.


×××


No último jogo da nossa escola, última apresentação como capitã. Camila, Normani e Troy estavam nas arquibancadas, enlouquecidos como sempre. Arrumando briga com todo mundo. Dianna não falou comigo, não provocou, não chegou perto de Camila. Isso foi estranho, mas libertador. Sem incomodar. Brad se aproximou dela e eles se beijaram. Eu fiquei tipo “Como assim?” Mas eles são tão cretinos que se merecem. Ela não olhou para nós e estava vermelha. Acho que estava com vergonha.

Nossa apresentação foi impecável e mostramos porque somos campeões e Dianna mostrou porque ficou em segundo, mandando muito bem. Quando a vi entrando no vestiário, a segui.

— Senti falta de suas provocações. – Falei e ela se virou no susto.

— Eu tenho noção do ridículo. Camila só falta lamber o chão que você pisa, se ela já não faz isso. Ela nunca me notaria. Ela me odeia.

— Bom que você acordou, mas o Brad?

— Ele só quer te provocar. Ele não se tocou ainda que nunca terá você.

— Porque você aceita isso?

— É o que eu tenho no momento.

Você só pode estar brincando. Você tinha a escola a seus pés.

— E eu fiquei com a escola toda e agora ninguém me quer. Estou rodada. – Lea entrou no banheiro e ficou encarando Dianna.

— Dianna está é Lea. Lea esta é Dianna. Acho que vocês vão se dar bem. – Elas se cumprimentaram com dois beijinhos e ficaram conversando, me ignorando totalmente.

Fui até a arquibancada e Camila estava com quatro hot-dogs nas mãos.

— Quer um, gatinha?

— Quero! – Fui pegar e ela virou de costas para mim.

— Pegue dinheiro no meu bolso e vá comprar.

— Você vai comer tudo isso?

— Já compra mais dois pra mim! – Ela falou séria e eu fiz assim. Depois que ela comeu tudo, fomos para um restaurante com os meninos. E sim, ela comeu mais.

Quando voltamos para casa, assistimos a um filme. Ele já estava quase no final.

— Eu quero ter filhos. – Falei sem tirar a atenção da TV. Vi de canto de olho que ela me fitou, mas ficou quieta. — Não agora, mas eu quero muito ter filhos e já que estamos fazendo tantos planos, devemos falar mais sobre isso. – Ela voltou a olhar para a TV e não falou nada. Quando o filme acabou.

— Acho que temos um impasse aqui. Eu realmente não planejo isso para mim. – Ela falou e foi para o quarto, me deixando sozinha e triste na sala.

Fast And CoreographedWhere stories live. Discover now