Perseguição Sombria

By leticiadeliman

1.4K 112 46

Quatro amigas. Uma caixa misteriosa. Um segredo. As jovens amigas Anna, Amanda, Giovana e Letícia, não espera... More

PERSONAGENS
OBJETOS
Descoberta da Caixa Misteriosa
Desvendando o Mistério
Aparição Sombria
A Intrusa
Primeiro Sinal
Segunda Vítima
O Terceiro Aviso
Quarta Sentença
Quebra-Cabeça
Tabuleiro Ouija
Garoto Intrometido
Primeira Página
O Primeiro Olhar
Complicações
O Resgate
Primeiro Impacto
O Imprevisto
Uma Pedra No Meio do Caminho
Planos
A Fuga
A Última Página
Controvérsia
Uma Doce Aventura
De Volta Ao Começo
O Aviso de Catarina
A Solução
Preparativos
A Formatura

A Chave

44 4 3
By leticiadeliman


 Após o término da última aula, as meninas avisaram suas mães que iriam ao centro da cidade em uma biblioteca para fazerem um trabalho, mas isto era uma mentira, pois a verdade é que elas estavam prestes a dar mais um passo para desvendar o mistério da caixa. Uma folha com tons alaranjados caiu de um galho de uma árvore quando elas ouviram alguém as chamar. Era Rodrigo que corria para alcançá-las. 
  -Não vão me esperar?

  Elas pararam de andar e o esperaram. Ele se aproximou e elas trocaram aqueles olhares que diziam mais do que palavras.

 - Quem disse que você vai conosco? - Letícia disparou.

- Por favor, queria muito ir com vocês, pois adoro essas coisas paranormais.
 Letícia revirou os olhos e Anna cruzou os braços.

 - Isto não é um filme de comédia tipo ''Caça Fantasmas''. Ninguém aqui está se divertindo, meu caro.

 - E se fosse, iríamos em um carro personalizado e não de ônibus - zombou o garoto.
 - Cala a boca!
 - Calma, Letícia. Vai que ele pode nos ajudar? - Giovana indagou.

- Ele já nos ajudou quando nos disse para jogarmos fora os objetos.
- Verdade, Anna mas podemos fazer uma votação e decidir se ele poderá ir conosco ou não.

- Fala sério! - reclamou Letícia.
- Por favor, me deixem ir! Além de curioso posso lhes ser útil.
  As garotas se entreolharam e fizeram uma rodinha. Começaram a cochichar e chegaram a uma conclusão.

- Bom, depois de conversarmos, chegamos a conclusão que deixaremos você ir conosco.
- Eba! - ele comemorou.
- Entretanto, há uma condição...
- E qual seria, Letícia? Em qual de vocês quatro eu terei que dar um beijinho?
- Esse palhaço está pedindo para levar uma mão na cara! - Anna esbravejou.

- Calma! Estava apenas brincando. Perdão. - ele levantou as duas mãos em defensiva.

 - A condição é de você manter o bico calado. Ninguém na nossa escola pode saber disso - Giovana falou.

- Ninguém da escola, ninguém que você conheça. Não conte nem para a sua própria mãe, ouviu bem? - Amanda disse.

- Sim, senhoras! - ele bateu continência.
- Nossa, como você é engraçadinho - Letícia ironizou.

- Vamos ao ponto de ônibus, pelotão! - brincou Amanda.

  Então os cinco jovens partiram em direção à biblioteca no centro da cidade onde a pessoa misteriosa que Amanda conhecia poderia ajudá-los. Enquanto riam e se divertiam à caminho do local, elas se sentiram livres e seguras pela primeira vez em dias. Se esqueceram por alguns instantes do fantasma da mulher misteriosa que as perseguiam.

***

 Chegando finalmente ao local, Amanda as direcionou à entrada da grande biblioteca que ficava localizada no coração do centro da cidade.
  Sua arquitetura externa era tão deslumbrante como o seu interior. Duas pilastras brancas em espiral ordenavam a entrada. Assim que entraram, seus olhos ficaram arregalados ao se deparem com a beleza do lugar.

  Muitos livros de diversos gêneros estavam organizados em  prateleiras e sessões. Haviam cadeiras e mesas de madeiras, algumas ocupadas por pessoas que estavam com livros dispostos à sua frente. Janelas com vitrais deixavam o lugar com uma cara sofisticada. Logo que entraram, uma funcionária se dirigiu à elas, perguntando se precisavam de  ajuda, mas Amanda agradeceu e a dispensou, pois a pessoa que ela havia marcado um encontro já estava à caminho de encontrá-las. Uma menina um pouco mais velha que as garotas e dona de um black power estiloso foi de encontro à elas, com um grande sorriso nos lábios.

 - Amanda, quanto tempo!

 Amanda abraçou a mulher.
- Muito tempo mesmo. Como vai, Lourrane?

- Vou bem. Meio atarefada com a faculdade e estágio, mas vou bem. E você?
- Estou bem, mas poderia estar melhor.

   Lourrane franziu o cenho.

- O que houve? Posso ajudar em algo?
  Amanda conhecia Lourrane, pois ela amava história e estava interessada neste curso quando entrasse para a faculdade. Em uma das idas de Mands à biblioteca, ela se tornou amiga de Lourrane que estagiava no local e sempre a ajudava com indicações de livros para estudo.

  - Bom, primeiro gostaria que conhecesse minhas amigas - Amanda deu início as apresentações - Estas são: Anna, Giovana e Letícia. E este é Rodrigo, amigo de Anna.

 - Prazer em conhecê-los! - cumprimentou Lourrane.

  Todos se cumprimentaram e se sentaram em cadeiras que rodeavam uma grande mesa de madeira.

- Precisamos de sua ajuda - Giovana disse.

- Bom, em que posso ser útil?
- Você por acaso tem algum livro histórico cujo qual conte como era nossa cidade no ano de 1880?

- Isto é muito amplo. Muita coisa aconteceu neste ano e eu teria mais de cem livros aqui para oferecê-los. Não poderia ser mais específica? 

  O grupo de jovens se entreolharam.
- O nome Catarina e a data de 1880 lhe soa familiar? Há algum arquivo, recorte de jornal ou qualquer coisa semelhante referente à este nome e data? - Letícia perguntou.

 - Olha, para ser sincera, este nome não é estranho à mim, porém eu deveria procurar algo correlacionado à esta data. Não há outras informações ou referências para complementar a busca?

- Não. Isto é tudo o que temos - declarou Giovana.

- Me esperem um instante. Farei uma busca pelos arquivos e verei o que posso fazer por vocês.

  Enquanto elas as esperavam, o grupo cochichava entre si apreensivas devido a chance de obterem nenhuma resposta.

 Depois de quarenta e cinco minutos, o retorno de Lourrane à mesa, com dois livros grossos em mãos, fizeram com que se afoitassem.

 - Bom garotas, isto foi tudo o que achei com relação ao ano e data que relataram.

 Lourrane colocou o livro sob a mesa e os olhos das meninas brilharam de curiosidade e expectativa.

 - Há uma Catarina que falecera nesta data.

 O dedo indicador dela mirou a fotografia em preto e branco de uma jovem mulher trajando um belo vestido típico daquela época. Em seu pescoço, havia o mesmo colar com pingente de coração que quase foi a causa de uma terrível tragédia na vida de Anna. O belo cabelo dela estava caindo sob os ombros. A bela moça exibia um olhar vago e um sorriso contido no canto da boca.

 - Meu Deus, é ela mesma! - Amanda gritou.

  Alguém sentado ao lado pediu para que elas fizessem silêncio.

- É o mesmo colar que quase me enforcou! - Anna observou.

  Todas ficaram boquiabertas e aflitas. Lourrane conteve os ânimos das jovens, pois estavam em uma biblioteca cuja regra evidente era fazerem silêncio.

 - Vamos ler logo o que está escrito - Giovana disse.

  Letícia começou a ler em voz baixa, enquanto as atenções de todas eram voltadas à ela.

  ''Catarina de Bragança, filha primogênita do Duque Manuel Caminha de Bragança e de Antonela de Lisboa, morreu em 15 de Novembro de 1880. Fora assassinada por um tiro de uma espingarda disparada por um escravo. Em sua homenagem foi construído um monumento no centro da cidade do Rio de Janeiro. Apenas sua irmã mais nova, Manuela de Bragança, deixou herdeiros à família, ao se casar com um dos filhos do barão de um bairro do Rio de Janeiro.''
 
 - Só isso? Então ela foi assassinada por um escravo? - Amanda questionou.

- De acordo com este livro que contém memórias de famílias reais, sim - Lourrane disse.
- Então... Este escravo poderia ser o tal José? - observou Anna com perspicácia.
- Olhem isto! - Giovana pegou o segundo livro e leu em voz alto o que estava escrito.

'' Adofo Ashanti, batizado de José pelo seu senhor e Duque Manuel Caminha de Bragança, fora um dos escravos mais conhecidos da história por ter sido condenado à morte, após ter matado a filha de seu proprietário. José fora espancado até a morte pelo próprio Duque e este fato ficou na memória de todos e gravado na história da cidade do Rio de Janeiro na época da escravatura.''

 - Então se ele foi quem matou Catarina, porquê razão ele a chamaria de ''perigosa'' quando conversamos com ele pelo tabuleiro ouija? - Giovana as lembrou.
- Vocês jogaram esse jogo? - Lourrane perguntou incrédula.

- Sim... - Letícia respondeu.

- Calma... Eu não estou entendo nada por aqui. Porquê razão vocês estão interessadas nessa história? 

- É melhor contarmos à ela, pessoal... 

- Você tem razão, Amanda. Vamos contar toda a história como vocês fizerem comigo - declarou Rodrigo.
  Então, deram início a falácia de toda a história desde o início.

- Então vocês estão me dizendo que essa tal Catarina é a fantasma que está atrás de vocês, pois vocês roubaram a caixa de joia dela? - Lourrane arregalou os olhos.

- Estamos metendo mais uma pessoa nesse rolo... Ai, ai... - Giovana balançou a cabeça.

- Tudo bem se você não acreditar, mas a série de acontecimentos estranhos não aconteceu por acaso. E, se quiser uma prova, olhe o colar que estou usando. Esta é a própria chave que também pertencia à Catarina - Amanda pegou a chave que estava pendurada em um colar em volta de seu pescoço e tirou de dentro da blusa. 
- Incrível... - os olhos de Lourrane brilharam.

- O que foi? - Amanda questionou intrigada.

- Esta chave me lembra a fechadura de um livro antigo aqui da biblioteca. Ninguém nunca conseguiu abrir o tal livro.
- Onde está esse livro? - Letícia perguntou curiosa.

- No andar de cima. Me esperem pois vou pegá-lo.

  Lourrane saiu da mesa e em poucos instantes retornou com o tal livro. Ele tinha uma capa vermelha com detalhes em dourado desenhados na lateral da capa. Em volta do livro, havia uma corrente de couro vermelha com uma fechadura no mesmo desenho, formato e tamanho que a chave em que Amanda guardava em seu pescoço.

- Não é possível! - Rodrigo exclamou.

  Então Amanda deu a chave para Lourrane e todos prenderam o ar enquanto o objeto encaixava na fechadura. Quando a corrente foi aberta, eles ficaram boquiabertos e incrédulos no que estavam vendo. O livro havia sido aberto diante dos olhos deles.

- Isto é um... - Giovana começou a dizer.
- Um diário - Letícia completou a frase levando a mão à boca.
   Todos leram na primeira folha a seguinte frase que confirmava a tese: '' Este diário pertence à Catarina''.

  - Eu... Como isso é possível? - Lourrane pegou o livro e o folheou incrédula.

 - Fizemos uma grande descoberta. Agora, nos entregue o livro, Lourrane. Não podemos mais esperar para desvendar o mistério. - Amanda declarou.

- O quê? Vocês não acham que as deixarei levar o diário, não é?

- E porquê não deixaria? Nós temos a chave, portanto este diário nos pertence! - exclamou Anna.

-  Garotas, este livro faz parte da biblioteca e deve ter um contexto histórico relevante. Não posso deixar que levem isto com vocês. 

- Ela só pode estar brincando! - Rodrigo disse enquanto levou uma mão à testa.

- Olha só... Este livro é a nossa chance de darmos o fim para todo este sofrimento. Eu não quero que coisas más aconteçam em nossas vidas. Dependemos desse livro para nos libertarmos do espírito e vamos passar por cima de você ou de qualquer um para tê-lo. - enfatizou Amanda.

   A tensão tomou conta do lugar e a biblioteca, de repente, ficou pequena para eles.

- Pelo amor de Deus e de todos os Santos, nos deixe levar o diário. Depois nós vamos devolver para você - implorou Giovana.

- Tudo bem, eu as deixo levar - elas suspiraram de alívio - Mas darei o prazo de quinze dias para devolução. 
- O quê? Só quinze dias? Isto não é justo!
- Não reclama, Anna. Já conseguimos pelo menos que ela nos deixasse levá-lo para casa.

  Anna deu de ombros à frase de Amanda.

- Tudo bem. De acordo. Dentro de quinze dias nós devolveremos ele para você, mas saiba que temos um dedo em toda essa descoberta, ouviu?

- Claro, Letícia - assentiu Lourrane.

- Bom, então vamos, garotas. Mal posso esperar para ler com vocês... - Rodrigo disse.
- Ok. Obrigada, Lourrane. Tchau!
- De nada, Amanda. Me mande notícias sobre o conteúdo do diário.

- Pode deixar.
  Então elas partiram em mais uma jornada para desvendarem o grande mistério.




Continue Reading

You'll Also Like

311K 25.3K 55
*ALERTA DE GATILHO* S/n Walker é uma garota de 16 anos com sérios problemas de labilidade emocional, sem contar o passado perturbador que a assombra...
6.4K 147 19
"Uma caçada cega. O monstro pode estar bem na sua frente..." Os winchesteres saem em uma caçada contra um simples ninho de vampiros. Mal eles sabiam...
6.4K 1.1K 122
No sombrio mundo de Zenith, humanos não existem, todos os habitantes são criaturas sobrenaturais. Vampiros, lobisomens, carniçais e outros monstros d...
130K 7K 53
VOLUME 1/ LIVRO 1 +16⚠️ CAPÍTULOS REVISADOS APENAS APÓS O FIM DO LIVRO!!!!! Chase Hudson. Um homem misterioso, cauteloso e imprevisível. Não se pode...