5° Casamento part 2 - A louca do vinho

6.3K 446 113
                                    


Pov Juliette

- Eu... Eu... Eu...-gaguejo pelo nervosismo que sentia naquele momento, eu sinceramente não tinha certeza do que causava essa tontura e borboletas soltas por todo meu estômago, estou em dúvida se isso vem pela grande quantidade de espectadores á espera de uma resposta positiva, ou se pelo temor de mudar a minha vida completamente com simples palavras perante familiares, amigos e até mesmo desconhecidos.

Sou tirada de meus devaneios por um segundo aperto da mulher em minha mão esquerda. Com um longo suspiro eu a encaro nos olhos cor de esmeraldas.

- Eu aceito.- engulo seco tentando não transparecer ainda mais a incerteza sobre o casamento.

- Boa garota!- ela sussurra ameaçadoramente vitoriosa sem desviar os olhos de mim, e pude ver seus olhos pausarem sobre a minha marca de nascença sobre os lábios, sinto minhas bochechas arderem pelo constrangimento e pela raiva de sua audácia ao me dirigir aquelas palavras como se estivesse falando com um bicho de estimação, me contorço para não falar umas boas verdades para aquela rica metida a besta.

- Neste caso declaro Sarah Andrade e Juliette Freire casadas.- o juiz declara com um sorriso grande provavelmente aliviado por eu ter respondido com a resposta que todos aguardavam, imagina o constrangimento que ele sentiria se a noiva abandonasse o altar principalmente quando o casamento era dessa magnitude toda, mas ele não conhecia meu lado, e acho que nunca ninguém poderia entender.

Eu estava tão absorta dm meus pensamentos que nem me dei conta que faltava um detalhe importante naquela maldita frase

.- Senhoras Andrade fiquem a vontade para se beijarem!-naquele momento meu coração tropeça e quase para.

Sarah esnobe Andrade me lança um sorriso de canto que a outros olhos era um gesto de ternura, para mim foi uma declaração de guerra, ela se casou comigo contra minha vontade e agora quer usufruir de todo resto? Ela está muito enganada.

Olho para o juiz de paz implorando para que ele retirasse o que havia acabado de ter dito, mas não tive tempo de usar minhas armas para fugir daquela cena constrangedora, Sarah me puxa pela mão que segurava colando nossos corpos a centímetros de distância, sinto minha respiração falhar e o pânico me invadir, a única pessoa que eu havia beijado na vida toda era Arcrebiano, que por um acaso era o completo oposto daquela mulher, ele era gentil e não tão dominador, era carinhoso e não dizia coisas que me deixasse constrangida ou com raiva. Andrade com seu ar de vitoriosa passa os lábios pelos meus, e instintivamente se paro os meus lábios fechando os olhos, que droga, Porque o corpo não obedece aos meus comandos?

-Eu sei que vc quer senhorita Freire, ou devo chamar de senhora Andrade!?- ela provoca em tom de deboche com os lábios colados ao meu, fecho a cara prestes a sair do transe, mas seus lábios de uma predadora nata captura os meus assim que percebe que suas palavras estava quebrando o efeito automático, sinto um desejo de morder seu lábio até sangrar, e mais uma vez interrompem meus planos com uma enxurrada de aplausos, espero sinceramente que minha família não esteja sendo tão hipócritas a esse ponto, afasto meus lábios do de Sarah sentindo minhas bochechas arderem pelo constrangimento e seu olhar predador sobre mim também me causou arrepios na espinha, ela pega minha mão e se vira para o público e acena com a mão livre para os muitos convidados que aplaudiam de pé, alguns até emocionados.

Ela aperta minha mão em um pedido silencioso para que eu fizesse o mesmo, contra gosto e com um sorrisinho falso ergo a mão livre e aceno.

Poucos segundos depois ela desce os degraus segurando em minha mão e passamos no corredor entre os convidados que começam a jogar arroz sobre a gente até a saída do salão, acho que foi a primeira vez naquele lugar que realmente me permiti dar uma risada sincera, era uma sensação de cocegas quando o arroz chicoteava de leve a minha pele, mesmo na tentativa falha de fuga pude ouvir gritos de empolgação e assovios, a porta do carro se abre para mim e eu entro com ajuda de algumas mulheres, era difícil fazer qualquer coisa com aquele vestido, chego para o canto e Sarah entra ao meu lado enquanto ri de algo que eu não vi e muito menos ouvi, ela dá um tchau rápido e fecha a porta do carro,o carro da partida assim que ela ordena e eu fico relutando se deveria perguntar ou não aquilo, mas o nervosismo deixa a curiosidade falar mais alto.

CASAMENTO ARRANJADO •SARIETTE•Where stories live. Discover now