Olá seus lindos!!!
Leiam o capítulo junto com a música que está no vídeo, no topo da página!
Excelente leitura!!!
~~~~~
Opressivo diário: Minha paixão há muito tem tirado minha razão. O final disso poderia não ser doloroso?
Nunca sabemos o que a vida vai nos oferecer. Essa simples afirmação é suficiente para nos deixar com tamanho medo a ponto de nos bloquear. Estou com 23 anos, pronta para os 24, e o que eu tenho feito até agora? Eu estava na equipe de handebol até o ano passado, mas não pude continuar e nem fazer grandes coisas desde então. Eu sei que isso me tem sido muito prejudicial, até porque antes eu tinha distrações, agora, com tanto tempo livre, tenho medo de não conseguir ser racional e me deixar levar pelo sorriso de Natiel... O mesmo sorriso que me inebriou na sexta série escolar. Será que é saudável me manter tão concentrada assim nele?
– Namorado?
Eu ainda não podia acreditar naquela afirmação.
– Espero que vocês curtam o show. Até! – Nicolas, o "Nic", se despede adentrando mais para as sombras por detrás do palco.
– Então...?
Natiel ainda segurava meu braço direito. Embora ele não estivesse fazendo tanta pressão, sentia que o sangue começava a me faltar. Ele me soltou, fechou a expressão abaixando a cabeça e deu um longo suspiro. Certo! Isso também era novidade!
Sem me observar ele foi até uma das mesas próximas e eu o segui, mas eu não podia me calar.
– Natiel, diga logo o que você está pretendendo? Que brincadeiras são essas? Por que não me esperou para falar com o grupo? Por que disse a eles que somos namorados? Por que...
– Foi a primeira palavra que pensei para justificar a sua curiosidade e meus motivos quanto a banda.
– O quê? – Perguntei desentendida.
– Acha mesmo que ninguém iria suspeitar de tantas perguntas? – Perguntou retórico, enquanto me encarava, e estava mais irritado. – Eu pedi a sua ajuda para resolver um "quebra-cabeça" e não para perseguir e investigar pessoas como um paparazzi.
Fiquei um pouco desconcertada, mas logo percebi que ele não havia respondido a nenhuma das minhas perguntas.
– O que isso tem a ver?
Ele me fitou com o cenho franzido e estava sério.
– O que tem a ver? – Repetiu-me. – Eu cheguei mais cedo porque a aula de boxe foi cancelada e era caminho para eu estar aqui. Vi alguns membros da banda chegando e resolvi ajudá-los com os equipamentos... Logo o Denis, que controla o som, veio curioso me perguntar a respeito do seu interesse quanto a eles, questionando isso bem na frente deles.
Natiel suspirou, como se falar estivesse cansando-o, e prosseguiu:
– Pois eles também ficaram curiosos a seu respeito, afinal, não esperavam já encontrar fãs enlouquecidos após uma única apresentação. Era óbvio que eu não queria que eles soubessem das suas teorias malucas, muito menos, sobre o que tem acontecido comigo. Então, eu simplesmente assumi, dizendo que a curiosidade era referente a mim, que havia gostado do som deles, pois me lembrava da banda que tive na escola. Mas a pergunta passou a ser: Por que você teria tanto interesse por mim?
Percebi aonde ele queria chegar. Era outra pergunta retórica que nem ele, nem eu respondemos.
Natiel bufou e desviou o olhar de mim, como se me culpasse por querer ajudar. Isso não era justo...
– Está certo, então – Disse me levantando, sem olhá-lo. – Acho que você vai querer continuar nessa sozinho.
– Não é nada disso Natalie – o ouvi vociferar e voltei a fita-lo e ele a mim. – Queria apenas que você tentasse ser mais discreta. Pensei que soubesse o quanto isso é importante para mim e eu não teria te envolvido se pudesse fazê-lo só.
Voltei a me sentar, com um gesto brusco, e só reparei que estava lacrimejando quando Natiel limpou uma lágrima de meu olho esquerdo.
– Desculpe ter me irritado com você – falou mais brando. – Eu não poderia contar com mais ninguém...
Natiel sabia muito bem como me envolver. Segurei a mão dele com as minhas duas, abaixei a cabeça e apoiei minha testa nela.
Após alguns instantes, Natiel retirou a mão dele das minhas, devagar, me chamando a atenção. Recobrei os sentidos e o questionei novamente:
– E agora? Qual o próximo passo?
Como se não tivéssemos discutido, como se tudo estivesse como sempre esteve, Natiel sorriu para mim e falou com a voz abafada pela multidão que chegava ao local:
– Vamos assisti-los e você vai me contando tudo o que descobriu sobre eles. Não vamos desperdiçar suas informações...
Eu ri, mas havia algo mais que eu gostaria de saber antes:
– Ok... Mas, como ficará esse assunto de "namorado dedicado"?
Natiel riu. Eu era apaixonada por seu sorriso... Na verdade, eu era apaixonada por tudo nele e eu tinha certeza que ele sabia disso. Será que isso poderia me prejudicar? Natiel seria capaz de me ferir novamente? Eu tenho medo de perder a visão, o que é algo que não posso descartar visto as minhas cirurgias recentes, mas, talvez, me deixar cegar pela paixão seja a pior das cegueiras... Eu estava disposta a correr este risco novamente? Suspirei enquanto não desviava meus olhos dos de Natiel. Eu sabia a resposta... Eu estava perdida!
***
O show estava atrasado em trinta minutos, o que era algo muito raro no clube.
– Será que aconteceu algo? – Perguntei séria. – Eles já estão aqui há horas!
– É... Mas, talvez não estejam todos.
Fiquei intrigada com a possibilidade levantada por Natiel. Será que eles iriam cancelar a apresentação? Ah não! Eu não poderia permitir isso. Depois de tudo que eu havia feito, ter me exposto a ponto de levar broncas da pessoa mais importante do meu mundo, depois do meu pai claro! Ah não, não, não!
– Hey Naná, onde você vai? – Vi Natiel se empertigar na cadeira.
– Ver o que está acontecendo, é claro – respondi altiva.
– Espera...
Não ouvi as objeções de Natiel e fui até os camarins. Eu tinha livre acesso a eles naquela noite.
Apressei-me e assim que adentrei os fundos do palco vi dois dos integrantes escorados, um em uma parede e o outro agachado, como se estivessem se lamentando. Logo vi outro com um celular na mão, tenso, ele percorria o corredor de um lado para o outro.
– Como assim você não conseguirá vir? Só agora você nos avisa? Mas, não pode ser assim e o nosso show? A casa está cheia e...
Eles estavam prontos, cada qual trajado, maquiado, com os cabelos reluzindo em suas cores chamativas.
– O que está acontecendo? – Aproximei-me do que estava agachado e lhe questionei. Ele me fitou cabisbaixo e logo pude juntar as peças. A integrante feminina da banda não poderia se apresentar naquela noite... Olhei para o meu lado direito enquanto pensava, logo vi Natiel se aproximar. Foi quando uma ideia me iluminou.
– Posso lhes propor uma saída um tanto... ahn... louca?
***
Eu estava na mesa próxima do palco novamente, mas desta vez, sozinha... embora não tenha durado muito tempo.
– Oi Natalie... Está sozinha hoje?
– Como vai Jadir? Na verdade, estou com Natiel...
– Ah, é claro... Vocês tem vindo juntos para cá com muita frequência ultimamente, não é?
– Que nada – respondi, sem tirar os olhos do palco ainda vazio.
– E cadê ele?
A multidão começou a gritar antes que eu pudesse responder e as cortinas se abriram. Eu sorri largamente e falei:
– Bem ali.
Não ouvi qualquer frase, tão logo, de Jadir. Por certo ficara impressionado, assim como muitos. Natiel iria vocalizar na banda naquela noite. Era o plano perfeito!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Nossa Natalie, que é uma personagem meiga, doce, e um tanto adolescente, parece que tem influenciado mais Natiel do que pensa. O que virá a partir daqui?
Até breve!!! <3
Música do capítulo: "Fugue State" (Original By Per Frederik "Pellek" "Ãsly")