Pequenas mentiras

By Inangell

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★ SEGUNDO LUGAR EM ROMANCE NO RAPOSA DE OURO ❦❦❦❦⚀❦❦❦❦ Mary Angel é uma jovem estudiosa e reservada. Não... More

Personagens
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XXXV
XXXVI
XXXVII
XXXVIII
XXXIX
XL
XLI
XLII
Bonus
XLIII
XLIV
XLV
XLVI
Bonus
XLVII
XLVIII
XLIX
L
LI
LII
LIII
LIV
LV
Bônus
LVI
LVII
LVIII
LIX
LX
LXI
LXII

XVI

830 64 129
By Inangell

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Eu pensei em me esconder, mas meu corpo não moveu um sequer músculo. Minha boca se abriu algumas vezes, mas nenhum som saia. E lá estava eu, igual à uma idiota de lingerie branca, parada e sem saber o que falar ou agir. Os olhos de Adam se passavam por cada canto do meu corpo, e parou nos meus seios que estavam mal cobertos pelo sutiã.

        Adam prendeu o lábio inferior nos dentes e o segurou ali por um tempo, deixando avermelhado. Ele piscou algumas vezes e encarou meu rosto.

        — Acho melhor... você cobrir seu corpo — sugeriu com a voz falha.

       Sai do meu transe e percebi a real situação. Adam havia me visto semi-nua! Eu estava ficando mais que constrangida naquele dia. Xinguei-me mentalmente, e encostei a porta, correndo para perto da minha roupa dobrada em cima da cama. A vesti tão rápido que quase tropecei no tapete. Corri de volta para a porta e a abri bruscamente, vendo Adam encostado na parede em frente ao meu quarto. Ele estava entretido no celular e eu engoli em seco, e foi quando o mesmo me olhou.

      — Adam... — comecei dizendo — Me desculpe... Oh meu Deus, que ridículo! — me enrolei nas minhas próprias palavras. Eu estava tão nervosa. — Eu não sei o que dizer, eu só...

       — Calma, Mary! — me interrompeu e soltou um risinho baixo. Provavelmente, eu tinha sido ridícula nesse nível — Não se preocupe. Você estava meio coberta, não vi nada. — tentou me tranquilizar.

       — Isso é tão vergonhoso! — escondi meu rosto entre as mãos e ouvi uma risada dele.

       — Não foi. Eu juro que esqueço — levantou as duas mãos em sinal de rendição. Minhas bochechas ficaram mais vermelhas — Enfim, só vim me despedir de você.

— Ah, claro — puxei a pontinha do lábio com o dente e o olhei — Boa noite então, muito obrigado pelo dia... — abri um sorriso e ele retribuiu na mesma medida.

— Então... Boa noite! — Adam manteve o sorriso e se virou para o corredor — Alias, você tem um belo corpo. — o vi balançar a cabeça rindo fraco e saindo dali.

O que? Oh meu Deus!

Senti meus pelos se arrepiarem e minhas bochechas corarem violentamente. Meu rosto queimava de vergonha. Eu não estava acreditando... Ele havia visto meu corpo quase nu e ainda teve coragem de comentar sobre... Mas claro, não vou negar que tinha gostado do seu comentário.

Sua silhueta desapareceu no corredor e eu respirei fundo, bem fundo e encostei a cabeça na batente da porta.

Nunca me imaginei sendo amiga de Adam, passando um dia com ele, o mesmo sendo legal comigo. Eu imaginava todas essas coisas com Lyan e não com... o Adam. Se fosse há alguns dias atrás, eu estaria o xingando por ser um idiota e por ter invadido a minha privacidade.

Quando me voltei para entrar no quarto, olhei para a jaqueta de Adam em cima da minha cama. Havia esquecido de entregá-lo. Revirei os olhos pela minha própria burrice e a caminhei com os passos rápidos para pegar a jaqueta. Comecei a correr pela casa e assim que parei na escada, dei uma varredura com os olhos pela sala e não achei Adam, apenas meus pais que estavam sentados no sofá, conversando sobre algo. Desci as escadas na esperanças do Ashworth ainda estar por lá.

      — Adam já foi? — perguntei meio receosa, apertei mais a jaqueta nas minhas mãos.

      — Não...— minha mãe disse semicerrando os olhos. Um leve medo bateu em mim por conta do que ela estava pensando.

      — Ah... — suspirei — Eu tinha que entregar a jaqueta dele. — ergui a mão mostrando a jaqueta.

      — Claro! — meu pai olhou cúmplice para a minha mãe — Amor, você viu como o Adam está diferente?— ele dizia olhando para a minha mãe que sorria.

       — Sim, muito bonito por sinal... — minha mãe moveu o rosto para a minha direção — Adam é muito bonito, um bom partido para qualquer garota, não é Mary?

       Tive que prender os lábios para não rir. Ela achava mesmo que Adam era um "bom partido" para uma garota? Que ridículo. Adam não era bom nem para ele mesmo, quem dirá para outra garota. Provavelmente, meus pais — que conheciam Adam há muito tempo — não o conhecia o bastante e muito menos sabiam quem era ele de verdade. Adam Ashworth era um cara legal, mas, pelas coisas que todos sabiam na faculdade, se envolvia com coisas erradas e além do mais, dorme com alguém a cada dia. Se meus pais achavam que ele era um bom garoto para uma garota — vulgo eu — estavam enganados.

      — Concordo, mãe — sorri para ela, foi o sorriso mais falso que dei para minha mãe — Aliás, um bom partido para Hanna. — me virei e comecei a andar em direção às escadas, ouvindo alguns sussurros.

Suspirei pesadamente, tentando relaxar os ombros e manter a cabeça no lugar. A ideia de Adam e eu, juntos, passa pela minha cabeça e não me agrada muito, seria a coisa mais estranha que poderia acontecer entre ele e eu. E a coisa mais ridícula que alguém poderia pensar.

Olhei o horário no celular e vi que tinha bastante tempo, o bastante para andar no campus tranquilamente.

Era segunda, exatamente 7:22am e eu estava super cansada. O domingo passou mais rápido que eu esperava e a segunda chegou com uma semana super pesada e cansativa. De cara, cada professor falara o dia da sua prova sendo que mal começou o período. Já vi que terei que passar a semana inteira estudando e estudando, sem ter tempo para respirar.

Ajeitei o moletom no meu corpo e abracei meus próprios braços. A manhã estava muito fria e com muita ventania, tive que prender meu cabelo, pois o mesmo estava todo bagunçado por causa da droga do vento.

Assim que entro para dentro do corredor da faculdade, vejo já o movimento agitada dos alunos passando pra lá e pra cá. Vejo Hanna acenando e pulando para mim toda animada. Alguma coisa tem! Penso. Quando vou chegando perto da mesma, ela vem saltitante na minha direção e me envolve com seus braços, me apertando.

— Bom dia, flor do dia! — diz cantando. Tá, legal. Assim até os passarinhos da Cinderela
se assustam.

— Bom dia! — sorrio para ela — Posso saber o motivo dessa felicidade em plena segunda? —arqueio a sobrancelha enquanto Hanna me solta dos seus braços.

Mais uma vez, minha amiga sorri alegremente e suas bochechas ficam vermelhas.

— Ontem eu saí com Adam...— comenta com um sorriso bobo e apaixonado. Por Deus! — Ele foi super atencioso comigo e ele me levou para jantar em um restaurante maravilhoso e chique — Um brilho intenso tomou conta dos seus olhos como ela estivesse lembrando do momento — Ninguém nunca me tratou assim, como Adam me tratou. Comemos, conversamos e nos beijamos — um suspiro apaixonado escapou dos lábios dela.— Mas essa não é melhor parte... — Hanna deu mais um pulinho levantando a mão e mostrando um anel. No começo eu não entendi muito bem, mas depois fiquei paralisada.

Aquilo era um anel de compromisso? Ou eu estava alucinando? Eu não sabia o que era real ou o que não era. Minhas sobrancelhas se franziram e eu abri os lábios. Não estava acreditando, mesmo. Eu não conhecia Adam, mas sabia que ele poderia ir tão longe, como havia me dito. Ele havia me dito que gostava de Hanna, mas lá no fundo, eu sentia que o mesmo estava a usando para a família lucrar. E eu senti uma pontada de raiva. Ele poderia magoar Hanna com esse negócio de "namoro", e eu não queria isso.

Eu estava muito feliz por Hanna, se ela havia aceitado o pedido de namoro do Adam, quer dizer que ela esqueceu o babaca do ex-namorado dela e conseguiu seguir em frente, e isso realmente me deixava aliviada e feliz. Mas por outro lado, esse namoro poderia ser ruim. Porém a minha amiga estava feliz, saltitante, ela gostava muito dele e eu não poderia deixar esses pensamentos negativos me transbordar.

Coloquei o meu melhor sorriso no rosto e mais sincero.

— Sério? Eu não acredito nisso, Hanna — coloco as mãos na boca — Estou muito, muito feliz.—estiquei meus braços e a puxei para um abraço apertado.

— Eu sei que eu conheço ele há pouco tempo, mas eu não poderia recusar, ele é tudo o que eu sempre quis — escondeu o rosto entre as mãos quando eu a soltei.

— Não pense nisso. Você gosta dele, de verdade — sorri a confortando.

— E tem mais... — mordeu os lábios e ficou vermelha — Saímos do restaurante por volta das oito da noite e fomos para um hotel e... — parou de falar por conta da sua vergonha e logo entendi.

Abri a boca em um perfeito "O" e fiquei mais que surpresa. Quanta informação para uma manhã só.

— Hanna, oh céus... — foi a única coisa que eu consegui dizer e fiquei imóvel por alguns segundos.

— Ele não é nada carinhoso na cama, pelo contrário, Adam é muito bruto transando — Me contou e eu revirei os olhos com aquela informação— Mas não deixa de ser um príncipe.

Engoli em seco. Okay! Eu não precisava de tanta informação, ainda mais sobre isso. Claro que era de se esperar que ela me contaria algumas coisas, mas quando o assunto era sexo, eu não sabia como reagir. Sempre ficava constrangida.

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