I got tired

301 20 2
                                    

  Me joguei na cama enquanto Debora surtava como de costume, ela dizia coisas como "Meu Deus Victoria, você vai ter outro filho" ou "O Allan e a Ha-na vão pirar, meu Deus, eu preciso comprar mais roupinhas de bebês". Eu estava assustada com tudo aquilo, na verdade usamos camisinha em toda vez que transamos, a não ser em Bahamas que esqueci completamente disso, eu tenho certeza que ele vai pirar.
— Victoria, o que vamos fazer ?
  Debora disse colocando a mão na cabeça.
— Debora, eu vou ter o filho.
  Falei como se fosse óbvio.
— Se você começar com isso, eu vou entrar em crise.
— Eu estou animada, na verdade animada demais, eu amo a Ha-na e vou amar esse serzinho ai dentro.
  Debora fez biquinho olhando minha barriga.
— Como eu não percebi ? Eu tive enjoos, comi demais esse último mês.
  Revirei os meus olhos indo até o espelho.
— Pois é Debora, teremos mais um integrante na nossa família.
Levantei minha blusa olhando minha barriga.
— Sabe o que isso me lembra ?
  Debora sorriu colocando a mão no meu ombro.
— Quando você ficou grávida da Ha-na, eu me lembro como se fosse ontem, Victoria nós ficamos desesperadas com o teste.
  Gargalhei.
— Quem diria, a minha melhor amiga com o meu irmão, isso é demais.
  Assenti.
— Nunca imaginei que ficaria com seu irmão.
  Debora assentiu me olhando fixamente.
— O mundo da voltas, dona Victoria.
Senti seus lábios em minha bochecha.
— Vocês dois também só sabem fazer filhos, né ? Quantas vezes vocês transam por dia ?
  Levantei a minha sobrancelha.
— Isso não é da sua conta Debora.
  Ela me olhou incrédula.
— Victoria, somos melhores amigas okay ? Você tem que me contar tudo.
Ela disse como se fosse óbvio.
— Hum, você quer saber o quanto seu irmão é bom na cama, ou o tamanho do pau dele ?
   Debora arregalou os seus olhos.
— Foi o que eu pensei.
— Ele não voltou ainda ?
  Neguei.
— Não acredito que ele me deixou no restaurante para ver a Anna.
  Revirei os meus olhos sentando na cama.
— Ainda mato aquela mulher.
— Victoria ?
  Debora sorriu sapeca.
— O que foi Debora ?
  Cruzei os meus braços.
— Bom, como somos melhores amigas, eu queria te contar uma coisa.
  Assenti.
— Eu estou saindo com o Lucas.
  Arregalei os meus olhos caindo na risada.
— Qual é a graça ?
— Não acredito que você está saindo com ele, Debora Jeon. Eu sempre soube que você era afim dele.
— Já estamos a duas semanas, e ele queria ver a Ha-na. Bom, eu convidei ele para vir aqui hoje.
Ela sorriu mostrando todos os seus dentes.
— Você não muda menina.
  Falei indo até o guarda-roupa.
— Onde você vai ?
  Sorri pegando os meus tênis.
— Vou ao hospital ver o Allan, preciso contar para ele sobre o bebê.
  Ela assentiu.
— Você fica com a Ha-na ?
— Claro, e não tem problema o Lucas vir né ?
— Debora, se eu falasse não ele viria do mesmo jeito.
  Ela assentiu se jogando na cama.
— Vou nessa, qualquer coisa me liga morena.
— Pode deixar loirinha.
[...]
Parei enfrente ao hospital de Los Angeles, ainda estava procurando as palavras certas pada falar com ele. Peguei minha bolsa adentrando o enorme prédio, passei pela recepção cumprimentando todos que estavam ali, não demorou para o elevador me deixar no andar de ginecologia.
— Victoria ?
Ally sorriu ao me ver.
— Boa noite, o doutor Jeon esta ?
  Ela assentiu.
— Ele esta no décimo andar, o mesmo precisou atender uma emergência.
  Assenti entrando no elevador novamente. Assim que ele me deixou no décimo andar, sai caminhando pelos corredores atrás do Allan. Senti uma vontade horrível de chorar ao ver aquilo.

ALLAN JEON POV -LOS ANGELES
Eu sinto muito, mas você perdeu o bebê.
  Na hora Anna começou a chorar, confesso que aquilo me comoveu.
— Vai ficar tudo bem.
— Allan.
  Ela disse segurando a minha mão.
— Me perdoa, por favor me perdoa por ter tirado o nosso bebê.
  Ela disse olhando em meus olhos, senti meu estômago revirar, odeio tocar nesse assunto.
— Anna.
  Ela negou chorando ainda mais.
— Eu sei que o Pablo pode ter dito que esse bebê era dele, mas é mentira Allan, ele sempre foi seu, quando eu descobri a gravidez nunca tinha ficado com ele.
— Anna, eu não quero falar sobre isso.
  Olhei em seus olhos e pela primeira vez eu estava vendo a Anna que amei anos atrás, não aquela mulher que me traiu com outro, mas sim a menina doce que eu me apaixonei perdidamente.
— Me perdoa, por favor Allan.
  Suspirei olhando para o chão.
— Esta tudo bem Anna, isso ja passou e agora precisamos cuidar de você, ou você pode ter problemas futuros.
  Ela assentiu limpando suas lágrimas.
— Eu realmente sinto muito, porque eu não sei o que seria de mim sem a minha filha.
  Sorri ao me lembrar de Ha-na. Anna sorriu de lado.
— Obrigada por tudo que você ja fez por mim, eu sempre te amei Allan.
  Acariciei os seus cabelos olhando em seus olhos.
— Eu também Anna, você não sabe o quanto eu era louco por você.
  Ela sorriu mostrando os seus dentes.
— Mas hoje eu sou apaixonado pela mãe da minha filha, a Victoria é a mulher da minha vida.
Sorri largo.
— Vou preparar os seus remédios.
  Ela assentiu.
[...]
  Agradeci assim que cheguei em casa, tirei meu jaleco colocando dentro da maleta enquanto subia até a cobertura. Antes de abrir a porta ouvi a gargalhada da minha pequena, o que me fez sorrir largo. Rodei a maçaneta dando de cara com aquele loiro de farmácia deitado no meu sofá brincando com a minha filha.
— Papai chegou.
  Ha-na correu em minha direção, peguei a mesma no colo dando um selinho em seus lábios.
— O titio Lucas estava fazendo aviãozinho igual você faz com a Ha-na papai.
Olhei sério para o homem na minha frente.
— Oi Allan.
Ele sorriu de canto.
— Allan, eu achei que você nunca fosse voltar.
Debora cruzou os seus braços.
— Cadê a Victoria ?
  Franzi minha testa colocando a Ha-na no chão.
— Ela esta no quarto papai, a mamãe disse que estava cansadinha.
  Assenti indo até o o quarto. Abri a porta e sentir o ar frio do ar condicionado, Victoria estava deitada na cama com uma camiseta minha mostrando toda a sua bunda, essa mulher ainda me mata, me aproximei sentando ao seu lado e passei meu polegar por todo o seu rosto macio, era surreal o quanto eu era apaixonada por essa mulher, nunca imaginei que amaria alguém dessa forma. Lentamente, Victoria abriu os seus olhos.
— Oi baby.
  Sussurrei, ela me olhou séria por alguns segundos.
— Achei que não fosse voltar mais.
  Victoria disse seca levantando da cama.
— Ai saco.
Victoria colocou a mão na barriga respirando fundo.
— O que foi ?
  Me aproximei.
— Nada, eu só fiquei tonta mas ja passou.
  Ela disse saindo do quarto.
— Victoria, o que aquele homem esta fazendo na minha casa ?
  Cruzei os meus braços.
— Você só pode estar brincando.
  Ela sorriu irônica mostrando todos os seus dentes.
— E o que você estava fazendo acariciando o cabelo da Anna?.
Ela disse irritada.
— Eu estava trabalhando Victoria.
  Falei como se fosse óbvio.
— Eu ja ouvi isso Jeon, e ja cansei dessa mulher, ela só te faz mal não percebeu ainda ?
  Seus olhos estavam cheios de lágrimas.
— Já estou cansada disso.
— Victoria.
  Me aproximei.
— Por favor me deixe Allan.
  Ela disse molhando o seu rosto com as lágrimas.
— Onde você vai ?
— Dormir com a minha filha.
  Ouvi a porta do quarto bater com força.
[...]
  Eu estava deitado na cama, mas não conseguia dormir, odeio dormir sozinho e mesmo que eu esteja fodidamente cansado não estava conseguindo fechar os meus olhos. Olhei no relógio e marcava duas e meia da manhã.
— Papai, papai.
  Ha-na disse abrindo a porta do quarto.
— A mamãe esta caída no chão.

Aftermath of a night!Where stories live. Discover now