Asp. - Hiatus

By IsaOliv

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Você é o som da minha canção, é a calma dos seus braços, a dor das minhas feridas. Você é o meu sol. Seja o... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
.
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
A Trilogia - fragile
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Oi
Capítulo 28
Capítulo 29

Capítulo 21

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By IsaOliv

"Eu te amo por sentir que seus braços formam a minha casa. O teu abraço é a minha morada em dias frios; e é quente. Calor é no que o meu coração se transforma de dor para o seu oposto, em segundos - temos nosso próprio milagre, você tem consciência disso?"
- Vitória Carara

Narrado por Alyce

Às vezes, a pior parte de ser como sou, é como os outros são.

Alan me disse uma vez que todos são diferentes, mas que há pessoas que tentam ser mais do que são, e que isso é mais do que comum, as que tentam ser especiais e julgam as que realmente são. Eu perguntei como é uma pessoa especial, então ele me disse "você". Pena (ou não) que Alan não ficou a tempo de me ouvir dizer que preferia não ser especial.

A água quente faz meus arranhões queimarem, e eu arrepio por inteiro. Estou vermelha dos pés à cabeça, mas não é pela temperatura da água ou coisa do tipo, e sim porque eu sou uma burra movida por impulsos.

Linhas rosadas sobem pelas minhas canelas até as coxas, então enfeitam a minha barriga, quadris e terminam nos meus braços, mas eu não desvio o meu olhar para elas nem por um segundo, o mantendo fixo nos azulejos grudados na parede. O box fechado faz com que o vapor suba e torne os meus cabelos mais úmidos ainda, e num outro momento eu ligaria para isso.

Estou ensaboando os meus braços ainda olhando para a parede quando a minha irmã abre a porta de repente e entra no banheiro. Eu me viro de costas instantaneamente, não por vergonha, mas porque ela não pode ver os arranhões que fiz em mim mesma.

- Ah, desculpa, eu não sabia que você estava aqui. - diz, antes de fechar a porta e trancá-la. Eu sei que é mentira porque o chuveiro pode ser ouvido muito bem do lado de fora, e porque ela nem faz questão de tentar disfarçar. Eu tranquei apenas uma porta do banheiro compartilhado e agora me arrependi de ter sido tão descuidada.

Limpo a garganta, mas é óbvio que Alyson não vai me dar licença. Ela abre o pequeno armário em cima da pia e pega uma pequena bolsa de mão, antes de começar a se maquiar.

- Eu vou sair com o Ian. - isso não é uma novidade - Vou conhecer a família dele. - então entendo porque ela está aqui, e não se maquiando no seu quarto como o de costume.

- Ah, e como você está? - eu não estou com muita vontade de conversar sobre ela e o seu namorado, confesso.

- Eu sei que você não está com muito ânimo ultimamente, mas eu estou muito empolgada e preciso conversar com alguém. E eu achei que você fosse querer saber, porque também é a família do Owen.

- Isso não muda nada para mim, mas eu espero que gostem de você. Na verdade, tenho certeza que vão. - a minha voz é atrapalhada pelo som do chuveiro.

- Eu espero que sim. - eu sei que tudo entre ela e Ian está indo rápido demais, mas nunca vou dizer isso, sei que está feliz com ele, também.

Mais alguns minutos comigo de costas a ela, então finalmente termina de fazer a sua maquiagem e me deixa sozinha. Fecho o chuveiro e pego a toalha jogada sobre o vidro do box.

Em cima da minha cama está um jornal dobrado esperando por mim, que foi deixado por Alan, como ele faz quase todas as semanas. Visto um conjunto de moletom qualquer, pego o jornal e vou para a sala.

Eu estou sozinha como sempre, mas isso não me incomoda; os gêmeos já deixaram de fazer coisas demais só por mim.

Me sento no sofá e ligo a Tv, deixo no canal onde passa a série que nós sempre víamos, Law & Order: SVU. Geralmente nós apostávamos sobre os vilões dos episódios do seriado, que fala sobre casos de crimes sexuais e seus investigadores, e eu quase sempre ganhava.

A campainha soa quando estou andando em direção à cozinha, e eu suspiro antes de me virar e ir até a porta. Olho pelo olho mágico, mas ele parece ter sido tampado por algo. Imagino que seja Alan, porque sempre faz brincadeiras desse tipo. Destranco a porta, mas quem encontro não se parece nem um pouco com o meu irmão.

Eu fecho a porta no mesmo instante em que vejo o rosto da pessoa que mais me magoou em tão pouco tempo e prendo a respiração. O ouço suspirar do lado de fora e levo alguns segundos para me recuperar e voltar a caminhar em direção à cozinha.

Ignore, Alyce. Finja que não aconteceu nada, sussurro mentalmente para mim mesma.

Abro um armário e pego uma embalagem lacrada de pipoca de micro-ondas, ando até ele enquanto sinto como se o meu coração tivesse sido substituído por chumbo e a boca seca, além do sentimento de raiva que agora tomou conta de mim.

Alguém bate na porta da cozinha e eu sei que é ele.

Engulo em seco. Eu não vou abrir.

Abro a embalagem azul da pipoca e coloco o papel branco que guarda o milho dentro do micro-ondas, logo o ligando.

- Se não abrir essa porta, eu vou entrar pela sua janela. - ele diz alto o suficiente para que eu ouça.

- Ela está trancada também.

- Então eu vou quebrá-la.

- Meu Deus, qual é o seu problema? - bufo, me aproximando mais ainda da porta. Por mais estranho que seja, meu estômago parece ter sido tomado por um calor intenso que eu sinto sempre que ele está por perto.

- Eu preciso falar com você, Alyce. - sua voz soa abafada.

- Estou te ouvindo. - é a vez de Owen bufar.

- Eu quero te pedir desculpa.

- Enfie suas desculpas no seu nariz.

Eu não esto chateada simplesmente porque ele é um otário, mas também porque achei que a minha vida deixaria de ser essa bola de esquisitice e teria pelo menos algo que todos parecem ter: um romance, por mais impossível ou clichê que seja.

Nós nos mudamos de bairro porque meus pais queriam uma vida diferente - eu sei disso, mesmo dizendo que é porque é mais perto da faculdade dos gêmeos -, e eu me empolguei porque achei que realmente seria diferente, ao contrário de Alan e Alyson, que fingiam estar animados, mas no fundo não queriam deixar os seus amigos. Amigos que me tratavam como se eu fosse um E.T., ou zombavam de mim nas costas minhas costas ou dos meus irmãos. O problema é que aqui eu também sou tratada como um ser de outro mundo, porque parece que toda essa exclusão vem como se estivessem num pacote junto de mim, e a minha vida provavelmente vai continuar sendo o mesmo de antes, ou pior.

Ficamos em silêncio por longos segundos e eu temo que tenha ido até a minha janela com a intenção de quebrá-la.

- Você ainda está aí? - pergunto, mais calma, ou desanimada outra vez.

- Sim.

- Eu não estava falando sério.

- Ah, que bom, porque eu não sei como enfiar tudo isso no meu nariz.

- Tudo isso?

- Abra a porta e verá.

- Eu... - ele me interrompe.

- Só vou te pedir desculpas, e se você não aceitar, eu vou embora.

Fecho os olhos e respiro fundo antes de destrancar a porta. O que vejo me surpreende muito. O rosto de Owen está parcialmente escondido por um buquê de rosas vermelhas que ele segura, além de uma cesta enorme com vários tipos de chocolate e um urso de pelúcia gigante, que é dourado e segura um coração que diz "Te adoro". Arregalo os olhos.

- O que é isso?

-Meu pedido de desculpas. Bom, ele não cabe no meu nariz.

- Você...

- As flores são de mentira, eu fiquei com medo de você ter alergia ou algo do tipo. Eu sei que chocolate, flores de mentira e um urso não compensam o fato de que fui um babaca, mas eu tenho mais comida no carro, posso pedir desculpa mil vezes se você quiser, te fazer carinho até sentir câimbra e também trouxe vários filmes de romance.

- Oi?

- A mulher da floricultura me disse que é disso que as mulheres gostam.

- E por que está fazendo isso tudo? - tento continuar séria.

- Porque você é diferente, e eu devo te tratar de forma diferente.

É impossível não sorrir.

- Eu mesmo fiz a cesta, porque a mulher também me disse que os chocolates das cestas comuns geralmente estão velhos ou ruins. Eu não sabia qual sua cor preferida, então usei fitas de todas as cores que achei. - se refere às fitas que rodeiam o arco da cesta redonda - Quer dizer, nós usamos... O meu irmão me ajudou.

- Isso tudo por causa de mim? - ele ergue uma sobrancelha e assente, tentando segurar os presentes com mais firmeza.

- Prometo tentar nunca mais fazer as coisas que fiz, e ser... diferente. - olha ao redor antes de continuar - Eu tinha decorado várias coisas que a mulher da floricultura me ajudou a escrever para você, mas agora esqueci tudo. Anotei tudo na minha mão, mas agora não consigo ler.

Rio fraco e balanço a cabeça negativamente.

Infelizmente, Owen não correu quando percebeu que eu era diferente até demais - ou especial.

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Quando eu finalmente consegui o notebook, pirei e resolvi apagar o capítulo todo e reescrever, pq tava achando uma merda, mas tá aí e oq importa é q amo vcs (cansando de falar isso já KKKK)

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