Sou: Um mundo de cultivo

By Marcellocas

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Yanluo foi criado desde pequeno no caminho do cultivo, crescendo sendo evitado, até mesmo odiado, devido ao s... More

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By Marcellocas


Ano 956PrimaveraCidade Wangmu

O local da luta estava lotado de espectadores. Alguns deles sendo patriarcas de clãs que viajaram para a cidade Wangmu para ver se os discípulos de Guo Bei fazem jus a fama que tem.

– Nervosos? – Perguntou Gai, com os três lado a lado diante da escadinha que dava para a arena no centro.

– Um pouco... – Respondeu Chong, não parando de ranger os dentes de nervoso.

Do outro lado da arena, três discípulos de Guo Bei também estavam lado a lado, com o capuz ocultando seus rostos.

– Eles tem um adulto entre eles? – Estranhou Yanluo, com um dos discípulos sendo alto demais para estar na mesma faixa de idade que eles.

– Não. – disse Gai – Ouvi falar que ele se chama Wenji, e apesar da altura, tem dezesseis anos. Dizem que é um mestre com a espada, mesmo sendo jovem.

A conversa foi interrompida pela plateia que vibrou quando um homem, de longos cabelos soltos que iam até a bunda, tão negros quanto seus olhos, pulou para o centro da arena.

– Cao Yi, o líder da seita Fênix Renascida... – Murmurou Chong, suando frio.

Yanluo não achou o homem nada demais, tendo até um rosto de expressão gentil.

– Vamos começar o desafio de reconciliação entre o clã Guo e o clã Lu. – disse Cao Yi, olhando para todos a volta – Cada clã terá direito a três representantes, sendo mais velhos que dez anos, e mais jovens que dezoito anos. A luta só acaba se uma das partes se render, cair para fora da arena ou ser incapaz de continuar lutando. Essa não é uma luta até a morte. – ele deu ênfase na última frase, olhando para o trio dos dois lados – Façam uma boa luta. – O pessoal vibrou novamente quando Cao Yi saiu da arena, deixando os duelos começarem.

O primeiro desafiante a subir na arena, foi a garota com a pulseira. Gai fez menção de subir, mas Yanluo pulou para a arena primeiro.

– Houyi, vou fazer você lembrar. – Ele se preparou para lutar, sendo armas proibidas.

A garota tirou o capuz, finalmente encarando o garoto. Ao ver o rosto dela com clareza, Yanluo teve certeza que já a viu antes.

– Não me culpe se te machucar. – Disse ela.

O martelinho atingiu o pequeno sino, anunciando o início da luta.

– Arte da rocha, nível sete! Empalar! – A garota ergueu a mão, fazendo uma rocha pontuda surgir embaixo de Yanluo, que esquivou, mas outras rochas de ponta afiada seguiram levantando e voltando ao chão, seguindo o garoto.

Yanluo foi em direção a garota, que mantinha a técnica com o Qi. Ele desferiu um soco contra ela, mas uma rocha se ergueu a sua frente, a protegendo, para outra surgir atrás dele em diagonal, tirando fino das costas do garoto quando ele deu um mortal por cima dela, escapando por pouco, voltando a fugir das rochas que o perseguiam.

– Técnica Oceano nível sete? Quem é essa garota? – Se espantou Chong, nervoso de ver Yanluo apenas fugindo.

– Não sei, mas ela é forte. – Disse Gai, tentando bolar alguma estratégia para escapar de tal técnica caso fosse ele no lugar de Yanluo.

Ar Espiral! – Gritou Yanluo ao saltar no ar, indo girando, rodeado por um vento verde, contra a garota, mais rápido que uma flecha.

Ela ergueu a rocha a sua frente, mas Yanluo a partiu em pedaços, atingindo um chute nas costelas e ombro da garota, que derrapou para o lado, quase caindo da arena, não tendo tempo de respirar direito, com Yanluo arremessando os pedregulhos da rocha destruída contra ela.

– Que virada inesperada. – Comentou Cao Yi, com Guo Bei sentado ao seu lado.

– Houhou tem muito ainda a mostrar. – Disse Guo Bei, confiante.

A garota esquivou das pedras, já dançando com as mãos no ar.

– Arte da água, nível quatro. Turbilhão Devastador! – Ela colocou a mão fechada, deixando um caminho aberto entre ela, na boca, e como se a água viesse de dentro dela, um turbilhão de água foi contra o garoto.

Yanluo deu dois mortais para o lado, esquivando, para então dar um tapa na água, fazendo respingar para o lado.

Flechas de Hidra! – Ele fez os respingos se tornarem afiados, indo contra a garota.

Ela cessou o turbilhão, deixando a água lavar o chão e escorrer para fora da arena, sendo absorvida pelo chão de terra que a rodeava.

– Ha! – Ela explodiu o Qi ao lançar as duas mãos à frente, detendo as flechas de água quando se aproximaram dela.

Yanluo também já estava perto, avançando pelo lado. Houhou começou o selo para outra técnica, mas o garoto desferiu um golpe no ar, que seu Qi foi como uma lâmina contra ela, a pegando de surpresa, interrompendo sua técnica para escapar.

Agilmente, Yanluo saltou contra ela com um chute, mas a garota segurou a perna dele e o jogou contra o chão, desferindo um chute para baixo para tentar pisar no pescoço dele, mas Yanluo girou o corpo, desferindo um chute na cintura dela com a outra perna, a fazendo o soltar para escapar em um pulo para trás.

– Você melhorou, Houyi. – Disse ele ao levantar, encarando um ao outro.

– Quem é aquele garoto? – Indagou Cao Yi.

– Lu Yan. É filho de Lu Diao, o inútil.

– Lu Diao...

– O que teve sua arte Qi destruída em uma luta contra Wei Kwa.

– Oh, sim.

Aprimoramento Ágil! – Houhou ergueu dois dedos diante do rosto, fazendo um brilho verde tomar seu corpo por um momento.

Yanluo deu o primeiro passo para avançar contra a garota, mas ela avançou primeiro, tão rápido que ele mal conseguia acompanhar, deixando um breve rastro verde para trás.

– Haa!! – Ela apareceu no lado de Yanluo, o acertando um soco em cheio no rosto, mas não o deixando cair, o puxando de volta pela gola das vestes, o acertando outros dois socos.

Yanluo explodiu seu Qi a sua volta, não conseguindo afastar muito a garota, mas ao menos a fez o soltar.

– Pode vir! – Yanluo fechou um pouco as mãos, criando uma pequena chama negra nas palmas, de modo que ninguém pudesse ver.

A garota avançou com sua velocidade ainda aprimorada, acertando uma joelhada no estômago do garoto, que o fez se curvar, para então erguer o cotovelo para acertá-lo na nuca, mas Yanluo ergueu as mãos e segurou o braço dela.

– AAHH!!! – Ela gritou de dor ao ser queimada, deixando a plateia, que não viu as chamas, sem entender o que houve quando a garota deu um pulo para trás para se afastar do garoto, tendo duas marcas de queimado graves em seu braço, em carne viva e a pele em volta da queimadura criando bolhas.

A garota olhou para Yanluo com os dentes cerrados.

– Arte da serpente, nível três... – sussurrou ela para não ouvirem – Punho Mortal. – As mãos da garota ficaram tomadas por uma fumaça verde.

Yanluo sorriu de canto ao ouvir a técnica.

– Eu sabia... Houyi.

A garota avançou, com sua velocidade tendo voltado ao normal.

– Graa!!

Yanluo também avançou. Eles trocaram golpes, e cada vez que Yanluo tocava as mãos dela, mesmo para defender, sofria pequenos cortes como se batesse na ponta das presas de uma serpente, rasgando as mangas de suas vestes junto com sua carne.

Por mais que os cortes não fossem profundos, eles ardiam como se vinho fosse derramado contra uma ferida aberta. Yanluo intensificou o Qi em seus punhos, diminuindo os cortes, mas não os parando totalmente, o que mostrava que a garota estava em um nível de cultivo bem próximo, ou igual ao dele.

– Ha! – Yanluo pedalou contra a garota, desferindo chutes contra seu peito, que ela ficou recuando, defendendo, até que o garoto deu um mortal para trás, já movendo as mãos para invocar uma técnica.

Houhou fez os mesmos movimentos.

Investida do Guerreiro!! – Gritaram ao mesmo tempo, desferindo um soco tomado por energia que tremulava o ar em volta deles, tão poderoso que a pressão fez um vento forte tomar o lugar quando seus punhos se encontraram.

Os outros dois desafiantes dos outros lados, até derraparam um pouco para trás diante de tamanha pressão de Qi, com Houhou e Yanluo ficando com seus punhos juntos, em um jogo de empurra.

– Eu não sou Houyi... Meu nome é Houhou, e para o bem de nós dois, não tente se aproximar de mim.

– Eu ainda uso a pulseira, e você também! Esqueceu de nossa promessa?!

– Eu não sou Houyi.

– Eu vou te fazer lembrar!! Haa!! – A energia em volta do punho de Yanluo aumentou, superando a força da garota, que voou longe para fora da arena, sendo amparada por Cao Yi, que surgiu atrás dela.

– Você lutou bem. – disse ele a garota, que desmaiou em seus braços – O vencedor da primeira luta, é Lu Yan!

Guo Bei ficou sem acreditar por um momento, sendo Houhou sua melhor discípula.

– Maldito... – Ele apertou as mãos, contendo a frustração e raiva.

Yanluo respirou fundo, saindo da arena exausto, com sangue correndo pelo canto da boca e o rosto inchado dos golpes que sofreu.

– Você foi incrível! – Disse Chong, dando um tapinha no ombro de Yanluo, que fez uma careta de dor.

– Como dominou a técnica do guerreiro em menos de uma semana? Eu levei quase um mês para a aprender. – Disse Gai, impressionado.

– As técnicas de vocês é mais fácil de aprender do que as... – Yanluo cortou a frase para não entregar seu passado nas tribos.

– Seu braço está todo ferrado... – Reparou Chong, olhando para o braço do garoto.

– Preciso ficar? Não me sinto bem. – Disse Yanluo.

– Pode ir, nós... – o garoto tombou, com Gai o amparando – Lu Yan? Lu Yan?!

Um jovem da plateia, usando uma máscara de prata sobre os olhos, foi até eles antes que um alquimista oficial pudesse se aproximar.

– Deixe eu dar uma olhada. – ele pousou a mão sobre a testa de Yanluo, então chegou o pulso – Ele foi envenenado. – ele examinou com os olhos os cortes nos braços do garoto – Apesar de não serem profundos, esses cortes estão repletos de veneno.

– Ele vai morrer?! – Se apavorou Chong.

– Não, se for tratado a tempo.

– Próxima luta! – Chamaram.

– Fiquem tranquilos, eu sou alquimista, cuido dele.

– Por favor. Te pagaremos assim que isso acabar. – Disse Gai ao entregar Yanluo para o garoto estranho.

– Boa sorte, irmão. – Disse Chong quando Gai subiu para a arena, iniciando a segunda luta.

Yanluo foi levado para a enfermaria do templo em que ficava a arena, com o garoto estranho sentando ao seu lado, aplicando antídoto com um paninho sobre os cortes para neutralizar o veneno.

– Obrigado... – Disse Yanluo com dificuldade, sentindo seu corpo pesado e sua mente embaralhada.

– É um veneno mediano, ele levaria dias para te matar se não fosse tratado. – o garoto estranho tirou a máscara – Vai ficar bem quando sair daqui.

Yanluo sorriu de canto.

– Ren...

– Eu vi sua luta. Parabéns pela vitória.

– Ela... A garota, ela está bem?

– A atingiu em cheio com uma técnica do estilo guerreiro, a força desse estilo é terrível para o corpo de quem a sofre. Eu diria que ela ficará ao menos dois dias de repouso para se recuperar, mas ficará bem.

– Que bom...

– Por que se importa com ela? A conhece?

Yanluo levantou a mão já tratada, com dificuldade, olhando para a pulseira.

– Costumava conhecer...

– Por que você...

– Rápido! O deitem ali! – Dois dos alquimistas do santuário entraram carregando Gai, com Jia Ran logo atrás, apreensivo.

Deitaram Jia Gai na cama, inconsciente, ensanguentado.

– Vou tentar restaurar o máximo que der com meu Qi! Vá e busque a pílula no meu estoque. – Disse o segundo alquimista, nervoso, ao entregar a chave de sua casa.

Yanluo sentou na cama, com Ren o ajudando.

– Não se movimente muito, vai levar algumas horas até o efeito do veneno desaparecer.

– Jia Ran, o que houve com ele? – Indagou o garoto.

Ran baixou o olhar, apertando as mãos, furioso.

– Aquele maldito... Guo Bei e seus discípulos não estão lutando apenas para vencer, mas para destruir o máximo que puderem sem matar! – Esbravejou.

– E Jia Chong?

– Não vou debilitar meus dois filhos! Fiz Chong se render. Nós perdemos e teremos que pagar uma compensação de quinze mil moedas de prata ao clã Guo.

Ran olhou para Yanluo, mas sua atenção foi atraída por Ren.

– Jia Ran, eu posso lutar contra os outros dois, e...

Yanluo foi ignorado, com Ran indo até o garoto alquimista.

– Xiahou Ren, o que faz longe da seita Punho de Deus? – Ran se curvou em respeito – O que busca aqui?

– O mesmo que os clãs de todas partes vieram fazer, assistir a luta para ver os famosos discípulos de Guo Bei em ação.

– Você treina em uma seita? – Indagou Yanluo.

– Meu irmão mais velho é o líder da seita Punho de Deus.

– Pelo nome da seita, deve ser bem forte.

– Não está entre as mais fortes. – disse Ran – Mas é uma das mais importantes. O nome Punho de Deus não significa força, mas sim o talento de salvar vidas. É onde as melhores medicinas do mundo são feitas, além de terem membros espalhados por todos os lugares, ajudando a combater epidemias e pragas. O Punho de Deus que não serve para tirar vidas, mas salvá-las.

Ren juntou as mãos à frente, baixando a cabeça.

– Nos honra com suas palavras, Jia Ran. – ele olhou para Yanluo – Descanse por algumas horas e ficará bem.

– Obrigado, Ren.

– Foi um prazer. Devo ir agora, ou o pai vai me encher os ouvidos. Até a próxima oportunidade de nos encontrarmos. – Ren saiu, colocando a máscara novamente.

– Lu Yan, me impressiona seu carisma, fazendo amizade com facilidade. – Disse Ran.

– Apenas sou eu mesmo.

– E isso é o bastante. Diferente daqueles que cresceram nos clãs, tratados sempre como "jovem mestre", você fala de igual com todos. Essa aura de simplicidade deixa qualquer um à vontade a sua volta. É como me sinto, e meus filhos também.

– Jia Ran, na próxima, venceremos.

Ran sorriu para o garoto, acenando com a cabeça.

– Sim, venceremos. Agora descanse, partiremos assim que meu filho estiver recuperado.

Yanluo voltou a deitar para se recuperar. No entanto, sua preocupação não era consigo, mas com Gai, que estava muito pior que ele.

Na próxima devolveremos o que fizeram contigo, Gai. – Pensou antes de fechar os olhos, adormecendo.

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