Olá seus lindos! Mais um capítulo segue!
Enquanto estão lendo, lembrem-se de acionar o vídeo, no topo da página!
Excelente leitura! ;)
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Ventos fortes vinham em minha direção e agradeci por estar agasalhada. Ainda assim, comecei a pressentir algo ruim.
Havia algum tempo que comecei a me afeiçoar pela Natalie. Ela estava me ajudando com algumas questões e eu sentia a necessidade, melhor, sentia vontade de ajudá-la também. Eu mal podia imaginar tudo que ela estava passando e estava para passar... A vi falar com a mãe por telefone e a vi mais chorar do que se expressar. As notícias não pareciam ser das melhores, mas infelizmente eu não pude continuar com ela. Minha tia me chamou pelo celular, a fim de acompanhá-la ao médico.
– Venha comigo – propus.
Natalie parou de chorar, respirou e se recompôs:
– Não, está tudo bem. Vou me encontrar com meu pai no clube.
– Vamos caminhando juntas então...
– Não se preocupe, Estela. Sua tia está esperando, e eu ainda vou levar tempo me arrumando.
Não parecia boa ideia deixa-la só, então falei:
– Vou chamar seu pai então...
– Não...
– Não posso te deixar sozinha assim – cortei-a!
Ela suspirou e me passou o telefone.
O pai da Natalie levou vinte minutos para chegar e eu ainda fiquei mais vinte, a fim de me convencer que tudo ficaria bem; como se eu já estivesse prevendo algo.
– Mais tarde eu vou te ligar, mas não hesite em me ligar se precisar – enfatizei.
– Obrigada – falou, apertando os olhos, e me abraçou.
Da casa da Natalie eu conseguia ir andando até o hospital, e lá, com certeza minha tia já me esperava. Claro que ela me ligou de novo e de novo. Suzi, minha tia, não tinha filhos. Foi casada uma vez, separou-se e falou que nesta não entraria outra vez. Eu também desconhecia se ela tinha algum tipo de flerte... Ela me acolheu de forma muito entusiasmada há um ano e meio. Dizia que eu era filha postiça dela e que só tinha a mim. Como eu poderia lhe negar companhia, então? Assim como meu pai, ela sabia fazer chantagens emocionais...
Chegando ao hospital, não encontrei minha boa e velha amiga Carlota; esta sendo a enfermeira que me ajudara a entrar nas vésperas da cirurgia de Adriel. Olhei em volta e minha tia já estava a poucos passos de mim:
– Ai menina! Finalmente você chegou – disse ela.
– Estava ocupada... Mas, o que você precisa fazer mesmo?
– São meus exames anuais. Irão me colocar o holter cardíaco para ver se está tudo normal.
Elevei as sobrancelhas e minha tia percebeu o susto.
– Não se preocupe. É rotina para os que já passaram dos quarenta anos – riu.
Entregaram algum cartão a ela e fomos para uma sala de espera no segundo corredor. Pensei que demoraria, mas ela logo foi chamada. Fiquei aguardando, de forma impaciente. Queria saber o que estava acontecendo com a Natalie, mas principalmente, com Adriel e os irmãos. Havia algo estranho com Natiel, algo que eu ainda desconhecia... E aquele diário que a Natalie me entregara? Ele estava na minha mochila... O que será que tem nele?
Mal pensei mais percebi a presença de outro ser iluminado. Denis, o auxiliar de enfermagem que me auxiliou para encontrar Adriel por duas vezes, me abordou. Sorri, mas logo percebi a expressão fechada dele:
– O que houve? – Apressei em lhe perguntar.
– Tem um amigo seu que foi trazido a pouco para cá... Você não está aqui por isso?
Sobressaltei-me e me levantei no mesmo instante:
– Que amigo?
***
Aquela cena até me parecia nostálgica, mas acredito que as posições estavam invertidas. Eu ainda estava muito perturbada, mas, ao ver um bloco de papel ao lado da poltrona, não resisti... Meio trêmula, rasguei uma folha, amassei e lhe joguei. Acertei seu nariz e, fora uma leve inflada da narina esquerda, não teve reação. Amassei outro papel, joguei e lhe acertei o queixo... Nada! Melhor de três... Fazendo outra bolinha de papel, arremessei-lhe e lhe acertei a testa. Finalmente ele abriu os olhos!
– Ai... O que está acontecendo? Quantos Watts tem essa lâmpada?
– Hey, vai com calma – apressei em lhe falar, mantendo a calma. – Melhor você não se mexer muito.
– Estela? O que você está fazendo aqui? – Perguntou me fitando com um olho, enquanto o outro se fechara devido a irritação da luz. – Ai!
Jadir tentou se levantar, mas obviamente sentira dor e levara a mão, de forma inconsciente, a cabeça.
– O que é isso? Enfaixaram minha cabeça?
– Só de um terço da testa até a base do queixo, protegendo, claro, toda região posterior do seu crânio – falei-lhe séria, tentando demonstrar calma, mas eu ainda estava trêmula.
– Isto está doendo horrores! O que aconteceu?
Olhei-lhe compadecida... Estava desacreditada, mas lhe vendo agora, parecia realmente que ele não se lembrava de nada.
– Não esquenta. Tiveram de dar alguns pontos nessa tua cabeça dura.
Com os dois olhos já bem abertos, olhou-me assustado.
– Pontos? Por quê?
– Você realmente não se lembra? – Franzi o cenho.
Jadir parou para pensar e, pela sua expressão de desagrado, percebi que ele se lembrava de muito mais do que realmente demonstrava.
– Quem me trouxe para cá?
– O pai da Natalie...
Analisei sua expressão, mas ele ainda estava atônito.
– Só ele? – Perguntou.
Suspirei e olhei para o teto.
– Jadir, por que você anda bebendo? – Perguntei de uma vez.
Ele engoliu seco.
– Eu... ando tendo muitas pressões no trabalho – falou envergonhado.
– Ainda bem que não teve concussão ou algo pior. Não sei se poderiam te operar alcoolizado...
– Operar? – Com o susto ele levou novamente a mão a cabeça, pela dor.
– Acho que é melhor chamar o médico – falei.
– Não, espera – interrompeu-me ansioso. – Eu sei que você sabe! Alguém me acertou, certo? Quem foi?
Suspirei novamente de forma incomodada e olhei para o chão.
– Foi Natiel, não foi? Ele já havia me acertado no rosto e...
– Não, não foi Natiel – o interrompi e lhe olhei, séria: – Foi a Natalie!
Sua expressão de surpresa só não foi maior do que a minha, quando fiquei sabendo...
– Vou chamar o médico – falei, voltando a cabeça para baixo.
Assim que saí, vi Adriel se aproximando. Ele não estava de bom humor... Porém, eu também já não estava. Engoli seco e segui meu percurso, tendo tempo ainda para vê-lo indo em direção ao quarto de Jadir. Eu estava com o coração apertado outra vez. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto... de raiva.
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Esse capítulo continuará com a Natalie!!! Espero por vocês na próxima semana! As coisas estão ficando agressivas e estranhas entre os nossos personagens!
Até breve seus lindos ;)
Música do capítulo: "CARRY ON MY WAYWARD SON" - KANSAS (Cover By Per Frederik "Pellek""Ãsly")