Pequenas mentiras

By Inangell

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★ SEGUNDO LUGAR EM ROMANCE NO RAPOSA DE OURO ❦❦❦❦⚀❦❦❦❦ Mary Angel é uma jovem estudiosa e reservada. Não... More

Personagens
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XLI
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Bonus
XLIII
XLIV
XLV
XLVI
Bonus
XLVII
XLVIII
XLIX
L
LI
LII
LIII
LV
Bônus
LVI
LVII
LVIII
LIX
LX
LXI
LXII

LIV

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By Inangell

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E mais um fim

Adam dirigiu o caminho em silêncio, e apenas o meu choro tomava o ambiente. Eu estava tão acabada, mas acabada do que qualquer último dia. Era tantas coisas acontecendo: era sobre o Lyan; sobre o Adam usar drogas mais que o normal; sobre ele vender isso; sobre ele me amar...

      Quando chegamos na faculdade, mal olhei para ele, sai do carro apressada e não tinha muitas pessoas ali, era cedo ainda, então eu corri para o banheiro e tranquei a porta para que ninguém me visse. Deslizei sobre a porta caindo no chão, dobrei as pernas e apoiei os cotovelos, colocando a cabeça entre as mãos. Eu estava tão perdida!

       Eu amava muito o Adam e cada dia esse sentimento aumentava com muito intensidade, mas as vezes precisamos sacrificar tudo pelo nosso bem, e eu precisava pensar em mim. Eu não poderia querer ter um futuro com um cara como o Adam, que até poderia me colocar em risco por causa disso. Eu precisava de um bom homem que eu não precisasse dividir a atenção e nem me esconder de todos. O que eu falaria para os meus pais? Eles gostam muito do Adam e menos de uma hora atrás, estávamos muito bem, tomado café da manhã juntos, depois de uma maravilhosa noite de sexo.

       — Mary? — ouvi a voz da Ellie e suas batidas na porta.

       Adam deve ter a avisado que eu estava chorando em algum banheiro.

         Me levantei um pouco trêmula e girei a maçaneta, abrindo a porta. Ellie entrou como um furacão no banheiro e a encarei. Ela estava com o cabelo preso em um coque despojado e uma calça jeans e um moletom.

      — Vim correndo. O que aconteceu dessa vez? — ela me abraçou e passou a mão pelas minhas costas.

       — O Adam e eu, terminamos... o que tínhamos. — digo entre soluços e apertei a Ellie com os meus braços

       — Mas por que? — ela disse ainda abraçada a mim. Ellie tinha um abraço reconfortante.

       — Eu achei muitas drogas no carro dele e bom, o Adam me contou a verdade. E eu preferi acabar com tudo. — comecei a ficar um pouco mais calma. — Eu não quero mais voltar para ele, Ellie, nunca mais... Não quero isso para mim, não quero isso para a minha vida! — soltei-a e a mesma segurou o meu rosto

       — Ele te ama, ele me disse agora há pouco. — suspirou fundo. — O Adam falou que não quer te perder, não mais e que quer apenas te proteger, mesmo que esteja longe.

        — Por que ele não disse diretamente para mim? — mais lagrimas caíram em minhas bochechas.

      — Talvez você não tenha dado a oportunidade! — Deu um meio sorriso para mim. — Não quero o defender, eu já conversei com ele sobre isso, e passamos um mês sem nos falar. Mas você é tudo o que ele quer, Mary, você é a única coisa que ele precisa para ser feliz. Todos perceberam isso! O Adam estava desesperado e até pensei que ele estivesse chorando. O meu irmão disse que vai tentar falar com o cara que repassa a mercadoria para ele e vai devolver tudo, até a grana que ele ganhou nos últimos dias. Mas só não deixa-o. — Ela passou o polegar pelas lágrimas, as limpando.

      — É tarde demais para mudanças, Ellie. E eu preciso desistir do Adam, ou vou sair muito machucada dessa situação. — me afasto de Ellie indo até a pia, viro a torneira e pego um pouco de água, molhando o rosto. — Eu amo o Adam, muito mesmo. Mas eu me amo mais!

      Tinham se passado quase uma semana depois da minha grande decisão. E essa semana não foi nada fácil! Lyan me procura 24 horas por dia, querendo conversar comigo, mas eu deixei bem claro que não o queria ver nem pintado de ouro na minha frente, não depois do que ele fez comigo, independente se estava chapado ou não.

       Adam por si, me ligou algumas vezes, mas eu ignorei todas as chamadas, então, ele me parou de me ligar no terceiro dia, esquecendo quem eu era.
Minha mãe pergunta todos os dias dele e eu sempre falo que estamos muito bem juntos.

        O bom disso tudo é que eu tenho a Ellie, que sempre vem aqui em casa para me consolar e as vezes, reclama do irmão dela e do Gael, para me confortar. Sempre vemos filmes e comemos porcarias.

         Eu me isolava na faculdade, e desde ontem, não vi mais ninguém, além de Ellie. Adam realmente sumiu e eu estava começando a me preocupar. Toda vez que eu perguntava para a Ellie, ela mudava de assunto e fingia que nada tinha acontecido, o que era estranho. Mas como eu não fico quieta, me arrisquei a ir nesse momento na casa dos Ashworth.

        Toquei a campainha e mexi as mãos nervosa demais. Se passou alguns segundos e uma mulher alta de cabelo escuro amarrado em coque perfeito e com uma roupa preta abriu a porta.

       — Pôs não? — disse com um sorriso.

       — Boa tarde, eu gostaria de falar com a senhora Ashworth. — digo meio sem jeito

       — Ela não está no momento. — disse unindo as sobrancelhas.

       — Sabe me dizer que horas ela volta? — perguntei receosa.

       — Ela disse que iria demorar, sabe como é clínicas de reabilitação. Coitado do Adam. — negou com a cabeça. — Mas ela já saiu tem um tempo, receio que já chegue.

       — O Adam está em uma clínica de reabilitação? — franzi a testa surpresa.

       — Quer entrar, querida? Está frio aí fora. — ela disse dando passagem para mim. Eu entrei e já senti o ar quente do aquecedor tomar o meu corpo. — Ele foi na segunda para a clínica, apenas para fazer um teste, e volta hoje. Ele deve estar vindo para cá. — ela explicou fechando a porta. — Eu fiquei orgulhosa do Adam por ter tomado uma decisão importante em parar com as drogas. — sorriu, exibindo seus dentes brancos e alinhados.— Sente-se quer um chá? — perguntou me olhando e eu assenti com a cabeça.

Respirei o fundo processando aquela informação. Adam tinha ido para uma clínica de reabilitação, por nós dois. E eu estava mais que orgulhosa dele, mas também não podia dar o braço a torcer. Eu o amava e queria o bem dele, precisava ser dura para que ele tivesse força de vontade para parar com o seu vício.

Antes da senhora se vira para ir para a cozinha, ouvi o barulho da porta sendo destrancada e logo ela foi aberta. Olhei em direção à porta e Ellie entrou mexendo no celular, assim que me levantou o rosto, ela paralisou. Adam e a Senhora Ashworth entraram junto e me encararam também.

— Mary... — Adam sussurrou baixo e eu o analisei.

Ele estava um pouco acabado, com olheiras ao redor dos olhos e o rosto pálido, sua boca estava cortada e não tinha mais o tom rosado de alguns dias atrás. Ele estava com uma blusa de mangas compridas, dobradas até o cotovelo e uma calça de moletom cinza. Seu cabelo estava despojado e parecia estar um pouco úmido. Digamos que Adam estava muito pior, parecia que não conseguia dormir há dias e comia bem pouco.

— Eu vim conversar com a senhora sobre... — olhei para a Diana que estava com um sorriso sem graça no rosto. Ela também parecia um pouco mal. — sobre o Adam. — finalizei a frase e encarei os meus tênis.

— Pensei que estava na faculdade. — Ellie disse se aproximando de mim.

— Eu estava, mas preferi não ficar os restantes das aulas. Você não me deu notícias do Adam e eu estava ficando preocupada. — respirei fundo e eu pude sentir a culpa de Ellie a tomando.

— Me desculpe, mas se eu te contasse que... — a interrompi.

— Que ele estava em um centro de reabilitação? É, fiquei sabendo. E te entendo. Relaxa, Ellie. — dei de ombros e encarei Adam novamente.

Eu queria muito abraçá-lo nesse exato momento e dizer que eu estaria com ele para tudo, que estaria firme e forte ao seu lado e prometer que nunca mais nos separaríamos. Mas eu não podia prometer nada, não agora. Adam e eu eram um caso incerto, que uma hora estavam se amando e na outra brigando. Eu queria que desse certo, mas toda vez que decidíamos dar uma chance para a gente, tudo dava errado e eu saía quebrada. Nos amávamos, nos queríamos, precisávamos um do outro, mas infelizmente, nossos corações não batiam em sincronia.

— Vou deixar vocês conversaram! — a senhora Ashworth disse dando um sorriso e saiu junto da filha do cômodo.

Eu não sabia por onde começar, mal sabia o que dizer. Tudo estava confuso.

— Você sabe que eu fiz isso por você. — ele disse tão baixo que mal compreendi suas palavras.

— Você fez isso por nós. E eu estou orgulhosa de você. — o encarei e Adam deu um sorriso de lado. — Por que não me avisou? — franzi a testa.

— Eu tentei, mas você não me atendia e me bloqueou. — e então, Adam me olhou, e seus olhos estavam um pouco avermelhados e... tristes.

A sensação de culpa me tomou toda e o meu corpo se arrepiou.

— Eu precisava de um tempo. — mordi o lábio inferior e juntei minhas mãos.

— Eu sei. Eu também precisava de um tempo para saber se eu teria forças para conseguir ficar sem você. — ele disse olhando nos meus olhos. Adam se aproximou um pouco, com passos lentos. — E vi que não. Eu preciso de você, Mary. Eu preciso do seu amor e do seu corpo. Você é a única pessoa na qual me faz sentir feliz, mesmo quando brigamos. E você me trouxe emoções que jamais senti na vida. — fechei os olhos e respirei fundo, tentando digerir tudo o que estava acontecendo.

— Adam... — abri os olhos e ele já estava parado a minha frente, analisando o meu rosto.

— Shiu! — colocou o dedo indicador sobre os meus lábios. — Eu nunca disse isso para uma garota com todas as palavras e sentimentos envolvidos, mas você é diferente que me faz querer gritar para o mundo o que eu sinto por você. Eu amo você, Mary Angel, e eu farei qualquer coisa para conseguir você de volta. Me perdoa por ser quebrado, me perdoa por não ser o suficiente para você, me perdoa por não ser o cara que você sempre sonhou, mas deixa eu te mostrar que, mesmo sendo como eu sou, posso te fazer a pessoa mais especial do mundo.

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