"Os olhos de Patch eram como órbitas negras. Absorviam tudo e não devolviam nada. Não que eu quisesse saber mais sobre ele. Se não gostei do que vi por fora, duvidava de que fosse gostar do que espreitava lá no fundo.
O único porém é que isso não era bem a verdade. Eu adorei o que vi."
- Becca FitzpatrickNarrado por Alyce
Eu nunca notei, mas sempre que o via, o meu corpo reagia à sua presença. Não era só o meu emocional que se tornava instável, mas até o meu corpo correspondia a ele. Os meus batimentos cardíacos se tornavam ora muito acelerados, ora muito lentos, assim como a minha respiração. Era como se eu me esquecesse de como respirar e nem me lembrasse de que tinha de o fazer.
O meu corpo ficava como gelatina, pernas bambas e braços tremendo, sem falar do suor frio. Eu sentia o meu estômago dançar dentro de mim. Boca seca e olhos piscando demais, e às vezes de menos.
- Espera, eu vou só pegar os pratos. - digo enquanto deixo o macarrão em cima do balcão.
Volto para os armários e fico nas pontas dos pés para pegar os pratos, que foram colocados junto dos copos nos lugares mais altos possíveis, como uma estratégia para sujarmos menos louças, feita por Mara, a mulher que vem três vezes por semana na minha casa nos ajudar a manter tudo sob controle.
- Quer que eu pegue para você? - ele pergunta ao ver o meu fracasso. Nego com um aceno de cabeça.
- Que droga.
- Alyce... - começa, mas não termina, e sem esperar uma resposta anda até mim. Ergue um braço e invés de pegar os pratos, ele os coloca numa prateleira mais baixa. Controlo a vontade de repreendê-lo e levo as louças para o balcão. Eu o diria para colocá-los no lugar onde pegou, mas quero experimentar o meu macarrão logo. Fiquei indecisa quanto ao molho e estou ansiosa.
Quando os dois estamos servidos, eu o observo e espero que experimente o que fiz.
- Estou começando a ficar com medo desse olhar. - passo a fitar o seu prato - Melhorou bastante. - assinto, sem o encarar.
Por dentro estou animada, porque quero que alguém além de mim também goste do meu molho branco e do único prato que sei fazer. Limpo a garganta.
- Pare de enrolar. - ele suspira antes de colocar o garfo cheio na boca.
Mastiga lentamente e com os olhos fechados, enquanto bato as unhas no mármore, nervosa. Quando ele volta a me olhar, eu arregalo os olhos em expectativa.
- Então...
- Faltou um pouco de sal. - fecho a cara.
- Brincadeira. - volta a comer depois de me lançar um sorriso estranho e minúsculo. Será que gostou mesmo?
- Então você gostou?
Ele termina de mastigar e assente. Simplesmente assente.
- Só isso? - assente outra vez enquanto continua dando garfadas. Bufo e puxo o seu prato para mim.
- O que foi?
- Não vai comer do meu macarrão.
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Asp. - Hiatus
RomanceVocê é o som da minha canção, é a calma dos seus braços, a dor das minhas feridas. Você é o meu sol. Seja o meu sol e eu serei a sua lua. Seja o meu eterno efêmero abraço. "O corpo é um caminho: ponte, e neste efêmero abraço busco transpor o abismo...