Um urro primitivo escapou de seus lábios e em seguida capturou os meus com uma fome e desejo evidentes. Apesar de estar derretendo-me em seu beijo, consegui sentir seus dedos tocando a ponta rosada de um seio até que ficasse enrijecido; era uma sensação única sentir seu toque, tão intimamente.
- Você me deixa louco - ele sussurrou pegando o lóbulo da minha orelha entre os dentes, fazendo com que meu corpo todo se arrepiasse. Joguei meus braços e pernas ao seu redor, o aproximando mais de mim, beijei seu pescoço e o lambi para sentir o gosto de sua pele. Antes que eu pudesse suspirar, William rasgou minha blusa no meio como se fosse um pedaço de papel, deixando-me exposta.
- Oh! - soltei pela surpresa e engoli em seco. Como em um movimento reflexo, me abracei para que meus braços cobrissem meus seios nus, que estavam à mostra para seus olhos que brilhavam de malícia e fome.
- Não se esconda de mim - ele murmurou e beijou-me a curva do pescoço, desceu e selou meus braços, começando na curva do cotovelo, pelo antebraço e em cada um dos nódulos dos meus dedos. William levantou a cabeça e o que vi em seus olhos cor de safira roubou-me a respiração. Estava implorando-me com eles, e eu sabia que não me forçaria a nada. Então, sem separar meus olhar do seu, fui descendo vagarosamente os braços até deixa-los aos flancos e senti o sangue subir e parar em minhas bochechas, ruborizando-as.
Mesmo agora que estava nua da cintura para cima, William não separou seus olhos dos meus para me olhar e isso conseguiu me acalmar um pouco.
- Está ruborizada - disse com um sorriso de lado.
- Eu imaginei - consegui sussurrar e mordi o lábio inferior.
- Fica linda com as faces rosadas - disse e beijou-me os lábios. Eu não deveria ficar surpresa, eu estava com um conquistador inato, sabia exatamente o que dizer e quando. Pensar nas outras garotas que ele já esteve formou um nó em meus estômago e um pouco de náusea - você está pensativa demais, quer dizer que não estou fazendo bem feito meu trabalho - ele disse e antes que eu pudesse responder ele tomou um dos meus seios em sua boca enquanto ocupava o outro com sua mão.
- Oh, céus - suspirei e arqueei instintivamente, separando minhas costas do colchão. Ele se afastou e mudou-se para o outro seio, enlouquecendo-me com sua boca e mãos. Enrosquei meus dedos em seu cabelo e o puxei para mais perto, como se isso fosse possível, mas eu estava desesperada para ter tudo dele.
- Linda - murmurou, descendo os lábios pela minha barriga - a mais linda que já vi.
Seus dedos vieram para o botão da minha calça e o desprendeu de sua casa. "A mais linda que já vi", suas palavras rondavam minha cabeça e novamente suas exs surgiram, mulheres belas, esbeltas e exuberantes, afinal, um homem como ele não arrumaria nada menos. E eu, bem, não era nada disso; não que eu estivesse me menosprezando ou algo assim, mas...
E também ele é um homem experiente e eu não sabia nem onde devia colocar minhas mãos, não sabia se tinha coragem nem de colocar a mão em sua bunda, e que bunda! Também havia a questão de que eu estava quase nua e ele totalmente vestido, como seria então? Ele apenas abaixaria as calças, faria o serviço e voilà, fim da história? Eu queria que a minha primeira vez fosse algo romântico e tudo, mas isso eu já disse em um outro episódio.
Tudo bem que eu não era nenhuma garota de 16 anos que estava prestes a perder a virgindade com o primeiro namorado, mas eu era uma mulher de 23 anos que ainda era virgem e William nem era meu namorado. O negócio é que ele era um homem atraente e perigosamente sexy, que estava com tesão e eu a garota que estava disponível nesse lugar isolado.
Eu o estava beijando, mas minha cabeça estava uma confusão e enquanto eu pensava nisso tudo ele havia tirado minha calça, deixando-me apenas de calcinha na sua frente. Senti seus lábios descendo, um rastro de fogo passando pelo meu corpo. Se era para eu parar, tinha que ser agora. E ia ser a coisa mais difícil que já fiz em minha vida, o que diria para ele?
- William - falei e segurei sua cabeça, a trazendo para cima.
- Não se preocupe, eu tenho proteção - droga, ele estava tornando mais difícil.
- Não, não é isso - insisti.
- O que é então? - ele perguntou e pegou meu lábio entre os dentes, então minha mandíbula.
- William, pare - afastei um pouco minha cabeça e enfim, ele parou e ficou de lado me olhando.
- Qual o problema? - ele perguntou. Eu não sabia o que dizer, realmente não sabia, apenas retribui seu olhar. Eu queria muito continuar, mas eu também queria que fosse especial para nós dois, apesar de eu não ser a primeira dele - Oh meu Deus - ele disse e se deixou cair de costas na cama, me virei para olha-lo encontrando seus olhos azuis em mim e seu cenho franzido - você é virgem.
Eu engoli com dificuldade e quando a saliva finalmente foi tragada eu tinha certeza que o som que fez poderia ter sido ouvido à quilômetros.
- Ai merda - ele se sentou na cama e passou as mãos no rosto - merda, merda.
Poxa, ele falava como se ser virgem fosse uma doença contagiosa ou algo assim, e ele havia descoberto agora que havia contagiado-se. Foi ai que me lembrei do que Stefan me disse, que ele não pegava virgens, nunca, jamais. Não lembro direito o resto de sua sentença, mas tinha algo a ver com que elas se tornavam as mais grudentas. E pelo jeito ele achava isso mesmo, pois quando me levantei para pegar minhas roupas ele não arriscou nenhum olhar em minha direção. Caramba, essa noite poderia melhorar?
Terminei de me vestir, coloquei minhas botas e juntando o resto de dignidade que havia me sobrado, levantei-me da cama e me dirigi à porta. Eu realmente escolhi o irmão Drake errado, que nunca olharia para mim, principalmente agora que sabia que eu sou... virgem.
- Onde você vai? - ele perguntou quando eu já tocava a maçaneta. Virei minha cabeça para olha-lo e agora sim ele me encarava, porém, eu estava furiosa com ele agora. Eu me sentia humilhada e rejeitada, apesar de eu ter sido a pessoa que o parou. Então, com a voz mais fria e sem emoção que eu consegui juntar, respondi:
- Não é de sua incumbência. Boa noite - não dando oportunidade para que contestasse, parti. E agora? Eu poderia tentar bater na porta de Julian e lhe implorar que me aceitasse ali, mas nesse momento eu não queria ficar perto nenhum dos homens Drake, não queria ir para a minha cabine, pelo menos a que era, e muito menos descer e ficar naquela cela imunda. Então sobrou-me apenas uma alternativa. Dei passos largos e bati na porta.
Deviam estar dormindo, mas alguém teria que acordar. Foi Vitor quem abriu a porta.
- Olá criança, o que faz aqui essa hora da noite? - ele perguntou em meio a um bocejo. Atrás dele surgiu Joe e Stefan.
- Posso ficar aqui? - perguntei, quase pestanejando delicadamente para convencê-los. Entretanto, não foi necessário, logo eles me deram passagem e ali me aconcheguei.
WILLIAM
Eu estava ali, quase a levando, seguindo apenas os meus sentidos mais primitivos, e ela é virgem. Não me metia com virgens, nunca, jamais. Aprendi a minha lição quando me envolvi com uma e fui perseguido por ela e por seu pai, quase obrigado a me casar como se ainda estivéssemos no século dezenove ou bem antes disso. O pior foi o tiro que levei, quase comprometendo-me um braço, após anunciar minha recusa a sua proposta de matrimônio.
Depois desse fatídico dia, tomei o maior cuidado para não aproximar-me de mocinhas, sempre dava um jeito de escapar quando elas me perseguiam, havia aprendido a identificá-las apenas com um olhar. Porém, não o consegui com Luciana. Talvez porque parecia tão intrépida, dizia o que queria e, principalmente, havia enfurnado-se em meio a um bando de homens sem modos e horrendos quando queriam. Ou talvez eu estivesse com os olhos vendados por sua beleza e seu jeito, que não me permiti visualizar bem ou claramente teria notado.
- Droga - resmunguei e joguei-me na cama, fiquei um bom tempo ali pensando até que consegui dormir.
No outro dia acordei às 06:00 com uma ideia fixa na cabeça: eu tinha que ficar longe de Luciana. Eu não sabia nada sobre ela, não sabia de onde vinha ou quem ela realmente era, como veio parar aqui e por quê. Então, tomei banho, me vesti e sai para tomar um ar. Não a vi a manhã inteira, provavelmente voltou para sua antiga cabine e não sairia hoje. Eu tinha que parar de pensar nela ou acabaria mal.
Sim, isso teria que ser feito, apesar que seus beijos, seu toque, a imagem do seu corpo seminu na minha cama, tudo não saiam da minha mente. Os dias foram passando e eu resisti à vontade de arrebentar a porta do seu quarto, mas eu ainda não me encontrava dos melhores. Eu não a havia visto desde o dia em que saiu do meu quarto e perdi as contas de quantos dias transcorreram desde então.
- Merda - resmunguei batendo a mão na beirada do navio.
- O que lhe passa irmão? - Julian perguntou, sentando-se no chão, logo me juntei a ele.
- Nada - respondi um pouco mais duro do que era minha intenção.
- Não sei se eu deveria gritar como sempre fazem, mas terra à vista - ele disse com seu sorriso maroto de sempre.
- O quê? - levantei-me e olhei para o horizonte. Realmente estávamos nos aproximando de algum lugar - Por que estamos indo naquela direção? E onde estamos?
- Bem, ainda estamos na Itália, aparentemente - ele deu de ombros - talvez um lugar bem afastado. Enfim, o pai quer dar uma parada.
- Quer dar uma pa... - repeti para mim mesmo - ele nunca se importou com isso. O que lhe acontece?
- Se você não sabe, que é o filhinho do papai, imagina eu.
- Não diga isso - murmurei o olhando.
- É a verdade e sabe disso - fiquei calado, não sabendo como responder a sua acusação.
Orion Drake nunca foi de esconder como se sente e nunca fez questão de disfarçar que gostava de seus filhos de maneira diferente, porém, eu queria muito a meu irmão e sempre negaria isso quando ele tocasse no assunto. Mas agora eu estava com essa questão na cabeça, uma parada? O que Orion Drake estava aprontando? Quando a noite chegou já estávamos ancorados na pequena cidade, ou seria um vilarejo? Esperamos alguma ordem para saquear algum lugar, mas nunca chegou. Logo era tarde e todos estavam cansados, fomos dormir todos com a pulga atrás da orelha por essa parada repentina. Pelo menos, eu fui.