134. PERSEVERANÇA

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As empresas de notícias não estavam rindo tanto, pois não estavam acostumadas a ser tão eficientemente bloqueadas. Não tinham conseguido uma entrevista, um boato trazido por empregados, uma foto sequer. Mas, com Carl se responsabilizando pela segurança de seus pupilos, não havia como esperar menos do que eficiência máxima. E, se eles preferiam se isolar, isolamento eles teriam.

Bel, Rafa, Clara e Trovão sabiam que a descoberta teria uma repercussão tremenda; no entanto, o cerco em que se viram metidos ultrapassou as expectativas. Com a concordância de Carl, acharam melhor ficar quietinhos dentro da casa de Bel até os repórteres os esquecerem um pouco. Sarah riu deles e disse que ia para casa, onde com certeza empresa de notícias alguma a encontraria. Havia algumas vantagens em se morar escondida no fim do mundo.

– Ah, ah, ah – fez Bel. – Estou morrendo de achar graça.

– Volto um dia ou dois antes da partida da Perseverança, para estar no controle da missão como prometi a Neco.

– Como você vai sair do condomínio? – perguntou Clara, preocupada. – Tem uma multidão armada com câmeras e microfones bem ali fora!

– Já falei com Carl, ele vai mandar um helicóptero. Não se preocupem, ele me cuida. Até daqui a duas semanas, gente.

***

SARAH FOI para Durina e teve duas semanas de muito esforço, estudo e treinamento. No final da primeira, conseguia bloquear as habilidades de Durina em Alek mesmo quando ele estava de sobreaviso. Na metade da segunda semana, bloqueou pela primeira vez as habilidades do próprio pai. E, depois disso, bloqueou mais quatro só para treinar, porque tinha, em suas palavras, pegado o jeito.

– Estou pronta para Enrique – assegurou a princesa de Durina. – Ele nunca mais vai usar nossas habilidades. Acabou-se isso de apagar ou mudar mentes. Ele vai ter exatamente as mesmas habilidades que tinha antes de entrar para a Linhagem e, se não vai mais usar o que é nosso para prejudicar os outros, acabou-se também o trabalho de desfazer o que ele faz, pai.

– Infelizmente, Carl e eu ainda teremos muito serviço. Ele acabou de localizar mais um grupo de engenheiros com diversas camadas de hipnose. Receio que serão meses até desfazer tudo que Enrique causou.

Uma chispa de irritação clareou os olhos muito azuis de Sarah.

– Vou tratar daquela nave. Quando tiver certeza que ela está em segurança, vai ser a vez do meu companheiro.

– Quando vai ser a vez de um herdeiro?

A pergunta da Rainha causou diversos momentos de silêncio. Até então, era um assunto evitado pela família.

– Não estou pronta para isso, mãe. Não quero que ele me toque.

– Você está com vinte e cinco anos. Em mais cinco será Rainha e ele, quer gostemos ou não, será Rei. As habilidades dele vão voltar, e todo o ciclo vai recomeçar. Precisa resolver isso antes, enquanto seu poder é maior do que o dele. Depois que ele for Rei, não vai conseguir prendê-lo numa bolha de ilusão se ele não concordar.

– Sim, majestade, eu já entendi essa parte. Mas ainda tenho cinco anos.

– Espero então que não tenha esquecido o que aconteceu quando foi à superfície para encontrar seu companheiro. Agiu como se tivesse todo o tempo do mundo e descobriu, no final, que não era tanto tempo assim. Nossa Linhagem demora a conceber. Não pode continuar adiando, Sarah.

– Eu mal estou resolvendo um problema e a senhora já está pressionando com o próximo? – reclamou a princesa.

– É, eu sei, quase-majestade. Acostume-se. Reinar é assim e, na maior parte das vezes, não há avisos sobre o problema e muito menos cinco anos de prazo.

Olho do FeiticeiroDove le storie prendono vita. Scoprilo ora