Caótica.

Ethan ainda não havia feito algo e eu me senti inquieta, frustrada e insatisfeita. Por que diabos ele não se mexia, droga. Minhas unhas afundaram na pele sensível de seus ombros quando eu busquei alguma coisa, ainda sem coragem o suficiente para encontrar seu olhar. Eu queria isso e odiava não ser capaz de abraçar minhas vontades com orgulho e altivez, porque ainda me sentia muito envergonhada; muito oprimida pelo poder que Ethan exercia sobre mim e como não encontrava a maneira milagrosa de deixá-lo substituir todas as outras memórias.

Acabei me lembrando do espanto em seu rosto quando ele pensou que eu pudesse ser virgem, e me irritou, porque se eu soubesse o que me aguardava, teria me mantido assim pensar duas vezes.

Deus, eu o odiava tanto, tanto, tanto, tanto, tanto, tanto.

― Ei, ― a voz suave e rouca dele invadiu meus pensamentos ― se isso for demais, nós podemos...

Eu o silenciei com um movimento forte sobre ele, abrindo meus olhos e me rasgando para longe das minhas memórias. Ethan gemeu, sua cabeça se inclinando ligeiramente para trás e expondo a garganta e o movimento seco dela quando ele engoliu sua resposta, claramente temendo ter me assustado. Mas não. Eu também pensei que fosse, mas não.

Não vou fechar meus olhos por causa dele.

Vou mantê-los abertos por causa de Ethan.

Vou mantê-los abertos porque é o que eu quero.

E mantê-los abertos me recompensou com esse som que eu nunca havia ouvido antes. Mantê-los abertos me recompensou com a visão de Ethan mordendo o lábio inferior e apertando meus quadris para me incentivar a repetir meu movimento, e que Deus me ajude, eu fiz. Manter meus olhos abertos me afastou do que eu gostaria de nunca ter tido e me mostrou o que eu poderia ter.

Não sei o que acontece com Ethan a partir disso. Suas hesitações são esquecidas. Sua precaução desaparece. Suas mãos tem controle próprio e elas são boas em me mostrar o que ele quer, apesar de seus melhores esforços. Ethan suspira quando eu me esfrego nele outra vez e abraça minha cintura com apenas um braço forte, me segurando contra ele enquanto a outra mão desliza sob a barra do meu vestido e segura minha coxa com força o suficiente para marcar.

Não vou. Não vou sobreviver a ele.

Não assim, porque a partir de agora, toda vez que ele mostrar sua faceta fria e indiferente ao mundo, sua insatisfação com a vida e como ela operava, vou me lembrar do que estava a minha frente agora.

Vou me lembrar de como suas bochechas ficavam coradas e como ele mordia o lábio inferior. Vou me lembrar de como seu braço exercia mais força sobre cada movimento lento meu e como sua mão apertava minha coxa como se quisesse misturar as impressões digitais de seus dedos à pele quente e macia lá.

Vou me lembrar de que ele estava tão perdido quanto eu em nós.

Vou me lembrar disso e assim como agora, não sei se serei capaz de parar. Não até que o preço por nos sentirmos tão altos seja cobrado.

― Eu sabia que você não poderia ser sempre tão tímida ― ele sussurrou. ― Sabia que você iria me surpreender, G.

Eu corei de vergonha, mas somente meu rosto expressou algum sinal de que se sentia afetado por suas palavras. Todo o resto estava concentrado no movimento dos meus quadris, na ondulação da minha barriga e na presença dura e quente entre as minhas pernas. Ethan me deu um sorriso ladeado antes de nivelar seus lábios com minha orelha, plantando um beijo de boca aberta na pele sensível do meu pescoço. Meu braço rodeou seus ombros, prendendo-o em mim como se ele fosse simplesmente desaparecer se eu soltasse.

Our Way HomeWhere stories live. Discover now