Pedido por ReehCameron
Contagem de Palavras: 1347 Palavras.
♤Renata♤
Durante muitos anos de minha imortalidade eu estive viajando por todos os lugares possíveis; entre eles já estive no Alasca, em toda a Europa, e até na própria Coréia do Norte eu consegui morar por uns dias. Quando ainda era uma humana minha vida também não era muito diferente, vivia me mudando com meus pais de um lado para o outro e, quando finalmente paramos em um lugar fixo, só foi necessário dois anos para ocorrer um incêndio e tudo acabar.
No entanto, depois de tanto tempo — 50 anos exatamente — andando de um lado para o outro, decidi que estava na hora de "baixar acampamento" e começar a socializar mais. Minha escolha foi Forks, uma cidadezinha constantemente coberta por uma vasta nuvem de chuva e lar da família do vampiro que me transformou; eu não os via a mais de sete anos.
Parei de correr ao avistar a enorme mansão com paredes de vidro em meio a toda a floresta. Passei a caminhar tranquilamente conforme a família ia se agrupando aos poucos na frente da residência. Ao me aproximar, a primeira a falar comigo fora Rosalie.
— Renata, minha amiga! Quanto tempo! — ela exclamou abrindo os braços.
— Muito tempo. — concordei a abraçando.
Nos separamos e logo recebi um abraço de urso de Emmett, sendo quase esmagada no processo. Esme e Alice também me abraçaram e Edward seu deu um passo a frente abraçado a uma jovem de cabelos escuros.
— Renata, essa é Bella, minha esposa. Se juntou a nós três anos atrás.
— Como vai? — cumprimentei, e ela me respondeu com um sorriso — Foram vocês que tiveram a híbrida não é? Me desculpem por não ter vindo testemunhar, eu estava no Japão e não sabia que isso ia acontecer.
— Não se preocupe. — Bella me tranquilizou — No fim tudo deu certo. Renesmee está lá dentro brincando.
Assenti com um sorriso, até um estranho cheiro tomar conta de minhas narinas. Era algo repugnante, nojento, fedido e que lembrava muito cachorro molhado com água de privada. Sem perceber acabei fazendo una careta, tentando evitar que o odor entrasse em meu nariz.
Os Cullen petrificaram no lugar ao ver minha expressão. Carlisle olhou para Jasper, que passou a olhar para mim enquanto uma calmaria repentina começava a circular ao meu redor. Alice se aproximou e segurou em minha mão com as duas dela, me guiando lentamente para dentro da mansão.
— Tem algo que precisa saber. — ela começou com uma voz suave — Renesmee tem alguns amigos... diferentes de nós, e não queremos que você tenha uma má impressão.
Conforme íamos mais a dentro, o cheiro ficava ainda mais forte e eu começava a ouvir o som de risadas, era mais de uma pessoa. Ao chegarmos na sala de jantar, uma garotinha muito parecida com Bella — provavelmente Renesmee — brincava de legos com mais doIs os rapazes da idade física da mais velha. Suas peles eram morenas e seus cabelos, curtos e pretos. O cheiro se concentrava principalmente no que estava mais perto da garotinha.
No mesmo momento fora como se uma luz se iluminadas em minha mente. Havia dois lobisomens, quileutes, cachorros, filhos da lua — chamem como quiser — brincando com a pequena híbrida de humana com vampiro. E aquilo ia contra o que eu acreditava: vampiros e lobisomens são inimigos.
Uma mão se colocou no meu ombro, e eu logo reconheci como sendo a de Carlisle. Olhei para trás e ele me encarava com seriedade. Ele sabia o quão imprudente e impulsiva eu podia ser quando pega de surpresa.
— Eles não vão fazer nada com você. — ele disse.
Alice continuou me puxando pela mão até estar a quase um metro de distância dos transmorfos, chamando a atenção deles.
— Rapazes, essa é Renata. Ela é uma velha amiga nossa. — Alice disse com um sorrso tenso no rosto — Rê, esses são Jacob e Embry.
Encarei cada um separadamente. Jacob definitivamente era o mais velho e mais forte, até cego enxergaria isso. De certa ele também parecia ter bastante ciúmes de Renesmee, só a soltando quando Bella de aproximou. Já o outro, Embry, era mais baixo e um pouco mais franzino, uma diferença gritante entre os dois.
Mas algo nele me chamou a atenção, mesmo eu não sabendo exatamente o que; ele só me chamou atenção. Talvez fosse o fato de me encarar com admiração, o que lhe dava uma aparência fofa e inocente, ou... Para com isso, Renata! Ele é um lobisomem! Lobisomens e vampiros são inimigos declarados!
Pisquei algumas vezes antes de lançar para o lobo um olhar severo e desviar o olhar para Bella, que havia começado a trocar olhares entre mim e os cachorros. Inclinei a cabeça para o lado antes de lhe fazer uma pergunta um tanto irônica.
— Eles são babás da Renesmee, Bella?
— É um assunto meio... delicado. Lhe explico depois. — Bella respondeu com um sorriso nervoso.
— Okay. — respondi soltando minha mão das de Alice — Bom, preciso ir. E Carlisle, é melhor repensar nas pessoas que você deixar entrar.
Dei de ombros e saí rapidamente, deixando todos para trás e me dirigindo ao local onde, por mensagens, Esme havia me dito que seria onde eu moraria. Mesmo garantindo que eu podia muito bem me virar, não tinha como deter Alice; a pequena logo arranjou uma casa na floresta e mobiliou inteira. Garota travessa.
Mas minha cabeça continuava no transmorfo franzino. E quanto mais eu pensava nisso, mais difícil era de tirá-lo da minha cabeça.
Embry, Embry, Embry, Embry, minha mente murmurava. Aquilo me fez grunir e xingar a mim mesma, por estar pensando em um lobisomem, que eu havia visto a poucos minutos, de maneira tão possessiva e irritante.
Pare com isso, Renata!
♤Embry♤
Minha cabeça ainda se mantinha atordoada com o que acabara de acontecer. Um Imprinting sempre é algo bom para um transmorfo, exceto quando o seu alvo é uma criatura imortal sugadora de sangue. E agora, depois que a vampira saiu e todos estão olhando para si mesmos, eu só sei que Sam Uley vai chutar minha bunda para fora do estado quando souber. Eu nao tinha escapatória.
Talvez, se eu não tivesse concordado com Jacob em vir aqui, tudo isso pudesse ter sido evitado. Vai ficar tudo bem, ele disse; não ficou tudo bem.
No entanto, mesmo que eu queira, minha mente continua se voltando para a vampira — Renata. Seus cabelos moldavam seu rosto nem tão pálido, enquanto seu corpo curvilíneo parecia ter sido esculpido por algum escultor profissional. Os seus olhos vermelhos como o sangue brilhavam de uma maneira irresistível, o que só me fazia sentir ainda mais atraído por ela.
Quando nos vimos eu senti algo diferente. Como se as "cordas emocionais" que me seguravam no chão tivessem sido arrebentadas e agora novas — estas como aço, muito resistentes — estivessem me conectando com Renata.
E eu poderia estar feliz com isso. Feliz por ter enccontrado minha outra metade. Mas sua imortalidade era o suficiente para estragar o encanto, mesmo que por um momento.
— Embry? Você está bem, cara?
Sacudi a cabeça e encarei Jacob, que me lançava um olhar com uma mistura de preocupação e desconfiança. Ele provavelmente sabia que estava acontecendo sem nem ao menos entrar na minha cabeça — o que era impossível, por não sermos do mesmo bando.
— Sim, estou. Eu só preciso ir pra casa. — respondi já saindo da mansão Cullen.
Ao estar longe o suficiente, me deixei transformar e estar nas quatro patas, começando a correr até a divisa e então minha casa, desejandoca todo momento que não tivesse outro do bando de Sam transformado.
Durante todo o trajeto minha mente esteve voltada para a vampira Renata, em seus olhos vermelhos, seu rosto claro e sua voz com um pouco de ironia. Queria dizer que já estava sentindo algo por estar longe dela, mas eu não podia. Todos os quileutes e vampiros sabiam o que acontecia quando um transmorfo ficava muito próximo de um vampiro. A morte era certa para um dos lados.
Por que uma vampira?
Continua no próximo capitulo.
Imagine Revisado e Corrigido dia: 16 de junho de 2020
Até Mais!