Capítulo 68

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Pedi para Lucy que me avisasse quando chegasse em casa e a acompanhei até a porta e nos despedimos. Depois que ela se foi, pedi para Suzanna cuidar dos meninos por um tempo, peguei minhas chaves e sai. Eu precisava esclarecer a minha cabeça, era apenas um surto momentâneo e iria passar. Logo me vi parado na porta da casa de Emily.

- Will - ela abriu um sorriso genuíno assim que me viu. Sem preâmbulos, eu a puxei para mim quando entrei na casa e dei-lhe um beijo abrasador, tentando aliviar a tensão que Lucy havia deixado em mim. Puxei sua camisola sobre sua cabeça, sem me importar em que cômodo estávamos e se houvesse alguém na casa. Para minha surpresa, Emy se afastou, deixando seu belo corpo a vista e por uma estranha razão, não estava me atraindo tanto quanto fazia. 

- Eu não me importo de ser sua válvula de escape, Will, mas você terá que me dizer o que está acontecendo - ela falou calmamente e manteve um sorriso amigável nos lábios. 

Eu sempre me senti à vontade para conversar qualquer coisa com Emily, talvez porque ela era mais velha ou talvez porque ela não tinha o mais remoto interesse em mim além do sexo que compartilhávamos. Entretanto, nesse momento, eu não fazia ideia do que dizer. Comecei a andar de um lado para o outro e novamente, como sinal óbvio do meu nervosismo, passei as mãos em meu cabelo. 

- Lucy foi jantar lá em casa hoje - soltei o que achei mais fácil, apesar de não significar nada. 

- E... - Emily me incitou a continuar. Permaneci calado e seus olhos ficaram amplos - oh céus, você se deu conta, não é?

- Me dei conta?

- De que está apaixonado por ela - sua boca formou um "O" perfeito. Ela me conhecia bem. 

- Eu não sei o que fazer - murmurei e eu estava me sentindo derrotado. 

- Eu sei que você nunca quis isso, Will - ela se aproximou e tocou meu rosto - mas estava na hora de você se entregar para alguém também. Muitas mulheres beijam o chão que você pisa e entregam-se para você, agora é sua vez. 

- Eu não quero me entregar para ninguém, isso não traz nada de bom.

- Como não? Se apaixonar é uma dádiva e ser correspondido é ainda melhor. Entregue-se, William, pare com essa sua pose de machão. A mulher é visivelmente apaixonada por você, te deu dois belos garotos e apenas está esperando que você a tome e se entregue, o que mais você quer? - continuei mudo, sem saber o que dizer - eu me pergunto o que você ainda está fazendo aqui. Fiquei apenas olhando fixamente para a mulher seminua na minha frente.

- Mas se quiser ficar, eu ainda vou transar com você, Will. Você sabe que é o melhor que eu já tive, não me daria ao luxo de rejeita-lo - comentou e se aproximou, beijando-me levemente nos lábios. 

Nada. Eu não senti absolutamente nada, nem um pingo de desejo. Ela continuou me beijando, fechei meus olhos e um rosto surgiu na minha mente. Um rosto que eu conhecia muito bem. Me afastei, a beijei rapidamente, sorri e sai dali sem dizer nenhuma palavra, mas consegui ouvi-la dizer:

- Boa sorte.

Liguei para Suzanna que já tinha colocado os meninos para dormir e ela disse que estava tudo bem ela dormir por lá, já que acontecia isso várias vezes. Nuvens estavam se formando no céu e, em seguida, uma precipitação forte e repentina desabou, embaçando-me a visão quando combinava com a escuridão da noite. O segurança da casa me reconheceu quando cheguei na casa de Lucy, estacionei o carro e logo, me encontrava parado na entrada principal, ensopado até os ossos.

Toquei a campainha e esperei, começando a ficar ansioso e pensando se eu tinha feito uma boa escolha. Lembrei-me de suas condições para que eu pudesse leva-la para a cama e eu me perguntava se estava preparado para aquilo, para fazer amor com uma mulher. Parecia uma realidade muito distante para mim. Não obstante, quando a porta se abriu, mostrando Lucy vestindo um short minúsculo que sumia por baixo da larga camiseta, me lembrei do porquê de eu estar ali. Lucy não era qualquer mulher e eu a desejava com toda fibra do meu ser. 

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