Capítulo 48 - Filhos

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Lauren Jauregui  |  Point of View





Acordei com Camila se arrumando para escola, ela tinha uma prova de física e eu estava liberada desta matéria.

— Se cuide gatinha. Volto logo. – Ela falou selando nossos lábios.

— Te amo! Boa prova!

— Obrigada. Comprei pão, não tem muita coisa na geladeira, mas tem dinheiro no meu bidê, se precisar.

— Oi Camz. Você vai se atrasar.

— Não vou levar dois minutos para chegar. – Olhei séria para ela.

— Se você correr... Já sabe!

— Não vou gatinha. Fique tranquila.

Ela saiu e com, e comecei a arrumar o resto de minhas coisas. A casa de Camz era grande demais. Lavei as roupas dela e depois organizei tudo no armário. Fico pensando como alguém consegue ser tão desorganizado. Eu amo o estilo dela, mas sempre me pergunto como ela ficaria feminina, de vestido e com uma lingerie sexy, deu calor, melhor parar. Quando a
roupa secou, passei e dobrei-as. Comecei a cozinhar, com o pouco que tinha, fiz milagres. Coloquei uma música e arrumei a mesa. Camila está demorando.



Camila Cabello  |  Point of View



Quando estava voltando para casa, fiz um caminho diferente, pois queria comprar flores para Lauren. Parei no sinal e vi em homem pedindo esmola para os carros em frente ao meu. Quando ele se aproximou, reconheci meu pai. Estava com barba grande e todo sujo. Olhos vermelhos e vidrados.

— Uma moedinha, por favor?

— Pai?

— Pai? Não tenho filhos. Preciso de dinheiro. – Falou rápido e o sinal abriu. Estacionei o carro e caminhei ate ele.

— Você está bem? Com fome?

— Sim. Me dá um dinheiro e eu me viro.

— Vamos a um restaurante. – Peguei o celular e disquei o número da clínica.

— Pra quem está ligando? Polícia?

— Não. Eu só...

— Está ligando sim. – Falou fugindo. Tentei segui-lo, mas ele foi mais rápido e eu estava aérea por ele não ter me reconhecido.

Deixei meu carro e fui para casa. Lauren estava sentada no balanço da varanda.

— Camz? Você está pálida. O que aconteceu? Cadê seu carro?

— Não sei... – Ela parou em minha frente.

— Você não está bem. O que aconteceu?

— Meu pai... Ele não me reconheceu... Ele disse que não tem filhos... – Falei chorando e ela me abraçou.



Lauren Jauregui  |  Point of View



— Não fique assim, meu amor. Você fez tudo que estava ao seu alcance. Entregue ele para Deus... Ele sabe o que faz.

— Ele está horrível. Magro... Sujo...

— Ele escolheu isso. Agora vem... Vamos tomar um banho, almoçar e depois vamos procurar seu carro. – Ela assentiu e entramos. Dei um banho em Camz, ela estava completamente desligada. Ela só assentia. Quando saímos ela me beijou e
me guiou até a cama. Me deitou e deitou sobre mim. Ficou me olhando enquanto acariciava meu rosto.

— Está melhor?

— Tinha que ter ligado para a clínica dentro do carro.

— Camz, pare de se martirizar. Promete que vai ficar bem?

— Com uma pessoa como você em minha vida, sempre vou ficar bem no final.

— Amo você, bad girl.

— Amo você, gatinha.

— Vamos nos vestir e buscar seu carro. Não deve estar longe. – Ela assentiu.

Depois de vestidas, almoçamos e fomos procurar o carro dela. Só conseguimos achar, quando ela lembrou que tinha
ido comprar flores. Liguei para meu pai e avisei a localidade que Alejandro estava para ele contatar a polícia. Camz me entregou flores.

— Pra você, gatinha. – Eram rosas brancas.

— São lindas. Você está me mimando muito, bar girl.

— Você me faz tão bem, flores são pouco.

— Só quero você, bad girl. Nada de presentes, só nós duas curtindo nossa nova vida. – Ela segurou minha mão forte.

— Me parece uma ótima idéia.

— Agora vamos para nossa casa e transar muito naquela piscina.

— Acho que isso só melhora.

Assim ficamos à tarde. Tentei distrair Camila ao máximo e depois a coloquei para dormir, enquanto fazia cafuné nela.

No outro dia, acordei sozinha na cama. Tomei um banho e vesti meu uniforme. Camz estava na cozinha, preparando o
café.

— Bom dia, gatinha. – Falou selando nossos lábios.

— Bom dia, bad girl.

— Vamos ter que fazer compras depois da aula.

— Sim.


×××


Depois da aula, estávamos no mercado. Camila não pegava uma bala sem me consultar. Estavamos no corredor dos
cereais e uma garotinha muito fofa estava em dúvida de qual escolher. Até o um garoto um pouco maior que ela, começar a explicar qual era melhor.

— Você pensa em ter filhos, Camz?

— Não. – Falou sem me olhar.

— Como assim? – Ela continuou olhando o pacote de cereais.

— Não acho que eu seria uma boa mãe. Fui muito fodida pela vida para ter condições psicológicas de criar e prover alguém. – Falou como se isso fosse à coisa mais natural. Depois disso não falamos mais nada.

Fast And CoreographedWhere stories live. Discover now