Olá queridos!!! Sei que este é o capítulo mais esperado desde muito tempo por vocês! Por isso, o dedicarei para alguns leitores aqui neste capítulo e para todos os demais que amam tanto Adriel & Estela!!!
Enquanto estão lendo, ouçam a música clássica, que está no vídeo no topo da página!
Maravilhosa leitura!!!
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O dia não estava tão ventoso quanto nos últimos, porém o sol ainda se intimidava e se escondia por detrás de grossas camadas de nevoeiro quase que palpáveis. Com o tempo assim, eu ainda precisava usar de um agasalho, ainda que leve, e era algo que eu realmente não gostava muito. No entanto, detalhes e lamúrias como essas não eram mais importantes, nem me afetariam naquele dia. Havia muito o que pudesse me afetar de verdade e, sem sorte, isso seria logo.
Eu sabia que seria perigoso prorrogar o que eu já deveria ter contado ao Adriel. Era óbvio que ele desconfiava e que essa desconfiança poderia ser a pior possível, visto que eu ainda esperava o momento certo em falar, não conseguindo assim disfarçar algum desconforto.
Mas, aquele dia seria diferente.
Eu estava esperando o dia da festa para lhe contar, mas a Natalie me alertara de que eu não deveria mais me alongar. Além dela, eu notara as atitudes estranhas do Jadir e, quando o pressionei, ele me alarmara de certo modo.
O cenário da academia me parecia mais familiar do que a casa da minha tia e foi ali que, mais uma vez, o encontro foi marcado. A agenda do Adriel era menos flexível do que a minha e, dada a urgência, ele mesmo achou por bem de nos encontrarmos no café dali. Não posso dizer que estava tranquila... Na verdade, eu estava impaciente e, ao mesmo tempo, esperando que ele demorasse para aparecer. O clima não estava bom, eu podia sentir.
Ao chegar na recepção, diminuí os passos e comecei a contar as batidas do meu coração. Como se estivesse em câmera lenta, pude olhar para a minha direita e ver Helena que acenava, para mim, solícita. Estranhei a atitude, mas me esforcei para retribuir o cumprimento. Ainda pude ver alguns conhecidos, o instrutor de natação irmão da Natalie, até chegar ao atendente do local de encontro.
Confesso não o ter ouvido falar e nem me ouvir perguntar, mas ele sabia quem eu procurava e eu sabia que Adriel já estava por lá antes mesmo dele me apontar, pois assim anunciou meu descompassado coração.
Adriel estava mais impaciente do que eu, assim pude notar. Ele estava sério, fitava algum ponto invisível em sua semi lateral direita e, claramente, não estava de bom humor. Apesar de não ter focado em mim, eu sabia que ele tinha ciência da minha presença.
Aproximei-me, ainda em lentidão, foi quando ele olhou diretamente para mim. Senti-me como da primeira vez em que ele fez isso, o momento em que houve alteração em meu termostato corporal, causando-me calafrios, tremuras, suor frio, taquicardia, taquipnéia, possível midríase e uma ligeira vontade de urinar. A sensação não era de todo o ruim, mas eu temia muito a perda da cumplicidade e compatibilidade. Naquele momento, éramos quase como dois estranhos.
Sentei-me a sua frente e tentei falar algo, mas me interrompi. Somente Adriel era capaz de me fazer esquecer das palavras. Obviamente não consegui calcular o tempo de silêncio e, como de se esperar, foi rompido por ele:
– O que está acontecendo com você Estela?
Adriel abrandara um pouco a expressão... Não, não... Era pior do que isso! Ele parecia triste. Antes que eu pudesse responder, ele prosseguiu, fitando o saleiro que estava na mesa:
– Sei que não dou muita abertura, mas você pode me falar qualquer coisa... Caso queira romper comigo, eu irei entender.
A situação era diferente, claro, mas o rumo daquela conversa estava mais do que insatisfatório, estava o pior possível.
– Que história é essa Adriel? – Elevei a voz e mal pude reconhece-la. – O que aquele idiota do Jadir anda te falando?
Ele voltou a me fitar, mas não demonstrou muita reação, embora eu pudesse notar o pouco sinal de vida em seus olhos. Ainda assim, ele não parecia surpreso com minhas indagações, como se já esperasse por elas. Mantendo o seu próprio tom de fala, respondeu:
– Que você vai embora.
Abri a boca com um pouco de espanto, mas logo a fechei e contraí a mandíbula. Aquele fofoqueiro!
Ouvi novamente a voz de Adriel, porém não tão segura quanto antes:
– É verdade, não é? ... Quando você pretendia me contar?
Respirei fundo, com os olhos fechados, mas logo voltei a minha atenção a ele. Minha irritação, assim como veio, passou e foi tomada por um sentimento estarrecedor. Adriel olhava para mim e, contemplando a nítida dor em seus olhos, me esforcei para não me debulhar em lágrimas. Eu precisava de forças para lhe contar a verdade e só agora eu percebia o que o havia feito passar ao prolongar isso. Era difícil saber por onde começar, mas decidi que, o melhor, era primeiro desmentir tudo o que poderia nos causar mal:
– Eu não vou embora – enfatizei.
Com paciência ele esperou que eu prosseguisse, ainda sem mudar a reação. Respirei fundo mais uma vez e contei-lhe, enfim:
– Meu pai me inscreveu em um intercâmbio na Irlanda, por seis meses.
Fechei um pouco os olhos, a fim de aliviar a sobrecarga do que estava dizendo. Eu não podia me imaginar distante dele por tanto tempo... Senti uma lágrima cair do meu olho direito, logo seguida por uma no olho esquerdo. Sem muito pensar, nem enxergar, me levantei da cadeira e me aproximei mais do Adriel. Senti que ele se virou para mim e fui de encontro aos braços dele. Pior do que a notícia que eu tinha que lhe dar, é pensar que ele poderia estar sofrendo com mentiras.
***
– Era algo que eu queria fazer antes de vir para cá – expliquei estando um pouco mais recomposta, mas sem conseguir me afastar dele, nem o encarar. – Meu pai não queria que eu me afastasse tanto na época. Há duas semanas ele me informou sobre a inscrição e que eu fui aceita. Estive ocupada, pois tive que ir até a fazenda saber dessa história e o que o fez mudar de ideia tão rápido. Ele falou algo sobre minha educação e outras balelas, mas eu bem sabia o que ele estava querendo.
Ouvi e senti a respiração de Adriel próxima de minha orelha esquerda. É claro que ele também sabia do que eu estava falando. Meu pai não é a favor do nosso relacionamento, o que era algo totalmente fora de fundamento. Ele mal deu oportunidades para conhecer Adriel. Mas, aquilo mudaria logo. Continuei:
– Meu pai impôs minha ida, utilizando das famosas chantagens emocionais, porém com um apelo maior, quase que desesperado. Ele alegara que jamais cortaria relações comigo, mas ficaria profundamente decepcionado caso eu rejeitasse essa grande oportunidade.
Ele disse muita coisa ainda, deixando bem claro o desgosto quanto ao meu namoro. Algo que eu não preciso falar em voz alta para o Adriel, mas sei que ele também tem ciência desse pensamento do meu pai. Falou-me que eu não podia mudar as metas da minha vida por alguém que conhecera há tão pouco tempo e que isso não significaria o fim. Seria um momento para me focar na minha carreira e saber o que eu quero realmente da minha vida.
Estávamos com as mãos entrelaçadas e senti que ele apertou mais a minha quando falou, me fazendo sobressaltar:
– Ele está certo. Você deve ir.
Afastei-me um pouco dele e elevei minha cabeça até que meus olhos pudessem encontrar os seus. Eu sabia que o espanto me estava escancarado, ele continuava cabisbaixo, mas parecia mais seguro. Ao me notar, sorriu um pouco nervoso e continuou, como se explicando:
– Não estamos encarcerados e não temos porque nos limitar. Siga em frente. Você sabe que eu estarei atento e esperando por você.
Aliviei minha expressão, mas logo a fechei. Apesar de surpreendente, eu não podia esperar que Adriel falasse algo diferente. Mas...
– Como eu poderia ficar sem você? – Perguntei, sentindo que as lágrimas me inundariam.
– Você não vai ficar.
Mais uma vez sentindo-o respirar e ouvindo o martelar do meu coração, Adriel se virou para mim e foi sorrindo que me desestabilizou:
– Case-se comigo?
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Dedicado a LinaMarcie , elmacavalcante , Elenicedasilva , ElessandraFerraz , takeiteasybelabook , CamylaSampaio19 , goldenbarbies , tcdomingues , Mikasilva2 , KerenHapuk5, GioKarolinne , luceeelizangela , MarciaLopes3, SuHealy , SMisterioso_10 , Jezyany , Rose88Gerson , btz16f, patybarros2016 , zebrinha11 , inespinto16100, nellma122 , kakarodrigues26 , Venus194 , MarissaSoLi , EdvaniaLucindo , Marjo_Cabral , edmarabos93 , SrtaKess , FernandaFergutz , ... E a todos os demais leitores de "Debilitado"!!! Até o final queridos!!! <3
Música do capítulo: "When You Believe" – The Prince of Egypt (Cover By Per Frederik "Pellek""Ãsly")