Olá queridos leitores! ;)
Finalmente conseguimos voltar e esse eletrizante capítulo estava doido para sair!
Enquanto estão lendo, não esqueçam de ouvir a magnífica performance que está no vídeo, no topo da página.
Excelente leitura! ;)
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Eu estava aflita! Jadir vomitara alguma substância vermelha, só podia ser sangue! Apressei em tocar a campainha da enfermagem e lhe questionei:
– O que foi? O que está sentindo?
Tentando se recompor, após limpar o canto direito da boca com o dorso da mão, vi e ouvi Jadir rir. Franzi o cenho, curiosa.
– O que houve? – Apresentou-se um auxiliar de enfermagem.
– Ele vomitou aqui... Acho que é sangue! – Falei e apontei.
O auxiliar olhou e falou:
– Não é sangue... Foi algo que ele comeu. Já chamo alguém para limpar.
– Tem certeza? – Insisti, aflita.
– Claro, não se preocupe...
Olhei para Jadir que ainda ria, embora parasse de vez em quando para apoiar a cabeça.
– Jadir, fala comigo, por favor!
Ele diminuiu a risada e me encarou:
– Tinha que ser uma cadeira? Não poderia ser um outro assento mais macio, como um "puff"?
– Não brinca desse jeito... Eu estou preocupada! – Falei, batendo o pé.
Ele parou de rir e falou, sem me olhar diretamente:
– Ok, ok... Vou tomar mais cuidado com você, na próxima vez.
Jadir fez um esforço, mas acabou rindo novamente, até que reclamou:
– Ai, isso dói – apontou para a cabeça.
– Não deveria se esforçar muito – lhe falei, tentando aliviar a bandagem.
Alguém apareceu para limpar e eu tive que me afastar para próximo da porta do quarto. Foi aí que senti meu coração acelerar... Era ele chegando. Finalmente! E, assim como meu coração, ele vinha acelerado.
– E então? Como ele está e...
– Cuidado Natiel! – O agarrei de modo firme, impedindo que ele caísse. Quase perdi o equilíbrio também, porém, ele prendeu-me as costas junto a batente, como num reflexo. Estremeci e sem jeito falei: – E.estão limpando aqui.
Por alguns instantes encarei aqueles profundos e reluzentes olhos verdes que viviam por me tirar de órbita. No entanto, como se só tivesse percebido ser a minha pessoa quem estava ali naquele instante, ele nos despertou:
– Natalie! – Expressou-se, como em surpresa, e me envolveu num abraço mais apertado. – Não se preocupe. Eu vou assumir toda a culpa. Você não será processada caso aconteça o pior e...
– Hey – Ouvi Jadir, chamando a atenção. – Eu estou aqui e ainda estou vivo!
Natiel se soltou de mim, porém pegou em minha mão esquerda, levando-me consigo, e se aproximou de Jadir. O moço da limpeza já estava se distanciando. O segui, mas fiquei para trás.
– Jadir, irmão, você parece meio ... quebrado! – Zombou. Esse era Natiel.
– E você está menos invocado e... vejam só, de touca nova! – Jadir o acompanhara descontraído, mas de fato, Natiel estava usando uma touca cinza.
Natiel suspirou com um incômodo fingido e respondeu:
– Disseram que se tornou um acessório indispensável na minha performance... Afinal, eu sou o "sujeito da touca".
Os dois riram e eu balancei a cabeça com um falso desagrado... Homens!
– Ao menos a touca esconde essa sua cabeleira ridícula – continuou zombando Jadir.
– Curioso você estar falando em cabelo... – Natiel sorrira em triunfo. Ele não diria...
– Natiel, eu acho que – tentei falar, mas, Jadir notou antes. Corei.
– Ah cara, não brinca – assustado, passou a mão pela bandagem e Natiel balançou a cabeça afirmando.
– Foram dezoito pontos – continuou falando e eu o cutuquei, incomodada. Ainda assim, ele continuou: – Tiveram que cortar todo aquele seu cabelo horroroso!
Antes que a zombaria continuasse, Estela apareceu com um médico. Ela estava abatida, mas sua feição estava apaziguada. Logo veio me falar e cumprimentar Natiel.
– Você está melhor?
Assenti e ambas sorrimos.
O médico analisou as pupilas do Jadir, a garganta, o pulso, a pressão, a saturação de oxigênio, alguns reflexos e mais uma meia dúzia de testes rápidos, e Natiel questionou zombeteiro:
– E então doutor? Esse traste vai sobreviver?
– Ele está bem... A radiografia não apresentou fraturas, não há concussões, e seus reflexos e sinais vitais estão normais. Amanhã mesmo deverá receber alta.
Suspirei de alívio, não por mim, mas por ele. Jadir não merecera o que eu fiz.
– Porém...
Estaquei assustada. O médico prosseguiu:
– Ficará, pelo menos, quinze dias afastado do trabalho. Não poderá fazer grandes esforços físicos e mentais.
– Quanto ao mental, não se preocupe doutor.
Cutuquei Natiel mais brusca, retirando por fim minha mão da dele, irritada. Ele me olhou, ainda com a expressão zombeteira e fingindo dor pela cutucada. Cruzei os braços. Eu precisava me manter séria, o caso era sério!
– Amanhã vou dar o receituário. Você precisará tomar algumas injeções e medicamentos; e ainda, levará alguns dias mais para a cicatrização dos pontos. Até lá, terá que limpar a região e protege-la. De modo nenhum poderá deixar a cabeça ao sol, sem proteção...
O doutor ainda falava, enquanto minha mente vagava. Conversando com Adriel e com meu pai, descobri que Jadir iria atacar o Adriel e não o Natiel. Até que ponto o que eu sentia por Natiel estava me afetando o juízo? Não, não... A culpa não era dele! Eu não estava bem desde mais cedo... Eu soube da minha doença, não me abrira totalmente com ninguém a respeito, tivera discussões com Natiel e falara com minha mãe; tudo isso me afetou bastante o psicológico. Agora, porém, eu me sentia normalizada. Também, eu passara por uma consulta psicológica, tomara calmante e outro medicamente mais forte, que chegara a me derrubar por algumas horas. Eu estava me sentindo muito aliviada, mas não era pelos remédios, mas por ver que, aparentemente, tudo estava bem... Ainda assim, será que eu pensava assim porque queria acreditar que tudo realmente estava assim? Tudo estava realmente bem? Amar Natiel não me prejudicava mesmo? Além de mim, começava a prejudicar outros? Não! Isso era o pior!
– Agora que você está desperto – voltei a atenção para a voz do médico. – Preciso que me relate todo o ocorrido. Como você conseguiu machucar a cabeça desse jeito?
Olhei aflita para Jadir, depois percebi a aflição também de Natiel. Eu sei que eu merecia ser castigada, e estava pronta para receber a punição. Jadir tinha motivos o suficiente para fazer queixa contra mim. Voltei a segurar a mão de Natiel e a apertei contra a minha, a dele suava.
Antes de falar, porém, percebi o olhar sério de Jadir sobre mim. Ele suspirou e falou:
– Eu estava bêbado, descontrolado, agressivo e falando besteiras. ... Eu tropecei e caí em um desnível no clube, foi aí que eu devo ter batido a cabeça.
Natiel suspirou aliviado, eu, porém, senti agonia e estava sobressaltada.
O médico não pareceu convencido:
– Foi isso mesmo?
Jadir assentiu, o fitando diretamente.
O médico ainda olhou para Natiel e a mim. Estremeci de medo! Foi então que ele suspirou, se levantou e falou:
– Está bem... Vou ajeitar o medicamento e é melhor descansar.
– C.claro doutor – falei, gaguejando, como se tivesse sido uma direta. – Nós já iremos sair para deixa-lo dormir.
O médico escreveu algo em uma ficha e se retirou, foi aí que vi que Adriel também estava no quarto, atento a tudo; próximo da porta. Estela, como sempre, estava a seu lado. Ela sorria de modo singelo, aliviada, e ele estava sério, mas também aparentava pacificidade.
Assim que o doutor saiu, Natiel apressou em dizer:
– Pensei que você...
Jadir cortou:
– Acha mesmo que eu denunciaria você?
– Na verdade, pensei que você denunciaria a Natalie – corrigiu, sério.
– Menos ainda – bufou, falando como se eu nem estivesse ali. – Se eu tolero até você, que é uma anta...
– Ah é... Menos mal que você tenha essa cabeçona dura e sobreviveu ao ataque ninja da minha namorada.
Minha namorada? Meu coração palpitou mais forte. Natiel estava passando dos limites com aquelas brincadeiras.
– Cuidado com ela, hein – alertou, zombando sempre, Jadir. – O golpe de cruzada dela é melhor do que o seu.
Retirei minha mão da de Natiel e me virei irritada com aqueles dois. Como podiam brincar com aquilo?
– Melhor sairmos – falou Estela, por fim. – Amanhã estaremos de volta.
Jadir olhou para a Estela e para Adriel, abraçados, e sorriu de forma amigável e agradecida. Fiquei contente de imediato. Eles estavam bem! Que maravilha!
– É, nós já vamos – apressei em dizer e peguei no braço do Natiel. Jadir não pareceu se incomodar com esse gesto. – Também voltarei amanhã, logo cedo.
– Está bem – concordou sorrindo. – Obrigado por terem vindo e muito obrigado mesmo, com toda a sinceridade da minha alma, pelas férias que você me proporcionou, Naná.
Abri a boca, surpresa, mas logo a fechei e me emburrei. Natiel olhara para mim e rira. Jadir dera ênfase ao meu apelido, só para me irritar. Eu gostava de ser chamada assim somente por Natiel!
– Quinze dias sem vir ao hospital para aspirar secreção, que magnífico! – Continuou, suspirando, e se recostou.
– Até amanhã, irmão.
Natiel se desvencilhou de mim e cumprimentou Jadir. Não havia um mínimo resquício sequer da selvageria que ambos apresentaram mais cedo. Espero que assim continue... para sempre.
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Em que conclusões chegaremos?
Não percam o próximo capítulo em breve!!! ;)
Muito obrigada por tudo! <3
Música do capítulo: "Fight Song" – Rachel Platten (Cover By Per Frederik "Pellek""Ãsly")