Um Jeito Estranho de Amar + C...

By autoracarolsilva

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Threesome, Poliamor, LGBT, Barriga de Aluguel, Fast Burn, Trisal, Ménage à Trois, Grumpy e Sunshine 🔥📸🩺🤱 ... More

NOTA DA AUTORA
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46

CAPÍTULO 36

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By autoracarolsilva

JACOB


Tudo em mim doía. Do fio de cabelo da minha cabeça à ponta dos dedos dos meus pés. Até o simples ato de respirar, me causava dor.

Encontrava-me no que parecia ser um quarto na ala da emergência para pacientes poli traumatizados, porque eu só escutava o povo dizer "Vítima com Traumatismo Craniano para cá", "Vítima com Fratura exposta da Tíbia para lá", ou seja, só havia gente lascada e quebrada nessa ala.

Não me lembrava de nada do tal acidente que o pessoal daquele hospital estava comentando. A única coisa que eu lembrava era de estar escutando Cher e cantando junto com ela enquanto dirigia para ir reencontrar com as três, das quatro, pessoas que eu mais amava nessa vida.

— Mãezinha? – a chamei para que a mesma se aproximasse do leito e entrasse no meu campo de visão, pois eu estava deitado reto na cama, com o corpo todo imobilizado e usando um colar cervical.

Tudo isso para que eu não me mexesse um centímetro sequer, pois o doutor que tinha me atendido ao chegar ali, havia informado que, possivelmente, eu poderia ter lesionado a minha coluna durante o acidente, mas que o mesmo já estava providenciando todos os exames para descartar aquela possibilidade.

Todavia, os minutos seguintes que passei sozinho naquele quarto, olhando apenas para o teto branco, foram os mais horríveis da minha vida, porque eu só pensava e pedia a Deus para que não ficasse paraplégico ou até tetraplégico.

Estava para entrar em desespero quando minha mãe apareceu e conseguiu me acalmar um pouco. Mas eu ainda não sabia como ela havia conseguido chegar ali, naquele hospital, em menos de uma hora e meia, quando a viagem daqui para Shoreline é de quase quatro horas.

— Mamãe? – a chamei novamente, mas não houve resposta – Mãe? Mãezinha, a senhora está aí? – indaguei, já preocupado.

— Oi, filho. Estou aqui – ela disse entrando no meu campo de visão, dando um sorriso e afagando minha cabeça – Eu estava ali fora tentando falar com o Apolo, mas ainda não consegui. Só cai direto na caixa postal.

— Tenta de novo, mãe. Se ele viu o noticiário falando da minha morte, o coitado deve estar tão desesperado que nem pode ter visto o final do jornal. Tenta ligar de novo. E se a senhora não conseguir, liga para os meus sogros e pede para eles irem buscar ele e a Thea em Bowen Island. O meu sogro tem barco. Liga, mãe. Por favor. Eu quero o Apolo e a Theodora aqui comigo. Eu estou com muito medo – murmurei, já sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Não chora, filho. Não se preocupe com isso, ok? Eu vou ficar tentando até conseguir falar com o seu marido – ela falou à medida que enxugava os meus olhos com um lenço.




THEODORA


— Isso só pode ser castigo de Deus – escutei Apolo choramingar, encolhido no sofá, abraçando as próprias pernas, enquanto eu procurava nossos celulares pela sala.

— Não fala isso, Mozão... Achei! – exclamei feliz, porém logo fechei a cara – Merda! Essas porras estão descarregadas! Eu vou botar eles para carregar e aí vamos ligar para a Myriam para saber o que realmente houve com o nosso Ursinho, porque ela já deve saber de alguma coisa a essa hora.

— Eu não quero ligar e confirmar que nunca mais vou ver o meu marido. Que nunca mais vou poder ouvir a sua risada. Senti o cheiro dele... o beijo dele...

Apolo desabou no choro novamente, se encolhendo sobre o assento do sofá.

— Oh, Mozão...

Larguei os celulares em cima de uma poltrona e voltei para perto dele, sentando-me ao seu lado, já afagando seu braço e distribuindo beijos em sua costa e ombro, nus, enquanto tentava desesperadamente não chorar também.

— A gente precisa saber o que aconteceu com ele, Mozão. E se foi um mal-entendido? E se durante o acidente, quando socorreram ele e os outros, tiverem trocado as identidades deles? – falei e Apolo levantou o rosto, se virando de frente para mim, onde eu pude ver uma pequena chama de esperança em seus olhos – E se o nosso Ursinho estiver vivo, mas muito ferido e precisando da gente lá com ele?

— Será que isso é possível? – Apolo murmurou e eu assenti com a cabeça.

Segurei seu rosto, já me inclinando um pouco, o beijando na testa, para depois encostar a minha na dele.

— Vamos pensar positivo, Mozão – pedi, dando um beijo em sua bochecha, antes de me desvencilhar dele para poder levantar do sofá – Eu vou colocar os nossos celulares para carregarem um pouco e aí você liga para a sua sogra, ok?

— Você pode ligar por mim, Bonequinha? Eu estou com medo do que ela pode falar e você parece que é a mais forte de nós dois.

Me aprumei com os celulares em mãos e virei para Apolo, dando um sorriso condescendente enquanto eu sentia o nó do choro em minha garganta.

— Ligo sim.

Fui para o quarto o mais rápido que pude, pois eu não queria chorar na frente dele, porque um de nós devia ser, como Apolo mesmo havia dito, o mais forte. Dois chorões, se descabelando, totalmente desesperados, não daria muito certo naquela situação. Então, sabendo que ele era o mais sensível e chorão de nós dois, eu assumi o posto de forte, a muito custo.

Mal terminei de colocar os celulares sobre a mesinha de cabeceira, conectados à tomada, me dirigi para a varanda, sentindo o ar gelado atingir meu corpo, acolhendo-me. Então, ali, encostada no parapeito de vidro, olhando para a escuridão à minha frente, me permiti desabar pela primeira vez.

"Por favor, Senhor! Que o Ursinho estava bem! Que tenha sido só um mal-entendido mesmo!" rezei, chorando em silêncio.




APOLO


"A CULPA É SUA! A CULPA É SUA! A CULPA É SUA!" meu subconsciente gritava sem parar enquanto eu encarava o meu reflexo no espelho do banheiro.

De repente, todos os momentos maravilhosos que eu e o Jacob tínhamos passado juntos, desde o nosso reencontro até o dia em que eu o pedi em casamento, me vieram à mente, fazendo-me mergulhar profundamente naquela culpa que o meu subconsciente tanto gritava em minha cabeça.

"Deus está me castigando por eu ter tentado ser o que não sou" pensei, cerrando as mãos em punhos.

Eu tinha passado o dia com a Thea, dando muita atenção a ela e praticamente havia me desligado do Jacob, da minha verdadeira vida, fingindo ser alguém que nunca serei. Se me encontrava sofrendo era por culpa própria, por ter sido um péssimo marido.

"JACOB ESTÁ MORTO POR SUA CULPA!" meu subconsciente gritou e eu não aguentei mais, explodindo em fúria, frustração e dor, socando fortemente o espelho, vendo-o trincar e quebrar em alguns lugares, ferindo meus dedos.

Fiquei encarando aquela mão ensanguentada por alguns segundos, tentando saber se era realmente minha ou de um estranho, quando notei uma outra mão segurar o pulso, levando-a para debaixo de uma torneira aberta.

Foi então que voltei do meu transe, sentindo a dor e ardência dos cortes em meus dedos misturado a sensação fria da água que os limpavam, levando todo o sangue ralo à baixo. Olhei para o lado, encarando a Thea, que parecia brigar comigo por eu ter me cortado, então puxei minha mão bruscamente.

— Eu estou bem – falei enquanto enrolava uma toalha de rosto em volta dos meus dedos.

— O que foi houve, Mozão?

— Não me toca – murmurei, desviando de sua mão que ia segurar o meu braço, já indo rumo à porta.

— Qual é o seu problema, hein? Está de TPM por acaso? Ou você é bipolar por natureza? Volta aqui! – escutei ela exclamar à medida que eu adentrava o quarto – Ei? Eu estou falando com você!

— Só que eu não quero falar com você! – rebati, me virando e a encarando.

— Ah entendi. Reconheço esse olhar quando o vejo – Theodora sorriu incrédula – Eu aqui toda preocupada com você, tentando ser forte por nós dois, para pensarmos direito sobre a situação do paradeiro do Jacob e você aí, me culpando.

— Eu não disse isso...

— Não precisou, porque está demonstrando perfeitamente isso agora mesmo, sendo grosso comigo, que estou tentando te ajudar. A gente era para estar unidos numa situação dessa, mas quer saber? VÁ SE FUDER, APOLO! – ela gritou, levantando as mãos, mostrando-me os dedos do meio – Porque eu vou é saber o que houve com o meu Ursinho e cuidar dele, se o mesmo estiver vivo e machucado.

Thea me empurrou, fazendo-me cair sobre a poltrona perto da cama e deu a volta na mesma para ir pegar o celular, mas antes de chegar na mesinha de cabeceira, a vi se curvar sobre a cama, buscando apoio, enquanto sua mão ia para o pé da barriga e seu rosto se transformava em uma expressão de dor.

— Thea! – exclamei, preocupado, levantando-me rapidamente para ampará-la, mas assim que me aproximei, a mesma começou a me bater, empurrando-me para longe.

— Não me toca! Eu estou bem! Foi só um chute na minha bexiga!

Eu ia dizer algo, quando me sobressaltei com um forte barulho passando por sobre a casa, então corri para a varanda, vendo umas luzes se distanciando, indicando que tinha sido um avião pequeno que havia sobrevoado a casa. O mesmo deu a volta e começou a descer.

"Será que ele vai cair?" pensei, mas logo notei que o avião pousou na água, estacionando perto do deck, fazendo-me questionar mentalmente quem seria.

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