Capítulo 16

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"Vós, que sofreis porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele."
- Victor Hugo

Narrado por Alyce

Quando falamos sobre o universo, é comum que pensemos em planetas, galáxias, constelações... ah! E em buracos negros. Mas o que poucas pessoas sabem é que estes, assim como tudo o que conhecemos do universo, compõem apenas 4% dele. O restante é feito de matéria escura, da qual não sabemos nada e é um segredo para nós.

Me sento na cama e apoio a cabeça nas mãos, me recuperando do susto. Eu tento, mas me lembro de como achei que fosse alguém querendo me fazer mal, e me irrito.

- Você ficou louco? Eu quase fiz xixi nas calças.

- Toquei a campainha e joguei mil pedras na sua janela. - diz, ofegante e suado.

- Então simplesmente decidiu escalar a minha casa e entrar pela janela?

- Eu precisava ver você. A gente ia comer macarrão, caso não se lembre.

- Me lembro sim. - afirmo.

- Agora eu fui irônico. - e grosso.

- Melhor voce ir embora. Não estou entendendo o que está acontecendo, mas você tem que ir.

O olho nos olhos. Alan pode chegar logo, e se me ver com quem chamam de louco - e que pelo visto é -, vai achar coisas erradas.

Ele ergue uma sobrancelha em minha direção.

- Por que não quer ir comer macarrão comigo? - desânimo passa pelos seus olhos e eu acho fofo, por incrível que pareça.

- Ah, bem...

Minha cabeça lateja enquanto tento pensar em alguma desculpa convincente, e no fim acabo desistindo.

O vejo se virar para a janela e o chamo antes que passe por ela.

- Owen, espera. - ele me encara mais sério do que nunca, e não consigo parar de me sentir estranha por ter feito com que viesse aqui.

- Bom, e-eu... - sua sobrancelha volta a ser arqueada - ... fiquei com receio.

- Receio? - ninguém fala receio e sou péssima em me expressar.

- Uh... Eu fiquei com medo. - coço a bochecha.

- Não entendi. Você ficou com medo de quê?

- Oras. - forço uma risada esquisita e ele suspira - Eu acho que de você.

Grunhe e sua expressão se torna pior do que antes.

- Entendi. - se volta para a saída outra vez.

- Sabe, acho que você entendeu errado. - ando em sua direção vendo que ele se distancia e toco em seu braço.

- Tudo bem, Alyce, eu já entendi.

- Owen. - o impeço pela terceira vez, tentando não deixá-lo chateado comigo e ignorar o modo como fala comigo..

Ele desvia o olhar da parede para mim.

- O que foi? - não deixa de ser grosso.

- Grosso. - resmungo baixinho.

- Ah, obrigado.

Bom, pelo menos disse o que estava segurando.

- Receio. - ele ri de forma que qualquer um entenderia o deboche.

Inspiro forte, pedindo a Deus paciencia e compreensão.

- Eu estava com medo de que você sentisse vergonha de mim. - não é mentira.

Asp. - HiatusWhere stories live. Discover now