É tão bonitinho o jeito que ele me dá bronca. Já disse umas mil vezes e não me canso que e queria que meu pa fosse igual ao Bruno. Beleza, eu amava e continuo amando meu pai, mas o Bruno... se ele tem esse cuidado todo comigo, que sou mulher dele e tenho 22 anos anos, imagina eu, como filha dele? Eu ia apanhar e levar tanta bronca nesse mundo — risos. Abaixei a cabeça e sorri.
— Bruno: Chegamo — Disse uns segundos depois
— Fernanda: Já? — Disse enxugando as lágrimas
— Bruno: Tá chorando já? — Disse soltando o cinto
— Fernanda: Chorei pelo que tu falou.
Levantei a cabeça. Ainda deu pra ver ele sorrindo, antes de sair do carro. Botei minha bolsa no ombro, sai do carro também e dei a mão a ele. Eu percebo que ele tá nervoso pelas mãos geladas e quando tá gritando e fazendo as coisas feias que ele faz, mas dessa vez ele tava só com as mãos geladas. Parecia que tinham sido tiradas agora de um freezer. Eu parecia calma por fora, mas por dentro, meu coração tava gelado, tanto quanto as mãos do Bruno. Entramos no condomínio. Era o mesmo porteiro de sempre, o Jaime, e eu o cumprimentei. Já viu tanto o Bruno por aqui que nem se incomodou. Fomos à pé até o playground. Eram 15h, em ponto. Só tinha crianças no playground. Bom, acho que chegamos antes da tal pessoa. Uns 5min depois, uma criança de uns cinco anos veio correndo na minha direção.
— XXX1: Você é linda, como a mamãe disse! — Disse me olhando, depois de me dar um abraço forte, sorrindo
— Fernanda: Quem é você? E quem é sua mãe?
— XXX: Está vindo! — Disse pra mim e foi pra perto do Bruno — Oi, tio! — Disse abraçando ele
Que menininha mais fogosa. Eu era igual ela quando pequena. Saia abraçando e falando com todos. Só depois dos seis, sete anos que eu fiquei antipática. Perguntei o nome dela, e na hora chegou três mulheres. Uma delas era a Matilde. O que porra ela quer comigo?
— XXX2: Filha — Disse começando a chorar, e me abraçou