Asp. - Hiatus

By IsaOliv

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Você é o som da minha canção, é a calma dos seus braços, a dor das minhas feridas. Você é o meu sol. Seja o... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
.
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
A Trilogia - fragile
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Oi
Capítulo 28
Capítulo 29

Capítulo 25

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By IsaOliv

Dedicado a: JulyFaria e Mary_jesse  sz

"No começo você era uma constelação
Eu fiz uma mapa das suas estrelas, e então tive a revelação:
Você é tão bonita quanto você é infinita
Você é o universo em que estou indefeso dentro
Eu estava quebrado em milhões de pedaços
Até você me dar foco
Astronomia ao contrário"
– Sleeping At Last,
Vênus

Narrado por Alyce

É estranho ser estranha. A maioria das pessoas me diz que isso é bom e que sou sortuda por isso, mas só os que sentem o que eu sinto poderiam entender as minhas atitudes e os meus sentimentos, ou melhor, ninguém poderia entender, porque aqueles que são como eu sou, nem mesmo se conhecem, ou são muito confusos, ou muito conscientes.

Já se passaram duas semanas desde que vi Owen pela última vez, nós não tivemos nenhum tipo de contato e eu não sei como me sinto quanto a isso, sinceramente. Ao mesmo tempo em que me sinto como me sentia antes de conhecê- lo, também sinto falta de como me tornei depois disso.

A verdade é que todo o sentimento de normalidade que eu sentia foi embora, porém também parece que não sou a mesma. Eu não sei se quero que ele fale comigo, e nem se quero que me procure, mas confiro o meu celular de 10 em 10 minutos esperando uma mensagem sua.

Desde o dia em que Ian me deixou em casa, algo mudou. Posso estar sendo exagerada, mas é como se toda a minha esperança tivesse desaparecido, como se eu tivesse acordado de um conto de fadas e despertado de uma ilusão. Além disso, agora tenho a certeza de que nunca serei normal porque não consigo deixar que se aproximem de mim. O problema é que eu devia ter esquecido Owen quando percebi que não me ajudaria, mas é como se eu não pudesse fazer isso. É como quando eu me tornei fixada pelo céu rosa, quando eu quis saber todos os mistérios do universo, quando jornais antigos se tornaram mais interessante do que os atuais, e agora não sei o que fazer. Acho que a paixão é completamente diferente do que eu pensava que fosse, é como se fosse uma das minhas outras fixações.

Eu não falei com ninguém sobre o que aconteceu, os meus pais e os gêmeos tentaram conversar comigo, mas eu simplesmente não consigo explicar para alguém que não seja tão diferente quanto eu, ou passe pelas mesmas coisas que passo. A curiosidade deles, certa hora, se tornou quase palpável e eu pude perceber a raiva nos olhos de cada um por Owen, mesmo sem saberem o que aconteceu. Eles têm suposições e me fizeram perguntas, mas, num momento, eu quase surtei e eles finalmente perceberam que deviam me dar espaço, algo que eles nunca quase nunca esquecem por causa da Asperger. Infelizmente, eles quase nunca se esquecem que sou diferente e isso me deixa triste, porque eu também não. É estranho querer ser uma garota comum quando nem eu me considero uma.

  Olho para o meu prato intocado e respira fundo. Não quero comer, e muito menos ficar sentada numa mesa onde quatro pessoas me olham sem nem tentar disfarçar

Mesmo tendo se passado certo tempo desde a chegada dos meus pais, eles ainda se culpam e sussurram lamentações pelos corredores, dizendo que, se estivesse aqui, nada de errado teria acontecido comigo. Eu esperei uma reação explosiva do meu irmão quando me visse tão abalada depois do que deveria ter sido o meu primeiro encontro, mas isso não aconteceu, o que é pior.  Ele me abraçou sem perguntar nada e respirou fundo quando eu neguei contar o que tinha acontecido. Acho que ele não se controlaria caso visse Owen na rua, e, felizmente, o esperado "eu te avisei", acabou não chegando.

Alyson me olha com tanta pena que eu nem precisei pensar muito para entender o que ela sentia. Às vezes ela fica inquieta, louca para perguntar o que aconteceu entre nós dois – por isso sei que Ian cumpriu com a promessa que fez, de não contar a ninguém o que aconteceu. Já os meus pais me proibiram de ver ou falar com Owen. Eu nem contestei, porque ouvi o meu pai dizer que ele devia ter tentado algo comigo e acabei surtando, e que o mundo é um lugar ruim demais para alguém tão inocente como eu. Ele me deixou triste.

  Eu finalmente levanto os meus olhos encaro Alyson, que quebra o silêncio na mesa, acompanhada do som de talheres batendo um no outro.

– Alyce, você pode ir comigo num lugar? – ela me interrompe porque sabe que eu negaria, e continua a falar – Você tem que ir buscar os seus horários na faculdade hoje, e nós aproveitamos e passamos lá depois.

– Você pode pegar para mim e dar um daquelas desculpas? – nessas duas semanas eu convenci todos a resolverem as coisas para a minha ingressam na faculdade, e eles usaram desculpas para isso dizendo que eu tive "problemas de autista". as vezes a ignorância das pessoas tem seu lado positivo, ou o menos negativo.

— Não.

— Por quê? – me surpreendo porque todos pareciam dispostos a me ajudar.

– Porque eu estou fazendo de tudo pra você se sentir melhor por causa do que o Owen fez, e você não conversa comigo ou faz algo para mim, é a sua vez de me agradecer. — os outros se mexem inquietos em suas cadeiras. Eu achei que esse fosse ser mais um almoço silencioso, mas me enganei.

– Tudo bem, o Alan faz isso para mim. — soa como uma pergunta, e a resposta dele é negar com aceno de cabeça.

– Depois que você saiu com esse garoto, só saio de casa para ir ao grupo de apoio. — meu pai diz.

— Antes de conhecer ele, eu era assim vocês não falavam nada.

— É, mas você estava melhorando. — Ele diz e depois vê que falou algo nada certo.

— Melhorando? — franzo o Sr. pouco antes dos meus olhos se encherem de lágrimas. Eu entendo que para eles não deve ser fácil, pois eu sou mais sensível do que qualquer um, mas não posso controlar as ondas de tristeza que me atingem.

Num impulso, me levando da mesa e vou para o meu quarto. Ouço a minha mãe me chamar e o meu pai pedir desculpas ao fundo, mas isso não me impede de sair de perto deles. O problema é que eu sei que tenho um problema, mas queria ser normal e queria que eles pelo menos fingissem que eu sou.

Eu acabo de ler o décimo primeiro jornal, quando decido que não consigo mais ler nenhuma frase. Estou sentada há horas em frente à minha janela lendo jornais antigos, o que deveria ter rendido a mim mais de uma centena de leituras, se eu conseguisse ler mais de um parágrafo a cada cinco minutos.

No meu celular, pude colocar as letras maiores, além de ter invertido as cores que aparecem na tela e feito com que assim elas não se misturem e formem frases ilegíveis e confusas para mim, mas infelizmente não há acessibilidade nos livros e jornais, e acabo, às vezes, nem podendo lê-los por causa do nó que fazem na minha mente.

Olho para a tela desativada do meu celular e me lembro que está assim desde a nossa última mensagem, então noutro impulso, me levanto e estou pronta para ir andar pelas ruas descansar nesse colégio, enquanto observo outras pessoas normais — e significa que eu calcei um sapato, mas não tirei meu pijama porque hoje é segunda e ele combina com segundas —, mas a minha mãe aparece na porta.

Eu conto até três enquanto respiro fundo, porque sei que ela não me deixará sair daqui até que eu diga o que quer ouvir.

– Alyce, precisamos conversar. – aponta com um aceno para a minha cama, mas eu continuo parada no mesmo lugar – Você não acha que isso já foi longe demais?

– O quê?

– Esse seu afastamento. – balanço a cabeça negativamente.

– Não sei porque vocês estão se importando assim. Antes eu era desse mesmo jeito e vocês não se importavam.

– É, mas algo aconteceu e você parecia feliz.

– Eu não parecia feliz, mãe, eu parecia normal. – ela suspira e nega.

– Pare de querer ser uma garota comum, meu amor, porque você nasceu assim por um motivo.

– Você só diz isso porque não sabe como é, e eu estou cansada de vocês dizendo que eu devo ser assim ou que sou perfeita assim.

– Eu sou mãe de uma adolescente que tem Asperger, sabia? Também não sou uma mãe comum. E se dizemos isso tanto, não acha que é porque estamos certos?

– Quando ser burra é uma coisa boa?

– Do que você está falando, Alyce?

– Nada. – digo e desvio o olhar para outra coisa, alguma que não esteja querendo me forçar a contar coisas.

– Eu nunca fui dessas mães que obriga os filhos a contarem coisas, mas sei que posso te ajudar se você  me falar o que aconteceu.

Ela fecha a porta do quarto e isto é o suficiente para que eu caia no choro. A minha mãe dá um passo em minha direção, me apertando com força. Eu nunca gostei de aproximações como essa, e isso faz com que eu aperte os olhos e me encolha. Ela percebe o erro e então se afasta, me olhando com o olhar menos estranho para mim: o de pena.

Eu não acredito em promessas, mas faço-a prometer que não contará nada para ninguém. Então conto o que aconteceu desde o começo.

Eu conto que os olhos de Owen tomaram conta de mim, quero e consigo associá-los a infinitas coisas, mas, ao mesmo tempo, a nenhuma. É como uma claridade tão forte que acaba trazendo escuridão.

– Se lembra de quando eu me apaixonei pelo céu? – assente – E por jornais velhos?

– Sim, do cachorro feio que encontramos na rua, do sorvete de laranja, do violino e...

– Mas é diferente dessa vez, porque não consigo esquecer dele, mas eu quero, porque... mas eu acho que ele fez eu me apaixonar por ele para se aproveitar de mim. Porque... mas eu acho que não sei, porque talvez o que ele fez foi normal, ele me deu pelúcias, chocolates e filmes, e ele me beijou, mas ele parece gostar de mim de verdade. Só que eu não sei o que pensar porque não apareceu romântico e nem normalmente. Nada romântico, então eu não sei se a culpa foi minha, mas... porque eu quero esquecer o que sinto por ele, porque me deixou triste e com medo. Mas talvez foi culpa das drogas.

A minha mãe respira fundo por longos segundos, depois de fechar os olhos.

– O que ele fez?

– Só que ele já me pediu ajuda com isso, mas ele tem problemas.

– Você precisa me dizer o que aconteceu, querida. Ele fez alguma coisa com você? – só percebo que as suas mãos estão tremendo quando sinto uma delas na minha perna.

– Ele tentou tirar a minha roupa, mas... porque isso é normal, né?

– Não, isso não é normal. Você precisa se afastar dele, está bem?

– Mas eu acho que nunca me apaixonei assim. – me afasto da sua mão e procuro algo para me acalmar.

– Meu bem, não podemos fingir que você é normal, sabe? Porque você não é. Só que isso não é ruim. Isso é bom, porque você é alguém que é livre da maldade. O problema está no mundo, que não é  bom o suficiente para você é se aproveita da sua perfeição. Só não fique desanimada, tem alguém que te merece por aí, e ele logo vai aparecer.

Infelizmente, a minha mãe não me diz o que fazer para esquecer Owen, e eu continuo completamente perdida.

Na minha cabeça sempre houve confusão e eu devia me acostumar com ela, mas os pequenos momentos de lucidez que tive foram apenas com Owen, quando eu não conseguia ter nenhuma certeza além da que eu suportaria tudo por ele, e, bem, além daquela de quando eu decidi acabar com os nossos corações e pôr um fim no nosso amor.

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leiam td q eu vou falar pfvr gente não vai matar ngm

oi gente, o enem e os vestibulares passaram e eu voltei a ser 60% atoa.

PFVR LEIAM AS MUSICAS Q COLOCO NO COMEÇO, AS LETRAS SÃO LINDAS. (quem quiser dar sugestão, só falar, e quem quiser me dizer planetas pra pesquisar musicas e colocar, tbm, aí dedico caps. a vcs)

peço a vcs que me sigam, não pra aumentar o número de seguidores, pq não ligo pra isso, mas pq eu vou passar a avisar por lá quando for demorar a postar ou coisa do tipo, pq além de parar de "poluir" os capítulos, vou avisar vcs com antecedência.
muitas pessoas tiveram dúvidas e postaram nos comentários dos capítulos ou mandaram mensagem, e eu não respondi pq não tive tempo de responder, mas a partir de hj vou passar a responder vcs diretamente, e quando a dúvida puder ser de mais outras pessoas, vou responder também no meu perfil e talvez nos capítulos, ok?
então por favor ativem as suas notificações ou fiquem ligadas(os) quando eu demorar ou algo acontecer :*

(quem tiver dúvidas, pode perguntar no meu perfil também, e quem teve, por favor olhe lá pq eu talvez responda lá)

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