Capítulo 30

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O tempo foi passando e eu continuava aborrecida, Júlia dançava com o Drácula esquisito e William, bem, já tinha bebido mais que a conta, pelo menos era o que parecia pois tentei não ficar encarando o tempo inteiro. Ele estava sentado e as mulheres aproveitando de seu estado um pouco letárgico para passar a mão em seu peito, em seus cabelos e até em algumas partes proibidas. Porém, quando uma morena vestida de capetinha sentou-se em seu colo, beijou seu pescoço, insinuando subir para seus lábios, meu sangue ferveu e me coloquei de pé. Ele não estava em seu juízo perfeito, então eu tinha que fazer algo. 

- Ju, tenho uma missão e talvez não volte para casa hoje - ela me olhou maliciosamente.

- Tudo bem - assentiu - nos vemos amanhã então. Usem preservativos, ok?

- Nada vai acontecer - garanti e me dirigi para ele. 

- Com licença - gritei para ser ouvida sobre a música, a mulher me olhou com a cara feia e William arregalou os olhos - o cowboy está comigo e eu preciso leva-lo para casa. 

- Ele não parece querer ir para casa - ela disse, recostando-se em seu peito definido e eu estava me controlando para não avançar nela. 

- Ele não está em seu melhor estado, então não tem que querer nada - gritei, brava - vamos embora, William - bati o pé e ele sorriu largamente. 

- A patroa está chamando - ele disse e tirou a garota de cima dele, ficando de pé. Sorri ironicamente para a capetinha enquanto empurrava William para fora.

WILLIAM

Uma semana havia transcorrido e eu não tinha visto, nem ouvido falar sobre Luciana Hamilton. Talvez ela tivesse ido embora e talvez isso fosse o melhor para nós dois, começava a não me reconhecer, principalmente perto dela. Eu não havia trazido ela para cá a toa, minha mãe morava nessa cidade e eu estava passando alguns dias com ela e minha irmã caçula; eu passei uma boa parte da minha infância aqui e quando completei dezoito, resolvi sair por ai com meu pai. 

Minha intenção era continuar na cabana, mas eu não consegui, não havia nenhuma só vez que não passei pela porta e lembrei-me de Lucy e nossa noite juntos. Eu nunca havia dormido com uma mesma garota mais de uma vez, nenhuma só vez e com certeza não sem proteção, apesar de muitos esforços das mulheres para que eu me esquecesse ou deixasse para lá a capa do garotão aqui em baixo. Houve muitos " esqueça isso " e " não tem importância ", mas eu não queria parar com um bebê nos braços, pelo menos não meu. 

Porém, quando tratava-se de Luciana todo o meu bom senso era jogado por uma janela invisível, eu a queria novamente, queria afundar-me em seu calor e se ela tivesse me pedido para esquecer o maldito preservativo, eu o teria feito. Naquela noite, eu estava embriagado com a sua doçura, extasiado por finalmente tê-la em meus braços e eu nunca tive que esperar tanto tempo por uma mulher. Mas valeu a pena. Caralho, como valeu. Quando ela deixou a cabana com sua mala, eu sabia que estava saindo da minha vida também. E agora ela tinha ido embora. 

- Leve-me também, Will - Anabela implorou, suas mãos juntas como em uma oração. 

- Não posso, sabe disso - sentei-me na cama e ela se jogou em meus braços, posicionando-se no meu colo.

- Isso não é justo, já tenho vinte anos - ela rodeou meu pescoço e beijou-me a face - por favorzinho. 

- O diminutivo de por favor não irá me fazer mudar de ideia - devolvi-lhe o beijo - sabe que tem que cuidar da mamãe. 

- É, eu sei - ela suspirou, dramática.

- Prometo que na próxima você vai comigo - garanti.

- Você quase nunca vem aqui - sussurrou - eu gostaria que viesse, para ver-me e também à mamãe. 

ღ Perigosa AtraçãoWhere stories live. Discover now