Capítulo especial!!!
Confiram a versão da Natalie e mais detalhes do que Jadir e Estela não nos contaram anteriormente!
Enquanto estão lendo, ouçam a música que está no vídeo, no topo da página!
Excelente leitura!!! ;)
~~~~~~~~~~
O dia não estava sendo bom para muitos de nós, e a tendência era piorar.
– Mãe? Você está me ouvindo? – Insisti, após sua reticência. Meus olhos estavam encharcados, atrapalhando mais minha visão.
– Mãe?
– Natalie, por favor... Acho que você não deve me ligar mais.
– O que está dizendo? Acabei de te dizer que estou doente! Que posso morrer logo!
– Você ainda vai viver bastante e nos veremos, algum dia, outra vez. Mas, no momento eu não posso te dar atenção... Estou muito ocupada!
Eu não podia acreditar!
Minha mãe nunca demonstrou muita preocupação a meu respeito, contrastando muito com meu pai, mas ainda assim, eu era filha dela! Acabei me irritando:
– Por que você não gosta de mim? Na verdade, nunca gostou! Por quê?
– Natalie, tenha calma... Eu volto a falar com você. Eu sei que vai ficar tudo bem... Você tem seu pai, aquele seu irmão e amigos. Nada vai te faltar.
– E o amor de mãe? Você parece não saber o que é isso.
– Não fale assim, Natalie. Agora, eu tenho que desligar mesmo. Eu volto a te ligar, enquanto isso, não me ligue.
Mal consegui conter os soluços e desliguei, com fúria, o telefone. Eu não conseguia entender...
– Natalie, acalme-se. Você pode ficar doente.
Ouvi Estela, ao meu lado. Apesar dos pesares, em uma coisa minha mãe tinha razão: eu não estava sozinha!
***
Estela teve que sair, mas chamou meu pai. Assim que ele chegou, eu o intimei:
– O senhor precisa me contar: por que minha mãe não gosta de mim?
Ele ficou surpreso no mesmo instante, eu podia sentir, e olhou para Estela, que ainda não tinha ido.
– Acho que já vou e...
– Fique mais um instante, por favor – lhe pedi, suplicante. Eu ainda não estava enxergando muito bem, mas acompanhei o som de sua voz.
– Filha... Eu pedi tantas vezes para você parar de ligar para ela!
Suspirei e me virei para Estela. Estava mais calma e disse:
– Obrigada por tudo. Você tem sido mais do que uma amiga... Tem sido a irmã que nunca tive! – A abracei no mesmo instante e sabia ter comovido meu velho pai.
Acompanhei-a até a saída. Antes de ir, Estela parou e se virou para mim; eu já conseguia vê-la melhor:
– Não hesite em me ligar se precisar... Vou ao hospital, mas não devo demorar.
– Não se preocupe – falei com a voz embargada e cocei meu olho direito. – Vai ficar tudo bem. Vou aproveitar a vinda do meu pai para ir ao clube...
Estela me olhou compadecida. Sentia seu receio em me deixar, visto que eu devia estar em farrapos.
– Pode ir – comecei a rir, em meio as lágrimas. – Mais tarde nos veremos.
– Está bem – concordou. – Qualquer novidade, estarei atenta para ouvir.
Assenti e lhe dei outro abraço.
Estela saiu e, assim que ela virou o quarteirão, voltei-me decidida a interrogar meu pai. Ele estava na cozinha, bebericando um chá, e me viu assim que entrei. Fechei a expressão e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, falei:
– Não quero conversar aqui. Vamos ao clube, agora!
Percebi sua expressão de espanto. Eu já não me importava com o que fossem dizer... Eu queria sair dali, correr para bem longe, qualquer lugar afastada daquela casa, e eu não queria esperar nem mais um minuto.
***
Meu pai estava com o carro e não levou nem dez minutos para que chegássemos. Naquele horário ainda não haveria muitas pessoas no clube, por certo poderíamos conversar mais sossegados. Eu também queria poder sentir a presença de Natiel me apoiando, ainda que fosse a distância.
Não falamos nada durante o percurso, e eu mantinha uma expressão irritadiça e meus olhos acompanhavam. Eu já não chorava, mas não havia me recuperado da irritação lacrimal ainda.
Assim que chegamos, porém, meu pai parou o carro antes de conseguir estacioná-lo.
– O que está acontecendo aqui? – Perguntou, afoito, para o Dimas; o segurança do turno.
– Esse moleque estava perturbando... – Dimas estava segurando um menino magro, devia ser um adolescente, encapuzado com um moletom e calça jeans. Consegui pouco lhe ver a fisionomia, mas seus olhos negros pareciam zombar da situação.
Ah, nada disso me importava!
Não esperei meu pai terminar sua discussão com o segurança, desci do carro e fui em direção ao clube, a fim de espera-lo. Quem sabe eu conseguiria encontrar o Natiel antes do ensaio?
Para meu breve espanto, as discussões pareciam mais afogueadas lá dentro. Eu mal entrei no salão e me deparei com um pequeno aglomerado perto do palco. Franzi o cenho e me aproximei curiosa.
– Isso lá é modo de falar? ... Mas, o que eu poderia esperar de você?
Eu conhecia àquela voz! Jadir! Inflei os orbes e afastei algumas pessoas para que eu pudesse ver melhor. Estavam ali, bem nítidos! Natiel estava vermelho, enfurecido, ofegante! E, Jadir, a sua frente, de costas para mim. Nenhum dos dois percebeu a minha presença... Na verdade, ninguém que ali estava percebeu.
Ouvi Jadir dizer novamente... Sua voz estava diferente, parecia estar arranhando a garganta para falar:
– Eu vou acabar com você!
Meu coração palpitou! Ensurdeci no mesmo instante. Senti-me como se estivesse na lua... Tudo estava devagar e ninguém parecia querer fazer algo. Mas, ele iria ataca-lo... Eu não podia permitir! Sem pensar, peguei a cadeira mais próxima e o ataquei.
...
Gritos me despertaram. Jadir estava inerte no chão e eu estava com sangue nas mãos.
– Natalie? – Ouvi a voz de Natiel embargada. – O que você fez?
Prostrei-me naquele instante, diante de Jadir, que estava estendido de bruços no chão. Comecei a chorar novamente, me jogando sob o corpo:
– Me desculpe! Me desculpe!
Meus ouvidos começaram a ficar surdos novamente, quando senti a presença do meu pai. Natiel e ele me tiraram a força de Jadir, enquanto eu me esforçava ao gritar, porém eu não conseguia me ouvir.
***
Eu não havia reparado que Adriel também estava lá no clube, mas ele estava e, junto com Flávio, um dos garçons, e meu pai, nos acompanhou ao médico. Jadir foi levado de ambulância. Não sei porque Natiel não nos acompanhou... Será que não percebia o quanto eu precisava dele?
Eu estava mais controlada, pois me deram um forte calmante na veia. Ainda assim, eu não conseguia parar de olhar para as minhas mãos. Eu havia matado o Jadir?
Estávamos em uma câmara, acompanhados de outros pacientes. Mesmo desviando um pouco o olhar de minhas mãos, eu não conseguia erguer a minha cabeça, mas consegui perceber a movimentação a minha frente. Percebi que era Estela que, naturalmente chegara aflita, abraçara Adriel e veio até mim:
– O que houve, Natalie?
Olhei para ela, desgastada, e disse:
– Eu o matei Estela... Eu o matei!
– Não fale assim, amiga... Tudo vai ficar bem! – Senti seu abraço.
Consegui erguer um pouco a cabeça e percebi a ausência de meu pai, questionei:
– Aonde meu pai foi?
– Ele foi ver como Jadir está e se os pais dele já chegaram – Adriel falou, de modo calmo, mas seu olhar demonstrava a preocupação que sentia também. Ele estava em pé, a minha frente, com a pálpebra esquerda trêmula.
– Conte-me, o que aconteceu?
Respirei fundo e pus a lhe contar tudo o que lembrava. Se eu já sentia que a minha vida estava acabada antes, agora não havia mais dúvidas.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Será que Jadir se vingará deles - Natalie e os irmãos? Vamos conferindo os capítulos e descobrir as reais intenções do polêmico personagem!
Até breve seus lindos ;)
Música do capítulo: "Someone Like You" - Adele (Cover By Per Frederik"Pellek" "Ãsly")