"Quando perdi os seus braços, o seu calor... perdi também a noção do que é ou era o amor."
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Narrado por AlyceCalisto é uma das luas de Galileu, é um satélite de Júpiter descoberto... séculos atrás. Ela é a terceira maior lua do Sistema Solar e, na minha opinião, a mais bonita. É formada por rocha e gelo, pelo que sei, e isso me faz "viajar" e pensar que ela é como o tipo de pessoa bonita por fora, mas quase que impenetrável.
Eu abro os olhos e é como se tivesse acabado de fechá-los.- O que... - Alyson me interrompe.
- Troque de roupa, já estamos indo. Arrumamos tudo e comemos enquanto você dormia. - ela me atropela outra vez - Os três foram no mercado comprar nossos mantimentos. - se senta na beirada da cama e puxa o meu cobertor para si.
- Quantas horas são? - pergunto enquanto me levanto, custando a ficar com os olhos abertos e me movendo de forma extremamente vagarosa.
- Cinco e quinze. - balanço a cabeça e abro as cortinas cor-de-rosa que tampam a janela, esperando uma claridade que não vem.
Alyson se deita na minha cama e não desvia o olhar do celular nem por um segundo. Eu quero perguntar quem diabos está cordado às cinco horas da manhã numa madrugada de sexta a suportando tão sorridente e alegre, mas estou com mal humor demais para isso.
- Você não dormiu nada, né? - ela pergunta, me vendo encarando o guarda-roupa aberto.
- Alguém dormiu? - resmungo.
- Nós acordamos quatro horas e eu tenho certeza que dormimos mais que você. - percebo que ela está insistindo demais nesse assunto - Por isso convenci eles a te deixarem dormir mais um pouco. - meu corpo congela.
- Por que tem certeza? - começo a fingir que estou analisando as minhas roupas.
- Porque te vi chegar em casa duas horas atrás. - eu me viro para ela.
- Eu... - me perco.
- Você é péssima mentindo, não precisa nem tentar. - seu coque se mexe quando ela dá de ombros - Só saiba que Alan o acha perigoso e me pediu que te alertasse sobre ele também. Eu não vou contar nada pra ninguém, é claro, mas se ele te fizer mal vou ser obrigada a dar um jeito nisso. - engulo em seco.
Eu não a respondo, apenas encaro o chão por alguns segundos.
- Está frio lá fora, pelo menos coloque uma blusa quente. - ela diz, vendo-me pegar uma saia jeans. Eu assinto e pego um moletom amarelo não tão grande.
Depois que me visto e penteio o cabelo, saímos juntas do quarto e paramos no fim do corredor quando vemos os três passarem pela porta principal.
- Você vai falar alguma coisa pra eles? - aponto para os meus pais e o meu irmão, depois de sussurrar.
- Não. - me dá uma piscadela - Ah, amarra o cardaço. - aponta para o meu tênis e desce a escada alegremente.
Quem quer que seja do outro lado do seu celular, conseguiu fazer Alyson acordar de bom humor e isso é um milagre.
No caminho para o aeroporto, Alan vai no banco da frente recebendo orientações do meu pai para os dias que ficaremos sozinhos em casa. A minha mãe está sentada entre mim e a minha irmã com lágrimas nos olhos, já com saudades nossas. Eu quero confortá-la assim como Alyson faz, mas toda a minha atenção está fixada no que tem do outro lado to vidro.
O céu está rosa e me mantém hipnotizada, mas ele não é tão bonito quanto o que me espera para mais tarde. O meu coração se aperta de depende e eu destravo o meu celular, olhando pela quinta vez se Owen não me mandou alguma mensagem. A última vez que ele esteve online, segundo o WhatsApp, foi quando me mandou a sua última mensagem, horas atrás. Eu quero falar com ele e perguntar como está, mas ao mesmo tempo quero me afastar porque tudo e todos parecem dizer que ele não vai me fazer bem.
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Asp. - Hiatus
RomanceVocê é o som da minha canção, é a calma dos seus braços, a dor das minhas feridas. Você é o meu sol. Seja o meu sol e eu serei a sua lua. Seja o meu eterno efêmero abraço. "O corpo é um caminho: ponte, e neste efêmero abraço busco transpor o abismo...