ⱽᴵᴵᴵ. 𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐨𝐢𝐭𝐨

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2013, 2 meses antes da morte de Julia Klum

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2013, 2 meses antes da morte de Julia Klum.

Em todo verão, a grande programação do The Francium consistia na estadia de uma semana numa das mansões da família Mattingly.

A casa vitoriana de dois andares se localizava no lado rural de Peach Hills, no centro dos prados de agricultura familiar e das plantações de trigo. Era cercada por lagos límpidos, florestas com trilhas, campos de golfe e tirolesas empolgantes. Havia uma cachoeira ao sul, barquinhos disponíveis para velejar e um pomar com os melhores frutos da região. Longe da cidade, o calor era ameno e não perturbava tanto.

Julia poderia estar de saco cheio do grupo de elite até a última fibra de suas carnes, mas não adiantava negar que ainda adorava as pequenas alegrias que ele lhe proporcionava anualmente.

Aquela viagem havia sido bem mais tranquila do que o usual, quase um retiro espiritual mesmo — com exceção de todas as festas e drogas. Julia não sabia porque não havia aproveitado nada dos últimos sete dias, sempre com a cabeça voando, preguiçosa demais para se divertir, e sem ninguém muito afim de contagiá-la com alguma animação. Tudo estava meio morto. Até Ártemis parecia abatida de repente.

Talvez fossem os insetos. Ou o aspecto oco da mansão enorme com poucos membros novos para se encantarem por ela.

Em sua última noite na casa, tudo o que Julia queria era dormir para que a manhã de ir embora raiasse mais rápido — mas nunca teria a tamanha audácia de irritar ainda mais a anfitriã.

— Prontas, meninas? — Ela se virou para as primas dispersas no quarto.

A festa da vez seria no meio da mata, em uma área comum para acampamentos, onde eles gastariam apenas mais algumas horas com as mesmas merdas que vinham fazendo a semana toda: Danças ao redor da fogueira, música, marshmallows fritos e bebida liberada.

Vestida com uma roupa florida e os braços melados de repelente, Julia pensou que o The Francium dava festas demais.

Era legal no começo, quando ela tinha quinze anos e uma cabeça incrivelmente fraca, mas, aos dezoito, prestes a ingressar no último ano da escola, já estava cansativo. A garota só queria formar uma rodinha de estudos e debater sobre o futuro, não esvaziar barris de destilado e agir como a tola de Ensino Médio que logo não seria mais — o que a lembrava de uma urgente decisão que precisava tomar.

— Quase... — Valerie respondeu, debruçada sobre a penteadeira. — Só preciso acertar... o delineado...

— Taylor? — Julia perguntou à outra.

A loira estava metida em um vestido nada tropical, ao contrário de como Ártemis instruíra que elas se arrumassem. O traje todo preto contrastava comicamente com a tiara de flores coloridas, e Taylor parecia desconfortável, mexendo os braços igual um boneco de posto.

— Urrum — disse ela, serenamente. — Mais que pronta.

— Jura? — Julia agitou as sobrancelhas. — Você parece meio... gótica.

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